Cinco investigadores da Universidade de Coimbra ajudaram na criação da primeira base de dados global sobre polinização de culturas agrícolas, um projecto internacional que reúne mais de uma centena de cientistas.
A base de dados CropPol contou com a participação da Universidade de Coimbra, através do Centro de Ecologia Funcional, e é coordenada por investigadores da Estação Biológica de Doñana, em Espanha. Actualmente, a base de dados conta com informação sobre 48 culturas agrícolas distribuídas por 3000 localidades de 32 países de cinco continentes, ao longo de 30 anos.
A CropPol permitirá entender a “importância dos polinizadores, dependendo da cultura e da região de estudo”, bem como identificar culturas e regiões para as quais existem poucos dados, “estimulando a recolha de informações para suprir essas lacunas de conhecimento”, refere a Universidade de Coimbra em comunicado. Apesar dos grandes progressos no conhecimento sobre os efeitos dos polinizadores na produtividade agrícola, a capacidade de “prever as taxas de visita e a produtividade ainda é limitada, consequência da variação entre colheitas, anos e regiões”, lê-se ainda.
Por isso, esta ferramenta serve para compilar os dados de polinização de “culturas disponíveis em estudos científicos publicados em todo o mundo” e, desse modo, ajudar a prever os serviços de polinização.
Dados de acesso abertoA CropPol oferece aos investigadores “uma oportunidade única para explorar padrões e tendências globais e trabalhar em soluções de gestão sustentável e valorização da biodiversidade”, disse, citada no comunicado, Sílvia Castro, investigadora do Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra.
“As alterações no uso do solo, juntamente com outras pressões induzidas pelo ser humano, como as alterações climáticas, estão a acelerar a extinção de muitas espécies animais, o que compromete dramaticamente a interacção entre plantas e polinizadores”, acrescenta-se. “Por isso, compreender como funciona a polinização das culturas agrícolas é crucial para encontrar soluções mais sustentáveis.”
Os dados são de acesso aberto e estão disponíveis a todos os cidadãos e instituições, numa iniciativa que vai estar em contínuo crescimento e actualização. “Cientistas e instituições que desejem contribuir com novos conjuntos de dados sobre polinização podem adicioná-los facilmente à base de dados”, rematam na mesma nota os coordenadores da CropPol.
Os dados recolhidos na CropPol vão ser usados para “prever o nível de polinização esperado em diferentes culturas em todo o mundo”, diz-se ainda sobre esta base de dados criada no âmbito do projecto “OBServ”, financiado pelo Fórum Belmont e pela rede europeia BiodivERsA.
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