terça-feira, 29 de outubro de 2019

Alheiras vegetarianas: Aumento da procura leva a criação de nova unidade em Paredes de Coura


"Sentimos necessidade porque o espaço que temos é relativamente pequeno para acompanhar o crescimento das encomendas e da produção. Aproveitamos para criar uma unidade nova, de raiz, onde poderemos criar mais produtos", avançou hoje à agência Lusa Laurentino Alves.

Além das alheiras vegetarianas, com e sem glúten, e dos hambúrgueres, com base de grão e de feijão, a nova unidade vai permitir o lançamento de novos produtos feito a partir de seitan (produto que substitui a proteína), como os chouriços e as morcelas vegetarianas.

Criado há quatro anos, num espaço no quintal da habitação do guarda prisional e presidente da União de Freguesias de Linhares e Cossourado, o negócio familiar - Enchidos Agramonte - produzia, essencialmente, de forma tradicional e artesanal, e fumados com lenha de carvalho, os enchidos tradicionais, como os chouriços, chouriças, morcelas e alheiras.

Em 2016, o município e amigos do casal, ligados à organização do congresso internacional Paredes de Coura Vegetariana, cuja quinta edição decorreu em setembro, desafiaram Albertino e a mulher a criar um enchido vegetariano.

Nasceu a "alheira do Tino", como é localmente conhecida, responsável atualmente por cerca de 80% da produção da empresa familiar.

"Inicialmente fazíamos umas 80 a 100 por mês. Agora produzimos cerca de mil ‘alheiras’ vegetarianas por mês", especificou.

Agora o negócio prepara-se para uma nova fase, com um espaço de produção especialmente destinado aos enchidos vegetarianos e com a criação de um posto de trabalho.

"A minha mulher é que se dedica a tempo inteiro ao negócio. Entrega as encomendas e faz as compras. Eu ajudo nos meus tempos livres e as nossas duas filhas, que estão a estudar, dão uma mãozinha ao fim de semana. Com a nova unidade de produção temos de criar um posto de trabalho para dar resposta às encomendas", acrescentou.

O investimento nas novas instalações, "a rondar os 100 mil euros, passou pela aquisição de uma casa, que se encontrava fechada, situada a cerca de 100 metros da habitação do casal, onde o negócio familiar começou como um ‘part-time'.

"É um espaço criado de raiz, numa casa que se encontrava fechada e que adquirimos, reconstruímos e transformámos num espaço com cerca de 100 metros quadrados, com todas as condições para o fabrico deste produto", explicou.

Laurentino Alves recusa "entrar em megalomanias" por defender que a Enchidos Agramonte deve crescer com "passos seguros" e continuar "o mais artesanal e tradicional possível".

Em Paredes de Coura, as alheiras vegetarianas podem ser adquiridas na residência do casal de produtores ou na loja rural que o município tem instalada bem no centro daquela vila do Alto Minho.

A presença do produtor em eventos gastronómicos tem permitido que os enchidos vegetarianos estejam disponíveis em vários espaços comerciais e de restauração em diversas cidades do país.

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

ICNF autoriza conduta ao longo de mata protegida em Vila Real de Santo António

A conduta de água serve para abastecer apoios de praia. A entidade responsável pela defesa da natureza e florestas garantiu que está “salvaguardada a integridade” da mata.

Fonte: aqui

O Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) deu parecer favorável condicionado à construção de uma conduta de água de mais de um quilómetro através de uma mata nacional protegida em Vila Real de Santo António.

A agência Lusa questionou o ICNF sobre a realização de uma obra no caminho pedonal e ciclável entre a estrada municipal 511, conhecida como estrada da mata, e a praia dos Três Pauzinhos, que atravessa a Mata Nacional das Dunas Litorais de Vila Real de Santo António (MNDLVRSA), e o Instituto esclareceu que os trabalhos visam a instalação de condutas de água para servir apoios de praia.

O ICNF referiu que o objectivo dos trabalhos é fazer o “abastecimento de água aos apoios de praia (neste momento para um apoio de praia e no futuro dois apoios), através da instalação de uma conduta enterrada”, e adiantou que “a responsável da obra é a AdVRSA -- Águas de Vila Real de Santo António, S.A., por concessão da Câmara Municipal de VRSA”.

A agência Lusa questionou também a Câmara algarvia, uma das 16 do distrito de Faro, sobre os trabalhos em curso, o calendário previsto e o valor orçamentado para a obra, sem resultados.

“Quanto às competências do ICNF, o enquadramento legal da intervenção é dado pelo regime jurídico da Rede Natura 2000. O ICNF, em tempo oportuno e antecedente, emitiu parecer favorável condicionado obrigando o requerente, de entre outros, a plantar na MNDLVRSA o dobro de exemplares de pinheiros bravos que viessem a ser afectados no seu sistema radicular (o traçado da conduta é junto ao caminho, não percorre o sistema dunar e evitou o abate de pinheiros bravos) e à limpeza dos resíduos de construção, com depósito em vazadouro autorizado”, precisou o Instituto.

Questionado sobre a instalação de uma conduta ao longo de um percurso de cerca de 1,2 quilómetros, através de uma mata nacional que integra a Rede Natura 2000, a entidade responsável pela defesa da natureza e florestas garantiu que está “salvaguardada a integridade” da mata.

“Com o traçado e o plano de trabalhos definidos e o cumprimento das condicionantes impostas, fica salvaguardada a integridade dos valores naturais associados a este sítio Rede Natura 2000. A obra é acompanhada com a frequência devida, desde a fase prévia ao seu início, pelo corpo de Vigilantes da Natureza sedeados na Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António”, assegurou.

A obra em curso deverá abastecer de água um apoio de praia que está instalado junto às dunas, no início do areal da praia dos Três Pauzinhos — conhecida localmente como praia do segundo pontão —, que não chegou a ser ocupado depois da sua construção.

domingo, 27 de outubro de 2019

Coca-Cola é a fonte de plástico mais poluidora do mundo. Conheça o Top 10

Numa recolha de lixo pelas praias, o plástico das garrafas desta marca foi o mais frequente. Mas a lista das dez marcas poluidoras inclui também a Nestlé, a Pepsi e a Mars.
Fonte: aqui

Pelo segundo ano consecutivo, a marca Coca-Cola é considerada uma das maiores poluidoras de plástico pelo movimento de pressão ambiental Break Free From Plastic, de acordo com o jornal “The Independent“.

Na lista publicada esta quarta-feira, 23 de outubro, no site do movimento, a marca de refrigerantes gaseificados ficou em primeiro lugar, mas há outras conhecidas, como é o caso da Nestlé e da PepsiCo, que ficaram em segundo e terceiro lugar, respetivamente.


Mas o relatório nomeia ainda a Mondelēz International, a Unilever, a Mars, a P&G, a Colgate-Palmolive, a Phillip Morris e a Perfetti Van Melle.

Só no mês passado esta organização realizou 484 limpezas nas praias em mais de 50 países, onde encontrou várias garrafas destas marcas junto à água do mar. De todo o lixo recolhido, mais de 11 mil resíduos plásticos pertencem à Coca-Cola.

“A reciclagem não vai resolver esse problema. As cerca de 1.800 organizações membros da Break Free From Plastic estão a pedir às empresas que reduzam urgentemente a produção de plástico descartável e encontrem soluções inovadoras focadas em sistemas de entrega alternativas que não causam poluição”, refere Von Hernandez, coordenador global da Break Free From Plastic, no relatório.

Os representantes de outras entidades internacionais também se pronunciaram sobre a poluição das marcas que usam plástico descartável: “Mais uma vez, estamos a assistir à poluição dos nossos rios e praias com plásticos de grandes grupos empresariais como a Coca-Cola, a Nestlé e a Pepsi”, refere Louise Edge que está à frente da campanha de plástico nos oceanos da organização não governamental britânica Greenpeace.

Edge reconhece que estas marcas vão continuar a ser as maiores poluidoras de plástico nos próximos anos, porque mesmo tendo recursos para apostar em embalagens reutilizáveis e com um sistemas de recarregamento inovador, as suas políticas concentram-se na reciclagem ou na troca de uma embalagem descartável por outra.

“Pedimos a esses poluidores de plástico que se concentrem na mudança para embalagens reutilizáveis ​​e recarregáveis ​​agora”, apela o responsável pela campanha de plástico nos oceanos da Greenpeace no Reino Unido.

Um porta-voz da Coca-Cola pronunciou-se sobre os dados do relatório, cujas ideias vão ao encontro do apelo de Louise Edge.

“Sempre que as nossas embalagens acabam nos oceanos — ou em qualquer lugar em que não pertençam — é inaceitável para nós. Em parceria com outras empresas, estamos a trabalhar na resolução deste problema global crítico, tanto para ajudar a fechar a torneira dos resíduos de plástico que entram nos nossos oceanos, como para ajudar a limpar a poluição existente”, refere Evening Standard da empresa Coca-Cola, de acordo com o site “Standard“.

Entre as parcerias já estabelecidas pela marca está a Parceria Global de Ação em Plástico do Fórum Económico Mundial (GPAP), bem como a Carta G7 dos Plásticos dos Oceanos, ou ainda a Circulate Capital — empresa atua na limpeza dos oceanos — onde a Coca-Cola investiu mais de 13 milhões de euros.

Além destas medidas, a Coca-Cola tem feito outros investimentos, tal como o programa “Mundo Sem Resíduos”, lançado em 2017, cujo objetivo seria recuperar 100% das latas e garrafas da marca até 2030. Para o futuro, a marca anuncia no próprio site três medidas, entre as quais está o aproveitamento da marca para incentivar os consumidores a reciclar.

sábado, 26 de outubro de 2019

Canadians just crowdfunded $3 million to buy pristine land and save it from development


Sometimes the monstrous machine of industry and corporate greed can feel like too much for us as individuals to battle. But a bunch of Canadian citizens has just shown what a committed band of individuals can do.

In the first crowdfunding effort of its kind, Canadians have raised $3 million to purchase a stretch of coastal wilderness in British Columbia to save it from development. The 2,000 acres (800 hectares) of pristine coastline in the Princess Louisa Inlet on British Columbia's Sunshine Coast are virtually untouched. The land includes a fjord, the top rim of which branches into high alpine snow pack forming multiple dramatic waterfalls that run down the rock.

Crowdfunding efforts were organized by B.C. Parks Foundation, a non-profit group whose mission is to protect natural landscapes in the province. The foundation's CEO Andrew Day told the CBC that the land, which is being sold by a private owner, had some interest from logging companies and developers. So people stepped up to stop that from happening. 

And it wasn't just a handful of rich donors who pooled their money—scores of average Canadians offered what they could to the fundraising effort.

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sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Instituto de Química da Ufba transforma óleo recolhido de praias em carvão

Fonte: aqui
Segundo levantamento da manhã desta sexta (19), 81 toneladas de petróleo cru já haviam sido coletadas das praias de Salvador desde que manchas do óleo começaram a aparecer na areia. Mas, afinal, o que acontece com esse material recolhido?
Um projeto do Instituto de Química da Universidade Federal da Bahia (Ufba) encontrou um destino para o resíduo: transformar o petróleo em carvão. A técnica foi testada por membros do projeto ‘Compostagem Francisco’, que trabalha com processos de compostagem acelerada. 
“Bioativadores criados aqui no instituto aceleram a degradação da matéria orgânica e, em 60 minutos, o petróleo é degradado e transformado em carvão”, explica a professora doutora Zenis Novais da Rocha, responsável pelo projeto. Com ela, trabalham na transformação do resíduo quatro estudantes - três de graduação e uma de doutorado.
A professora explica que as máquinas disponíveis na universidade permitem transformar 50 kg do óleo por dia, mas que o instituto ainda tem recebido o material em pouca quantidade. O que chega é trazido por voluntários que atuam na limpeza das praias. 
“Esse processo de compostagem acelerada é limpo, não inflamável, com aditivos que não agridem o meio ambiente, e ainda não libera gases que seriam liberados em caso de incinerar o óleo, por exemplo. Então, é uma escolha com inúmeras vantagens”, explica a professora.
Além do carvão, o petróleo pode ser transformado para outros usos, como materiais de construção civil, por exemplo, mas seriam necessários estudos adicionais. “O carvão a gente já sabe que deu certo, mas para outros usos é preciso realizar mais testes”, explica a pesquisadora.
Manchas de óleo na praia? Saiba o que fazer
1) Evite ir à praia, nadar ou praticar esportes aquáticos nas regiões afetadas; 

2) Se encontrar algum animal ferido ou em contato com óleo, ligue para Polícia Ambiental (190) ou Guarda Civil Municipal (3202-5312);
3) Agentes de limpeza da Prefeitura estão de plantão 24h em todas as praias de Salvador. Disque 156 para acionar o serviço;
4) Em caso de reação alérgica ao toque ou ingestão do óleo, procure uma unidade básica de saúde.

Meet the Money Behind The Climate Denial Movement

Nearly a billion dollars a year is flowing into the organized climate change counter-movement


The overwhelming majority of climate scientists, international governmental bodies, relevant research institutes and scientific societies are in unison in saying that climate change is real, that it's a problem, and that we should probably do something about it now, not later. And yet, for some reason, the idea persists in some peoples' minds that climate change is up for debate, or that climate change is no big deal.

Actually, it's not “for some reason” that people are confused. There's a very obvious reason. There is a very well-funded, well-orchestrated climate change-denial movement, one funded by powerful people with very deep pockets. In a new and incredibly thorough study, Drexel University sociologist Robert Brulle took a deep dive into the financial structure of the climate deniers, to see who is holding the purse strings.

According to Brulle's research, the 91 think tanks and advocacy organizations and trade associations that make up the American climate denial industry pull down just shy of a billion dollars each year, money used to lobby or sway public opinion on climate change and other issues. (The grand total also includes funds used to support initiatives unrelated to climate change denial, as explained in a quote Brulle gave to The Guardian: “Since the majority of the organizations are multiple focus organizations, not all of this income was devoted to climate change activities.”)

“The anti-climate effort has been largely underwritten by conservative billionaires,” says the Guardian, “often working through secretive funding networks. They have displaced corporations as the prime supporters of 91 think tanks, advocacy groups and industry associations which have worked to block action on climate change.”
“This is how wealthy individuals or corporations translate their economic power into political and cultural power,” he said. “They have their profits and they hire people to write books that say climate change is not real. They hire people to go on TV and say climate change is not real. It ends up that people without economic power don't have the same size voice as the people who have economic power, and so it ends up distorting democracy.
Last year, PBS talked to Brulle about his investigation into the climate change countermovement. The project, says Brulle, is the first part of three: in the future he'll turn a similar eye to the climate movement and to the environmental movement. But for now, the focus is on the deniers.
Now, what you can see in the movement itself is that it has two real roots. One is in the conservative movement itself, in that you see a lot of conservative foundations that had been funding the growth of the conservative movement all along now appear as funding the climate countermovement. You also can see dedicated industry foundations that come in to start funding the climate countermovement.
So it’s kind of a combination of both industry and conservative philanthropies that are funding this process, and what they did was they borrowed a great deal of the strategy and tactics that came out of the tobacco industry’s efforts to prevent action on the health impacts of smoking.

What you see is the tactics that this movement uses were developed and tested in the tobacco industry first, and now they’re being applied to the climate change movement, and in fact, some of the same people and some of the same organizations that were involved in the tobacco issue are also involved in climate change.

Here's where the money is coming from:

Click to legibilize. Funding breakdown of a subset of the climate change countermovement players in Brulle's analysis. Photo: Brulle

The climate denial movement is a powerful political force, says Brulle. They've got to be, too, to outweigh in the public's mind the opinions of pretty much every relevant scientist. Brulle:
With delay and obfuscation as their goals, the U.S. CCCM has been quite successful in recent decades. However, the key actors in this cultural and political conflict are not just the “experts” who appear in the media spotlight. The roots of climate-change denial go deeper, because individuals’ efforts have been bankrolled and directed by organizations that receive sustained support from foundations and funders known for their overall commitments to conservative causes. Thus to fully understand the opposition to climate change legislation, we need to focus on the institutionalized efforts that have built and maintain this organized campaign. Just as in a theatrical show, there are stars in the spotlight. In the drama of climate change, these are often prominent contrarian scientists or conservative politicians, such as Senator James Inhofe. However, they are only the most visible and transparent parts of a larger production. Supporting this effort are directors, script writers, and, most importantly, a series of producers, in the form of conservative foundations. Clarifying the institutional dynamics of the CCCM can aid our understanding of how anthropogenic climate change has been turned into a controversy rather than a scientific fact in the U.S.
More from Smithsonian magazine:

Editor's note, October 25, 2019: This story has been updated to clarify that total amount includes funds spent on initiatives unrelated to climate change.

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Universidade de Aveiro desenvolve espumas 3D com base na cortiça


É um ótimo isolante térmico, é flexível e fácil de produzir. Para além disso, é mais uma forma de aproveitar a cortiça nacional e de promover a economia circular. Uma equipa de investigação da Universidade de Aveiro (UA) conseguiu produzir espumas para isolamento térmico com ajuda da cortiça desperdiçada na produção de rolhas. A equipa conseguiu ainda o feito de produzir as revolucionárias espumas através da impressão 3D.

“Sendo a cortiça um material isolante, a sua utilização na produção de espumas 3D de poliuretano [polímero utilizado na produção de vários materiais plásticos] tem a vantagem de ajudar no isolamento, obtendo-se valores de isolamento térmico idênticos às espumas convencionais”, congratula-se Nuno Gama, o investigador responsável por este projeto nascido no Departamento de Química e no CICECO - Instituto de Materiais de Aveiro, uma das unidades de investigação da UA.

Outra das vantagens da utilização da cortiça, mais propiamente das sobras da produção de rolhas, é que, com o uso deste material, se aumentou a sustentabilidade e a flexibilidade das espumas o que pode aumentar a gama de aplicações do material. E com o recurso à impressão 3D a UA abre as portas à produção de espumas com estrutura celular na exata medida das necessidades.

A impressão 3D apresenta diversas desvantagens relativamente às técnicas convencionais, como é o caso dos custos e tempos necessários para a produção das espumas. No entanto, aponta o investigador, apresenta também múltiplas vantagens. “Com recurso a esta técnica, não é necessário a produção de protótipos sendo também possível construir peças com geometrias impossíveis de se obter com recurso a outras técnicas. É ainda possível produzir peças personalizadas”, diz o investigador.

Para além de Nuno Gama, também os investigadores do CICECO Artur Ferreira e Ana Barros-Timmons participam neste projeto de uma equipa que tem uma larga experiência na produção de espumas de poliuretano, para serem utilizadas como isolantes térmicos, sempre a partir de recursos renováveis.

“Neste trabalho foi dado enfoco no isolamento térmico, mas o aumento da flexibilidade que a cortiça proporcionou, pode aumentar a gama de aplicações do material, como por exemplo na absorção de vibrações ou energia sonora”, esclarece Nuno Gama.

O custo associado hoje à produção de espumas 3D torna inviável produzir painéis para o isolamento de habitações, mas com a diminuição dos custos associados à técnica, “poderá no futuro tornar viável a utilização destes materiais no isolamento de produtos com elevado valor acrescentado”.

Fonte: Uniplanet

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

É um abrigo móvel para deslocados, “cria” água potável e ganhou um prémio

Criado por uma professora e uma antiga aluna da Universidade de Évora, o projecto Nautilus, que ainda está a ser desenvolvido, venceu o concurso Born from Knowledge de 2019.
Fonte: Público
Um abrigo transportável para deslocados, como refugiados, que incorpora um novo material que recolhe, aproveita e converte humidade em água potável foi concebido por uma antiga aluna e uma professora da Universidade de Évora, agora premiadas pelo projecto.

O projecto, intitulado Nautilus, foi desenvolvido por Inês Secca Ruivo, professora no Departamento de Artes Visuais e Design da Escola de Artes da Universidade de Évora (UÉ), e Cátia Bailão Silva, antiga aluna da academia alentejana. Em comunicado, a UÉ explica que o “sistema de abrigo transportável com capacidade de recolha, aproveitamento e conversão de humidade em água potável” que ambas conceberam foi galardoado, recentemente, no concurso Born from Knowledge (BfK) Ideas 2019, conquistando o 1.º prémio na categoria de Materiais e Tecnologias Avançadas de Produção.

A professora Inês Secca Ruivo, contactada pela agência Lusa, adiantou que este conceito de abrigo de emergência foi desenvolvido no âmbito do mestrado em Design da antiga aluna Cátia Bailão Silva, sob sua coordenação. “O projecto tinha a investigação feita, estava desenvolvido conceptualmente e, em 2016, desafiei a Cátia para desenvolver as soluções tecnológicas afectas ao produto, para avançarmos para um pedido de patente”, disse a docente.

A antiga aluna não pôde participar nesta fase, mas Inês Secca Ruivo desenvolveu “toda a componente tecnológica do projecto” e, em 2017, avançou-se para “o registo de patente nacional e europeia pela UÉ, com o nome das duas autoras”, processo esse que se encontra, actualmente, em “fase final” de conclusão.
Foto

Este prémio no concurso BfK Ideias 2019, promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, através da Agência Nacional da Inovação (ANI), dá “alento”, congratulou-se a professora, realçando tratar-se de um galardão atribuído por “um júri especializado e num contexto exigente”, num concurso em que “participaram 30 instituições de ensino superior”. Ao mesmo tempo, é “uma oportunidade”, pois, os vencedores desta e das outras categorias “têm entrada directa na fase seguinte que é o BfK Rise”, que vai ajudar no “desenvolvimento mais aprofundando e em maior detalhe dos modelos de negócios afectos aos projectos”.

O abrigo de emergência concebido na tem um sistema fácil de montagem e desmontagem e conta com a incorporação de “um novo material com propriedades hidrófilas e hidrófugas”, ou seja, “permite a colecta, recuperação e conversão de névoa em água, bem como o seu armazenamento, tratamento e transporte para posterior consumo”, segundo a academia. “A nossa tenda é para deslocados” e estes tanto “podem ser deslocados internos”, como “refugiados, o que implica “passar a fronteira para outro país”, precisou Inês Seca Ruivo, aludindo a dados deste ano da Organização das Nações Unidas (ONU): “Os deslocados internos representam cerca de 60% dos deslocados no mundo e os refugiados são os outros 40%”.

A geometria e estrutura da tenda foram inspiradas “no molusco nautilus”, tendo sido feitos “estudos de soluções naturais que pudessem ser mimetizadas neste caso, em termos de funcionamento, de recolhimento e de exposição”, diz a docente. O abrigo pode ser montado e desmontado “em quatro passos simples, estimados em cinco minutos”.

Quanto ao novo material desenvolvido, as suas propriedades fazem com que consiga “captar e converter a humidade do ar em água e, por outro lado, acelerar o escorrimento dessa humidade para os contentores armazenados dentro da tenda”, um deles “uma garrafa que torna a água potável e pode ser amovível e transportável” e o outro, “no chão, que acumula água para ser utilizada na higiene ou lavagem de alimentos”.

O projecto ainda está a ser desenvolvido e a equipa vai, agora, ser reforçada, com elementos das áreas de Química, Engenharia Mecânica ou Economia e Gestão. Além disso, avançou Inês Secca Ruivo, o objectivo é testar protótipos em ambiente real, junto de organizações que apoiam deslocados, e, mais tarde, decidir então se a opção passa “pela venda da patente ou por outro tipo de parcerias” para colocar o produto no mercado.

terça-feira, 22 de outubro de 2019

Unique friendship between wolf and bear documented by finnish photographer



Finnish photographer Lassi Rautiainen was able to capture the unlikely “friendship” of a female grey wolf and male brown bear, documenting the unusual pair over the course of ten days in 2013. The duo went everywhere together, hunting as a team and sharing their spoils.
Finnish photographer Lassi Rautiainen was able to capture the unlikely “friendship” of a female grey wolf and male brown bear, documenting the unusual pair over the course of ten days in 2013. The duo went everywhere together, hunting as a team and sharing their spoils.


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domingo, 20 de outubro de 2019

Portuguesa com missão de poupar água ganha prémio de inovação europeu

O prémio foi atribuído pelo trabalho na Trigger Systems, um sistema de rega inteligente que já ajudou a Câmara de Lisboa a poupar mais de 100 mil euros em água.



Aos 25 anos, a jovem agrónoma Sara Guimarães Gonçalves foi uma das vencedoras deste ano dos prémios do Instituto Europeu de Inovação em Tecnologia (EIT) pela sua missão de poupar água através de sistemas inteligentes. Ganhou na categoria EIT Woman, que se destina a destacar projectos desenvolvidos por mulheres na União Europeia.

A vitória foi-lhe atribuída pelo trabalho realizado nos últimos dois anos com a Trigger Systems, uma startup que ajudou a fundar em 2017 para automatizar sistemas de rega em parques, jardins e campos agrícolas, quando estava no último ano da faculdade. A cidade de Lisboa já tem o sistema instalado no Parque Eduardo VII, no Jardim da Estrela, nos Jardins do Campo Grande e na Quinta das Conchas.

“É sempre um pouco paradoxal ganhar numa categoria destinada a eleger mulheres. Por um lado, o reconhecimento é óptimo, mas, por outro, espero que daqui a uns anos este tipo de prémios deixem de ser necessários”, admite ao PÚBLICO Sara Gonçalves, pouco depois da cerimónia de entrega de prémios do EIT em Budapeste. Apesar da licenciatura em Agronomia, aprendeu a programar durante um projecto no último ano da faculdade e está agora a meio de um mestrado em Bioengenharia. “Ainda há muito preconceito em relação às mulheres nestas áreas, mas é preciso deixar de olhar para o género. É preciso existirem tantas mulheres como homens a trabalhar na área de inovação a tecnologia.” Além do reconhecimento, o prémio vem acompanhado de 20 mil euros que Sara Gonçalves diz que vão ser utilizados para continuar a desenvolver o produto.

“O próximo passo é arranjar mais parceiros em Portugal e depois em Espanha, França e Brasil”, prevê Sara Gonçalves, que trabalha lado a lado com Francisco Manso, outro engenheiro agrónomo, mas com mais 20 anos de experiência na área.

A tecnologia depende de uma plataforma online em que são programados algoritmos que são capazes de prever a quantidade de água de que as plantas precisam – o resultado é enviado para o equipamento que está a ser instalado em jardins públicos, campos de golfe e quintas por todos o país.

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sábado, 19 de outubro de 2019

Cinco espécies portuguesas que dependem da madeira morta

Um grupo de cientistas defendeu na semana passada a importância de deixar a madeira morta nas florestas. Aqui ficam cinco espécies para as quais isso fará toda a diferença.

Quer seja uma árvore morta (de pé ou caída no chão), quer seja madeira morta em decomposição em árvores ainda vivas – como em cavidades, ramos e tumores -, é importante deixá-la ficar nas florestas e bosques. Foi isso que disse um grupo de investigadores alemães na semana passada.

“A madeira morta em decomposição é um elemento essencial nas nossas florestas”, disse à Wilder João Gonçalo Soutinho, coordenador do projecto VACALOURA.pt. É a base de microhabitats para inúmeras espécies.

A decomposição de madeira “permite manter os ciclos de nutrientes destes habitats, ajuda a reter humidade e a suportar os solos”, acrescentou.

Mas, acima de tudo, sustenta “um grande número de seres vivos que evoluíram para degradar e decompor esta madeira”, havendo espécies que se especializaram em determinadas espécies e estruturas das árvores.

Na verdade, entre 25-30% das espécies que vivem nas florestas a nível mundial precisam de madeira morta durante algum momento da sua vida e usam-na, por exemplo, para se alimentarem, hibernarem ou nidificarem e todos estes organismos são chamados saproxílicos.

Aqui ficam cinco espécies que dependem da madeira morta para sobreviver. João Gonçalo Soutinho explica os contornos destas relações.


Vaca-loura (Lucanus cervus):
Vaca-loura. Foto: João Gonçalo Soutinho


A vaca-loura alimenta-se de raízes mortas de carvalho-alvarinho (Quercus robur). “Tem um ciclo de vida de dois a três anos no nosso país, durante o qual passa a maior parte do tempo a ingerir e degradar a madeira morta”, explicou João Gonçalo Soutinho. “Esta espécie permite que a decomposição da madeira por fungos e bactérias possa ser acelerada posteriormente.”

O maior escaravelho europeu é apenas uma das espécies de escaravelhos que existem em Portugal que se alimentam de madeira morta durante o seu desenvolvimento. Escaravelhos saproxílicos são um dos grupos mais diversos de fauna dependente destas estruturas e, de acordo com as últimas estimativas, 17.9% das espécies europeias encontram-se em risco de extinção, principalmente pela falta e destruição dos seus habitats.

Mas há muitos mais invertebrados sem ser escaravelhos que dependem de madeira morta, como moscas, abelhas, vespas, formigas, borboletas, traças, térmitas, entre outros. “Estes não só degradam a madeira morta mas também degradam os cogumelos que crescem nela, predam e controlam populações de outros organismos, são a base de cadeiras alimentares destes ecossistemas e muitos são ainda polinizadores quando se transformam em adultos.” 


Cogumelo Trametes versicolor:
Foto: Jerzy Opioła/WikiCommons


Há uma panóplia de espécies de fungos exclusivos de madeira morta, como os políporos (que parecem prateleiras nas árvores) como o cogumelo Trametes versicolor ou o Formitopsis pinicola e uma parte deles é também comestível e pode ser usado para, por exemplo, começar fogueiras (uma vez que grande parte são lenhificados). Muitas vezes, cada espécie de fungo tem outras espécies de organismos associados que são capazes de decompor os seus cogumelos. É um mundo a descobrir.

O processo de decomposição da madeira morta só acontece realmente quando envolve fungos e bactérias que têm o papel de transformar a matéria orgânica em inorgânica novamente. A forma como a madeira é colonizada por fungos dita a forma como será decomposta uma vez que há fungos que são capazes de decompor todos os elementos da madeira, mas outros nem por isso.


Pica-paus:
Pica-pau-malhado-grande. Foto: Flevobirdwatching/WikiCommons


Além das corujas que usam grandes cavidades das árvores para nidificarem, há um grupo particular de aves extremamente especializadas e dependentes de madeira em decomposição, os pica-paus.

Em Portugal podemos encontrar várias espécies, como o pica-pau-malhado-grande (Dendrocopus major), o pica-pau-malhado-pequeno (Dendrocopus minor) e o peto-verde (Picus viridis).

Os pica-paus têm uma dieta que inclui várias espécies de invertebrados que se desenvolvem na madeira morta, normalmente sob a casca das árvores. Além disso são o grupo mais importante de aves que criam e usam orifícios nas árvores para nidificarem.

Estas aves são excelentes a criar estes orifícios, mas normalmente só os usam uma vez, deixando-os para outras espécies de aves – como chapins, trepadeiras e piscos – nidificarem no futuro (as caixas ninhos que normalmente construímos em madeira e colocamos nas árvores têm exatamente esta finalidade).

Os pica-paus são espécies chave nas florestas pois criam abrigo para espécies que não conseguem criar os orifícios. 

As cavidades criadas por estas espécies, além de darem proteção contra predação e abrigo contra condições meteorológicas extremas para outros vertebrados, são também zonas com variações muito reduzidas da temperatura e da humidade e por isso são locais ideias para os ciclos de vida de muitos seres vivos.


Morcego-anão (Pipistrellus pipistrellus):
Morcego-anão. Foto: Gilles San Martin/Wiki Commons


O morcego-anão (Pipistrellus pipistrellus), juntamente com o morcego-arboricola-gigante (Nyctalus lasiopterus) são outras espécies que dependem da madeira morta. Estes encontram nas árvores excelentes locais para se abrigarem, por vezes debaixo da casca das árvores.

São exemplos de outros vertebrados sem ser aves que usam a madeira morta durante a sua vida.

Mas há muitas outras espécies que usam as cavidades que se formam na madeira morta, principalmente como abrigo (e usam desde cavidades com três centímetros que foram escavadas por algum escaravelho, até as grandes cavidades que se assemelham a pequenas cavernas) ou local de hibernação/estivação.

Podemos ainda encontrar associados a madeira morta e os seus microhabitats espécies de mamíferos, como as martas (Martes foina) ou as raposas (Vulpes vulpes).


Salamandra-de-pintas-amarelas (Salamandra salamandra):
Salamandra-de-pintas-amarelas. Foto: Agis Kothalis/WikiCommons


A salamandra-de-pintas-amarelas (Salamandra salamandra) é uma das espécies de anfíbios de Portugal que depende destes ecossistemas, assim como o sapo-comum (Bufo spinosus).

Esta salamandra procura abrigar-se debaixo de troncos durante os meses mais quentes do Verão. Além disso, alimenta-se de muitos pequenos animais que vivem na madeira morta, como lesmas, bichos-de-conta, aranhas e outros invertebrados.


Portugal, um país com pouca madeira morta disponível

Há uma grande variedade de espécies que dependem da madeira morta em Portugal.

No entanto, somos, de acordo com dados de 2015 citados por João Gonçalo Soutinho, o 4º país da Europa com menos madeira morta disponível nas suas florestas.

Isto acontece “fruto de uma cultura generalizada de colheita deste material para usufruto privado, mas também por uma falta de reconhecimento e valorização pública da madeira morta como estrutura essencial à gestão sustentável das nossas paisagens”.

No entanto há projetos a trabalhar para valorizar estes ecossistemas. Exemplos são o projecto VACALOURA.pt que promove a conservação da vaca-loura a nível nacional partindo da ajuda dos cidadãos, utilizando esta espécie como um símbolo para sensibilizar sobre a importância destes habitats e ainda como motivo para preservar a madeira morta em determinados locais um pouco por todo o país.

Há também a uma escala local o Projecto Gigantes Verdes que promove, no Município de Lousada, a preservação das árvores de grande porte devido ao seu valor ecológico, caracterizando todas as árvores de grandes dimensões relativamente à diversidade de microhabitats que albergam e criando mecanismos que promovam a sua proteção.

Há ainda iniciativas pontuais de manutenção de madeira morta para fins de conservação um pouco por todo o país, principalmente em florestas protegidas, mas a grande parte da madeira morta disponível no país é fruto dos incêndios e posterior gestão.

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

O que é o Codex Alimentarius?


Traduzindo diretamente do latim, o Codex Alimentarius é o código alimentar. Este engloba uma série de regras, gerais e específicas, relativas à segurança alimentar, formuladas com o intuito de proteger a saúde dos consumidores e assegurar práticas justas no comércio alimentar. Os produtos para o consumo local, ou para exportação, devem ser seguros e de boa qualidade. Para além disso, é imperioso que os alimentos não sejam portadores de agentes patogénicos, passíveis de prejudicar animais ou plantas nos países importadores.

O Codex Alimentarius foi desenvolvido conjuntamente, nos anos 60, por duas Organizações das Nações Unidas: a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (Food and Agriculture Organization, FAO) e a Organização Mundial de Saúde (OMS). O seu propósito foi o de orientar e promover o desenvolvimento e criação de definições e exigências para os alimentos, a fim de contribuir para a sua harmonização, facilitando, desta forma, o comércio internacional. A maioria da população do mundo vive nos 166 países membros do Codex Alimentarius, e por este motivo, participam no desenvolvimento de normas, e, muitas vezes, na sua implementação a nível nacional e regional.

O Codex é um marco de referência de utilização internacional

Embora as regras adotadas pelo Codex Alimentarius não sejam vinculativas, do ponto de vista jurídico, elas possuem um elevado peso e tem uma base científica reconhecida. Quando se torna apropriado, a Organização Mundial do Comércio, utiliza as normas do Codex para resolver litígios comerciais, relativos a produtos alimentares. O Codex serve quase sempre de base para a elaboração de normas e leis regionais ou nacionais. Na sua essência, a influência do Codex Alimentarius estende-se a todos os continentes, e a sua contribuição para a protecção da saúde pública e para as práticas justas na indústria alimentar é imensurável.

Na sua essência, a influência do Codex Alimentarius estende-se a todos os continentes, e a sua contribuição para a protecção da saúde pública e para as práticas justas na indústria alimentar é imensurável.

As normas do Codex podem ser gerais ou especificas para um produto

O Codex Alimentarius abrange milhares de normas, podendo ser generalistas, aplicáveis a todos os alimentos, ou específicas para determinado alimento ou produto. As normas gerais incluem regras relativas à higiene, rotulagem, resíduos de pesticidas e medicamentos veterinários, sistemas de controlo e certificação de importações e exportações, métodos de análise e amostragem, aditivos, contaminantes, nutrição e alimentos destinados à utilização dietética específica. Para além disso, existem normas para todos os tipos de alimentos e produtos alimentares, desde frutas e vegetais frescos, congelados e processados, sumos de frutas, cereais e leguminosas, passando também pelas gorduras e óleos, peixe, carne, açúcar, cacau e chocolate, leite e produtos lácteos.

Como são elaboradas as normas?

O Codex Alimentarius é gerido pela Comissão do Codex, um organismo intergovernamental no qual todos os países membros têm direito de voto. Várias comissões de especialistas são responsáveis pela elaboração das normas, que posteriormente são aprovadas pela comissão.

Uma norma nasce quando um governo nacional, ou um comité da Comissão do Codex, propõe a criação de uma regra sobre um tema particular ou um produto alimentar. Caso a Comissão do Codex (ou o seu Comité Executivo) aprove a necessidade de desenvolver uma norma, o Secretariado da Comissão elabora uma proposta de projeto e apresenta-a aos governos dos países membros para a sua apreciação. Em seguida, os comentários são revistos pelo Comité, podendo apresentar uma proposta escrita para a norma dirigida à Comissão. Se esta aceitar a norma proposta, ela será enviada para os governos num processo gradual, que culminará num projecto final, tornando-se numa norma do Codex. O desenho do sistema foi construído para alcançar um consenso tão abrangente quanto possível, motivo pelo qual o número de passos varia entre cinco e oito. Todo este processo pode demorar vários anos. Enquanto isso, a respectiva comissão, com o apoio da secretaria, vai alterando e adaptando os detalhes, quando necessário. Ocasionalmente, algumas etapas podem ser repetidas. Uma vez adoptada pela Comissão, a norma é acrescentada ao Codex Alimentarius o código alimentar mundial.

Página Oficial

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

domingo, 6 de outubro de 2019

Amália e o Estado Novo


Depois do 25 de Abril de 1974, Amália Rodrigues sofreu uma certa indiferença por parte de políticos portugueses, dificultando o contacto com o público português porque a imagem da fadista estava associada ao Estado Novo e a ditadura portuguesa.

Após a sua morte em 1999, o escritor José Saramago revelou em Paris que a Amália “celebrada pelo salazarismo” fez chegar dinheiro ao Partido Comunista Português que na época trabalhava na clandestinidade. Testemunhos reunidos ao longo dos anos foram confirmar que a artista não só se limitou a ajudar pobres e as famílias dos presos políticos, mas apoiou economicamente, por diversas vezes, portugueses exilados, amigos anti-fascistas e tentou influenciar a libertação de presos políticos, nomeadamente de Alain Oulman, o compositor com quem colaborou nas décadas de 60 e 70.

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

The little-remembered philosopher who translated Gandhi’s ideas for Americans


October this year marks Mahatma Gandhi’s 150th birthday. One of the 20th century’s most iconic figures, Gandhi’s legacy defines how many people think about peace, self-reflection and the path to a more just world.

Much less celebrated is Gandhi’s friend and follower, the American pacifist Richard Bartlett Gregg.

Gregg never made any significant speeches, so no grainy newsreels feature his words. And his books are not required reading in college courses.

Gregg has nonetheless been an influential figure in taking forward Gandhi’s message regarding the power of nonviolence. Gregg explained Gandhi’s ideas in a way that made sense to a Western audience. His books even influenced Martin Luther King Jr.‘s understanding of nonviolent resistance.

Discovering Gandhi

My own interest in Gregg was something of an accident. I am a political scientist with interest in peace activists as agents of change. I learned of Gregg a few years ago from a colleague, who told me that dozens of Gregg’s personal notebooks were moldering in a yurt on a farm up in northern Maine. These journals soon became the subject of my scholarship.

Gregg discovered Gandhi in a journal article he read in a bookstore in Chicago in 1924. Deeply impressed by Gandhi’s philosophy, at the age of 38, Gregg, a largely self-taught scholar, resolved to study with him in India.Gregg was born to a Congregational minister in 1885. It was a time of rapid industrial growth and industrial conflict, as railroads and industrialization proceeded quickly.

In a long letter to his family explaining his decision to move to India, Gregg said he was so profoundly disenchanted with the violence of American labor relations and the American system that he sought alternatives.

As I write in my forthcoming book, Gregg arrived at Sabarmati Ashram in the western Indian state of Gujarat in early February 1925. Gandhi, just released from prison, returned to his home at the ashram a few days after Gregg arrived.

During an evening walk, Gregg writes in his notes, he told Gandhi why he had come to India:

“I felt at first awed by his presence, but he listened attentively to what I said and made me feel entirely at ease,” Gregg recalls.

It was the start of a 23-year friendship that ended only with Gandhi’s death on Jan. 30, 1948.

Understanding nonviolence

Gregg spent those years traveling, teaching and studying in India.

At the time, a pacifist movement was emerging around the world. Pacifists are those who believe in confronting both domestic and international violence with peaceful resistance.

Gregg learned more deeply about Gandhi’s own strategy of nonviolence and in his first four years with him and wrote an important book, “The Power of Nonviolence,” which provided guidance on how to make pacifism more effective.

Gregg argued that onlookers should see the violent assailant, when confronted by nonviolent resistance, as “excessive and undignified – even a little ineffective.”

This was a tactic that Gandhi had used with enormous effect during the Salt March against Britain’s domination of India in 1930. The march demonstrated Gandhi’s ability to mobilize tens of thousands of Indians, who were forced to pay a salt tax to the British colonialists.

The peaceful demonstrators, who followed Gandhi to the Arabian Sea Coast to make their own salt, were beaten up and more than 60,000 arrested by British troops. The world watched, appalled at the repression of the British colonial rule.

Learning from Gandhi, Gregg also wrote that nonviolent protests should serve as a media spectacle. He knew nonviolence was not passive resistance: It was an active planned strategy that required intense – even military-style – training, both physical and spiritual.

This was controversial and shocking to many pacifists. But Gregg insisted that nonviolent protest represented a war of its own.

Simplicity and harmony

Gregg learned Hindi during his time with Gandhi and came to understand the Gandhian values of simplicity, self-reliance and how to live in harmony with the world.

Gandhi encouraged each home to have its own spinning wheel so Indians would not have to depend on cloth made in British factories. Gregg embraced the philosophy behind each Indian home spinning its own khadi cloth and became a leading advocate of organic farming and simple living.

Like Gandhi, Gregg believed that a peaceful world could only come about as humans developed inner peace and recognized their harmony with nature.

In 1936 Gregg published The Value of Voluntary Simplicity, a term he coined while serving as director of the Quaker retreat at Pendle Hill in Pennsylvania. In that post, he continued to build on Gandhi’s belief in simple living and harmony with nature as part of the true path to peace.

He was not, however, a Quaker; he remained deeply Christian.

Although he rejected Marxism and Soviet-style socialism, Gregg came to believe that the only solution to violence and injustice lay in a complete transformation of production and consumption.

What Gregg brought to America

There is no doubt that Martin Luther King Jr. was aware of Gandhi’s ideas from other sources. But Gregg’s book, “The Power of Nonviolence,” deeply affected how he thought about passive resistance. Gregg put these ideas in a context that more closely fit the American civil rights struggle.

I argue, King’s writing during this period carried very similar themes and perspectives to those laid out by Gregg. King made the distinction that nonviolent resistance was not cowardice but rather a brave act that required great training.

In 1959, King wrote the foreword for “The Power of Nonviolence,” having already become deeply familiar with Gregg’s earlier editions of the work. It went on to be published in 108 editions in six languages.

On the 150th anniversary of Gandhi’s birth, Gregg’s role in translating the Mahatma – meaning a great soul – for a Western audience and in being an early advocate of simplicity is worth commemorating, too.

How deeply he understood Gandhi’s ideas is evident in Gandhi’s own words, recorded in a personal letter to him from a friend in India:

“If you understood me as well as Richard Gregg does,” he once said to a group of Indian independence leaders, “I would die happy.”