sexta-feira, 29 de abril de 2016
Sementes Livres no Biosfera
quinta-feira, 28 de abril de 2016
Video campanha - "Um dia, os sacos de plástico serão apenas uma memória."
Que os sacos de plástico descartáveis sejam apenas uma memória no futuro from Quercus on Vimeo.
quarta-feira, 27 de abril de 2016
Zygmunt Bauman: pensamentos profundos num mundo líquido
Hokusai Says, read by Mark Williams for the Mindfulness Summit
terça-feira, 26 de abril de 2016
Documentário- "Nascidas em 1948" (Born in 48) - versão original, com legendas em Inglês
segunda-feira, 25 de abril de 2016
Dia da Liberdade - 25 de Abril sempre.
O símbolo do dia 25 de abril é o cravo, a flor que a população colocou nas armas dos militares neste dia.
Após a revolução foi criada a Junta de Salvação Nacional que nomeou António de Spínola como Presidente da República e Adelino da Palma Carlos como Primeiro-Ministro.
Os dois anos seguintes foram de grande agitação social, período que ficou conhecido por PREC (Processo Revolucionário em Curso).
Desta forma o dia 25 de abril é conhecido como o Dia da Liberdade em Portugal e o dia da Revolução dos Cravos, sendo um feriado nacional onde se recorda a importância da liberdade no país.
domingo, 24 de abril de 2016
sábado, 23 de abril de 2016
Documentário: "Fractured Country - An Unconventional Invasion"
sexta-feira, 22 de abril de 2016
This EarthDay, let's celebrate by promising to protect our precious earth every day!- Feliz Dia da Terra!
Be Inspired By 7 Nature-Loving Customs From Around The World!
This interactive shows every state's warming trend since the first Earth Day http://
Why This Earth Day Is Different
Sítios e ONG
1 Milion Women
Global Fund for Women
quinta-feira, 21 de abril de 2016
Cidades Cicláveis, Cidades Inteligentes
quarta-feira, 20 de abril de 2016
Documentário- "Laboratórios de Natureza"
terça-feira, 19 de abril de 2016
Agostinho da Silva, Pensador Universal do Tempo Presente
segunda-feira, 18 de abril de 2016
História da tua escravidão: liberta-te da Matrix
A História da tua escravidão! Governos sempre acabam escravizando a Humanidade! Em tempos tribais, seres humanos produziam o que consumiam. E só! Não havia excesso de produção, logo, não fazia sentido possuir escravos, pois o escravo não podia produzir excedente que pudesse ser roubado pelo seu senhor. Quando vacas começaram a produzir excedentes de leite e carne, possuir vacas passou a valer a pena. Devido a melhoramentos tecnológicos, escravos humanos produziam mais excedentes. Enorme excedente agrário foi base do CAPITAL que moveu a REVOLUÇÃO INDUSTRIAL. A classe dominante percebeu que poderia tornar seu "gado" (humano) mais produtivo.
domingo, 17 de abril de 2016
Curta-metragem: "Got Oil in Your Pension?" from Leo Murray
sábado, 16 de abril de 2016
The Hidden Math in Art
A different beat
“Music is the pleasure the human mind experiences from counting without being aware that it is counting.” – Leibniz
For me, one of the most exciting revelations has been that even the art of the written word has mathematics hidden inside it. Poets, playwrights and novelists have all played around with exciting forms and patterns and frameworks that have mathematical shapes to them.
In my radio series The Secret Mathematicians, I have explored the artistic practices of a whole range of composers, writers, architects and artists. Through their work I look at the range of mathematical ideas they have been drawn to, sometimes consciously but often quite unconsciously.
Philip Glass is fascinated by the power of number to create rhythms that draw the listener into his meditative world, rhythms that nature beats to. The Argentinian writer Jorge Luis Borges strove to find an explanation for the shape our finite universe by writing The Library of Babel; and Zaha Hadid’s parametricism movement is helping to seed our urban environment with forms that are both mathematical and natural at heart.
In my programme on visual art, I investigate how Renaissance artists helped mathematicians of the period rediscover shapes first found by the ancient Greek mathematician Archimedes – their descriptions had been lost over time, but they were uncovered through developments in drawing.
I find a hyper-dimensional solid in one of Salvador Dalí’s most famous works, Crucifixion (Corpus Hypercubus), and discover how Jackson Pollock was unconsciously tapping into geometric structures called fractals – shapes that mathematicians only discovered in the 20th Century. The US artist was a secret mathematician by virtue of his lack of balance and penchant for alcohol, using what mathematicians call a ‘chaotic pendulum’ when staggering around to create his drip paintings.
Anish Kapoor originally wanted to be an engineer but gave up after finding the maths too challenging. Yet his works reveal an extraordinary sensitivity to mathematical structures, shapes that are universal and not bound by cultural reference. His 2009 tower of spherical balls, called The Tall Tree and the Eye, created reflections that are fractal in nature, while his hyperbolic mirrors distort our environment to create a strange new perspective on the world. Kapoor’s curved mirrors provide a lens to see the universe as it really is: curved, bent, where light is warped on its way through space and our intuition is turned inside out.
sexta-feira, 15 de abril de 2016
Encontros improváveis: Maria Gabriela Llansol e 2 Cellos - "The Book of Love" (from Peter Gabriel)
quinta-feira, 14 de abril de 2016
Falta de água pode tornar o mundo vegetariano
quarta-feira, 13 de abril de 2016
Documentário- Seeding Fear
terça-feira, 12 de abril de 2016
Flight over Ireland
Flight over Ireland from leprechaun on Vimeo.
A pirate poet could become Iceland’s next prime minister—but she says she doesn’t want the job
segunda-feira, 11 de abril de 2016
2016- Ano Internacional da Misericórdia (discurso ecuménico do Papa Francisco)
A maioria dos habitantes do planeta declara-se crente.
Isto deveria ser motivo para o diálogo entre as religiões.
Não devemos deixar de rezar por isso e colaborar com quem pensa de modo diferente.
Confio em Buda.
Creio em Deus.
Creio em Jesus Cristo.
Creio em Deus, Alá.
Muitos pensam de modo diferente, sentem de modo diferente, procuram Deus ou encontram Deus de muitos modos.
Nesta multidão, nesta variedade de religiões, só há uma certeza que temos para todos: somos todos filhos de Deus.
Creio no amor.
domingo, 10 de abril de 2016
William Elliott Whitmore - Don't Need It (Curly Tonic & Franz S. Rework) - True Detective Follow Up
Hand me that hammer
hand me that saw
don't hand me down that walkin' cane
I don't need it at all
I'm gonna build me a home
gonna build it with my hands
gonna keep the rain off my head
gonna keep the mosquitos from getting fed
Don't need 'em at all
The river she's a giver
the river she takes away
gonna row my boat to the other shore
won't think about my troubles anymore
Don't need 'em at all
I should have been a steamboat man
push it on down to Louisiana
here I am working in the field
if the heat don't get you then the sunburn will
Don't need it at all
sábado, 9 de abril de 2016
12 cidades brasileiras que plantam uma árvore para cada bébé que nasce
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Fonte: Razões Para Acreditar |
2. CLEVELÂNDIA (PR)
3. DIAMANTINA (MG)
4. GUARAPARI (ES)
5. ITAPERUNA (RJ)
6. ITUVERAVA (SP)
7. PASSOS (MG)
8. PENÁPOLIS (SP)
9. SÃO CAETANO DO SUL (SP)
10. SÃO JOSÉ DO RIO PRETO (SP)
11. SOROCABA (SP)
12. TRAMANDAÍ (RS)
sexta-feira, 8 de abril de 2016
Encontros improvaveis: Albert Camus e Marc Shagall
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Marc Shagall, A Wheatfield on a Summer's Afternoon,1942 |
In the midst of hate, I found there was, within me, an invincible love.
In the midst of tears, I found there was, within me, an invincible smile.
In the midst of chaos, I found there was, within me, an invincible calm.
I realized, through it all, that…
In the midst of winter, I found there was, within me, an invincible summer.
And that makes me happy. For it says that no matter how hard the world pushes against me, within me, there’s something stronger – something better, pushing right back.
Truly yours,
Albert Camus”
Súplica (Quase Enfática) do Mestre (que se Estreia), Dirigida às Musas da Pedagogia, por Carlos Malpique
quinta-feira, 7 de abril de 2016
Entrevista a Pepe Menéndez - "O problema do ensino é que é muito aborrecido. Nós mudámos o olhar"
quarta-feira, 6 de abril de 2016
Documentário - O Cante é como eu
Documentário - O Cante é como eu
O Cante Alentejano em Ferreira do Alentejo
terça-feira, 5 de abril de 2016
Deleuze fala do verdadeiro charme de uma pessoa: “seus traços de loucura”
segunda-feira, 4 de abril de 2016
Satish Kumar- Precisamos reacender a chama da nossa relação com a Natureza
Outras leituras já postadas no Bioterra
O problema não é a matéria mas o “materialismo”
domingo, 3 de abril de 2016
Documentário: Gorongosa Renascida (Gorongosa Rising)
'Gorongosa Rising' is a new documentary film by Max Miller, Ariel Fisher, Andrew Heskett, Maurianna Zingarelli, and Jason Armbruster that tracks the success of the Gorongosa Restoration Project and its impact on the life of Fernando Ussene who calls the park home.
Mais informação
Página Oficial do Parque Gorongosa
sábado, 2 de abril de 2016
Música do BioTerra: John Maus- Hey Moon
I'm sure we'll find some way to make the time pass
Hey Moon, It's just you and me tonight, every one else is asleep
Hey Moon, if I was to fall, I won't fall so deep
Though I don't, I'm gonna, you can wake me up if you wanna
And your pale round face, make me feel at home in any place I happen to be, a quarter past three
Happy to be, at home asleep
The Moon chase the sun out of the sky, Goodbye sun, the nights begun
The Moon chase the sun out of the sky, Goodbye sunshine, the night is mine
Hey Moon, it's just you and me tonight, every one else is asleep
Hey Moon, if I was to fall, long for some dream
Though I doubt I'm gonna, you can wake me up if you wanna
I would hate for you to hang there all alone the whole night through
Hey Moon, my old friend
Hey Moon, the night is coming to an end
Hey Moon, comeback soon
Entrevista com Edward Osborne Wilson
Um diálogo sobre a Half Earth
No Outono passado, a UC Berkeley sediou o “Half Earth Day”, um simpósio para explorar a ideia de reservar 50% das terras e dos oceanos da Terra para a conservação da biodiversidade. O conceito “Half Earth” foi concebido por E. O. Wilson, o eminente biólogo, duas vezes vencedor do Prêmio Pulitzer e notável mirmecologista (que estuda formigas).
Wilson escreveu em 2016 na revista Sierra: “Somente comprometendo metade da superfície do Planeta com a natureza, podemos esperar salvar a imensidão das formas de vida que a compõem. A menos que a humanidade aprenda muito mais sobre a biodiversidade global e se mova rapidamente para protegê-la, em breve perderemos a maioria das espécies que compõem a vida na Terra. A proposta “Half Earth” oferece uma primeira solução de emergência proporcional à magnitude do problema: deixando metade do Planeta em reserva, podemos salvar a parte viva do meio ambiente e alcançar a estabilização necessária para nossa própria sobrevivência”.
O objetivo ambicioso – que Wilson chama de “luar” – galvanizou os conservacionistas. Muitas organizações ambientais, incluindo o Sierra Club, agora estão pedindo a preservação de 30% da natureza selvagem até 2030 como um trampolim para a meta da “Half Earth”. Na véspera do encontro da UC Berkeley, tive a oportunidade de dialogar com o professor Wilson no Graduate Hotel, em Berkeley.
Gostaria conhecer sua visão sobre a recepção de “Half Earth”. Está surpreso com a forma como as pessoas responderam?
Fiquei surpreso quando foi apresentado meu livro “Half Earth” em 2016. Naquela época, eu esperava que provavelmente receberia muita oposição e críticas, por que ia longe demais e muito rápido. Mas, quando cheguei à reunião quadrienal da União Internacional para a Conservação da Natureza, em Honolulu, onde esperava receber críticas ou muitas objeções e assim por diante, encontrei entusiasmo quase universal.
O que o livro fez foi apenas sugerir que a crise da biodiversidade era um grande problema que poderia ser resolvido de uma só vez. Eu chamei de “Lua cheia”. Porque os esforços de conservação em todo o mundo consistiam em procedimentos direcionados para salvar uma espécie aqui ou ali, ou para salvar um habitat aqui ou ali. E o resultado disso deveria ser a necessária proteção à natureza se os procedimentos fossem intensos e amplos o suficiente para realizá-la. Mas sabíamos, mesmo assim, em 2016, que apenas um quinto das espécies da “Lista Vermelha” da UICN, ou seja, espécies com risco imediato de extinção tinha diminuído a velocidade da extinção por todos esses esforços ao redor do mundo. Eu acho que a maioria de nós percebeu que estávamos alcançando muitas vitórias em uma guerra perdida. E agora parecia apropriado.
Para quem ainda não leu o livro, por que metade? Por que não 35% ou 65%? Quero dizer, tem certo tipo de elegância equitativa – cinquenta e cinquenta – mas por que metade do ponto de vista biológico ou ecológico?
Cheguei a esse ponto em parte pelo motivo que você acabou de sugerir, que é fácil de lembrar. E metade era, como se vê, um objeto robusto a ser levantado. Mas isso iria longe para resolver todo o problema em todo o mundo. Em particular, das minhas medições teóricas do que sabíamos sobre extinções e processo de extinção, metade seria suficiente para salvar provavelmente mais de 80 por cento de todas as espécies da Terra, talvez 85 por cento.
Agora, quando cheguei a essa figura, voltei e pensei na teoria que um jovem professor da Universidade de Princeton, Robert MacArthur, e eu idealizamos quase 50 anos antes. Eu era um jovem professor em Harvard e decidi ver se poderíamos elaborar uma projeção de como a área afeta o número de espécies, porque estávamos interessados no que determina a variedade de vida em uma ilha, uma pequena ilha, uma ilha de tamanho médio e assim por diante. E finalmente reconhecemos que o que estávamos fazendo se aplicava também às reservas naturais.
Esta é a ideia da biogeografia de ilhas?
Isso está correto, a Teoria da Biogeografia de Ilhas. E tem um resultado, que é imediatamente relevante no momento. Nesse período, cerca de 15 por cento da Terra foi colocada em reservas explicitamente para tentar proteger as espécies animais e vegetais existentes, a biodiversidade existente. Quinze por cento da terra e cerca de 7,5 por cento do mar. (Esse valor para o mar não é, propriamente, oceano aberto, mas águas territoriais.) Portanto, 15 por cento e 7,5 por cento o que significaria para nós se continuássemos com esses números?
Acontece que faríamos muito melhor do que pensávamos que estávamos fazendo [por causa] da Teoria da Biogeografia de Ilhas. Isso se baseia nas medições reais que mostram que o número de espécies em uma ilha (ou em uma reserva) aumenta à medida que a quarta raiz – você sabe, a quarta vez na figura – a área aumenta.
Se isso for verdade, a economia de cerca de 10 por cento da área em que você deseja proteger a fauna e a flora permitiria economizar até 50 por cento da espécie.
Então comecei a pensar: precisamos de um disparo para a Lua. Precisamos fazer uma coisa importante na qual as pessoas possam se reunir para resolver o problema. E eu disse para mim mesmo: OK, por quanto devemos estar realmente prontos para lutar? E me ocorreu que 80 por cento ou 85 por cento parecia muito bom. Então, quanta terra seria? Metade.
O que estou ouvindo é que o conceito Half Earth é, de certa forma, a biogeografia de uma ilha escalada para uma ilha que está flutuando no espaço.
Sim, a figura da metade saiu da biogeografia da ilha. Na verdade, é mais do que apenas um palpite. Pelos bancos de dados, eu sabia que, se pudéssemos economizar metade de uma determinada reserva, estaríamos em algum lugar na proximidade – pelo menos numa previsão – de que 85 por cento das plantas e animais seriam salvos.
Dado que ainda somos muito tímidos quanto à metade do objetivo, o que precisa acontecer politicamente, globalmente, para cumprir esse objetivo? Os números sobre os quais tenho conhecimento estão tentando chegar aos 30 por cento até o ano 2030 e 50 por cento até meados deste século. Sem dúvida existe o ângulo político, e também o ângulo científico. Você escreveu sobre o quão pouco sabemos sobre o Planeta inteiro e sobre todos os seus muitos, muitos habitantes. Há mais pesquisas que precisam ser feitas para nos informar também sobre isso?
Bem, temos que começar de algum lugar. Gosto de citar John Kennedy, quando ele anunciou que colocaríamos um homem na Lua numa década. Ele não disse em seu famoso discurso, “Vamos, até o final desta década, fazer progressos significativos no sentido de colocar um homem na Lua e trazê-lo de volta para casa”. Ele disse: “Nós vamos colocar um homem na Lua e trazê-lo de volta até o final desta década” Então foi realmente importante, na minha mente, que fazer uma coisa semelhante: Nós vamos colocar metade da superfície da Terra, que contém quantidades substanciais de flora e fauna nativas em reserva pela natureza. E mantendo-a assim, nós vamos salvar a grande maioria das espécies na Terra.
Quando olho para o cenário da política ambiental, parece-me que as mudanças climáticas sugam muito ar da sala. E, no entanto, há essa crise dupla da emergência da extinção. Você às vezes tem a sensação de que essa outra crise de gêmeos não está recebendo tanta atenção?
Bem, existe a possibilidade de que a nossa luta para interromper as mudanças climáticas destrutivas torne a maioria das pessoas, ao redor do mundo, muito mais conscientes das mudanças que precisam ser interrompidas em nível planetário, e a extinção de espécies está nessa categoria.
Deixe-me supor que existem três grandes crises do meio ambiente. O que veremos em breve – está no horizonte – é uma segunda grande crise ambiental e a falta de água doce. A falta de água doce cresce rapidamente, causando alguns dos problemas humanitários mais trágicos no Norte da África e também na América Central, onde as mudanças climáticas destruíram grande parte da agricultura. Muitas das pessoas que esperam vir a este país estão basicamente evitando esse problema. OK, essa é uma segunda grande crise ambiental que estamos começando a tomar consciência, e que ficará cada vez pior.
E o terceiro é o que vocês estão sentados aqui juntos para conversar e essa é a extinção das espécies em massa. Mesmo se você dissesse: “Bem, nós podemos viver com menos variedades de plantas e animais” Deus nos livre de tomarmos uma posição de indiferença desse tipo! Mas, mesmo que o fizéssemos, teríamos que levar em consideração o colapso dos ecossistemas.
Quando você escolhe espécies suficientes – particularmente aquelas que chamamos de espécies-chave, aquelas que têm um grande impacto positivo no resto do ecossistema – você tem uma possibilidade substancial de ver um colapso completo do ecossistema. Então você tem um desses impactos irreversíveis da atividade humana.
Quando você olha para a literatura, existem extinções das espécies que realmente o mantém acordado à noite? Estou pensando como a castanha americana, algo da qual tantas outras espécies dependem. Existem outras espécies com as quais você realmente se preocupa ou digamos um gênero específico?
Eu sou especialista em formigas, certo? E, acredite ou não, existem espécies de formigas ameaçadas de extinção. E assim montei minhas próprias expedições fora de Harvard, para avaliar seu status e descobrir como podemos impedir que essas espécies fossem extintas. Uma é do Sri Lanka. As formigas que costumavam serem dominantes na era dos dinossauros formam uma família inteira, os Aneuretinae.
Eu as redescobri na ilha do Sri Lanka e propus o que precisa ser feito para manter viva essa linhagem antiga. Também recentemente fui à ilha de Vanuatu – antes era conhecida como as Novas Hébridas, perto das Ilhas Salomão na Nova Guiné porque era lá que uma espécie de formigas-do-mato, uma formiga grande e dura, a única espécie desse tipo já conhecida fora da Austrália, onde o tipo é muito comum haviam sido descobertos na Nova Caledônia e aparentemente desapareceram por volta da década de 1880.
Montei uma expedição para encontrá-la em Vanuatu, distante, para garantir que algo interessante ainda pudesse ser salvo. E nós encontramos. E prescrevemos o que era necessário para manter isso vivo.
Agora, uma espécie de formiga num lugar que a maioria das pessoas nunca ouviu falar, não é exatamente um tremor de terra. Mas, o que precisamos criar à nossa frente terá de incluir ações e pesquisas desse tipo, na multiplicidade.
Quero dizer, envolver muitas pessoas para manter todo o Planeta e todas as plantas e animais nele. O papel de cada um pode ser importante. Apenas não descobrimos qual pode ser sua importância. Deveríamos ser capazes de salvá-los por tempo suficiente para entendê-los e descobrir como – espécie por espécie e reserva por reserva – podemos segurá-las.
O destino de uma única espécie de formiga numa única ilha, e a questão de para que serve nos leva de volta ao seu ponto sobre a indiferença. Que é o de que queremos preservar essas espécies, não apenas por seus serviços ecos sistémicos potenciais ou por seus serviços para nós. Elas têm o direito de existir por si mesmas.
Verdade. Elas são preciosas em si mesmas. Além disso, precisamos estudá-las todas eventualmente, para entender como funciona o mundo dos vivos. Precisamos, caso após caso, do estudo de espécies raras, de espécies comuns, de espécies no Equador, espécies do Ártico distante. E precisamos estar constantemente adicionando esse conhecimento e reunindo-o para determinar de onde veio a vida, de onde viemos e o que precisamos preservar para tornar a Terra um lugar habitável, um Planeta para ser nosso lar.
Você é conhecido como um sintetista pegando muitos tópicos e temas diferentes, combinando-os. E você também é conhecido como um grande cientista em seu próprio campo de estudo de formigas. Isso me faz pensar em seu livro “Letters to a Young Scientist”. Qual é a pressão entre a visão microscópica e a visão telescópica?
Esse livro, “Letters to a Young Scientist”, foi de alguma maneira o meu livro de maior sucesso, porque, em parte…, bem, deixe-me colocar desta maneira: é tão americano. O livro poderia ser intitulado “Como Ser um Sucesso na Ciência”. É um livro que tende a desafiar – embora eu não o faça muito explicitamente – todo o conceito de STEM (Science, Technology, Engineering and Mathematics – Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática), que agora domina o ensino.
Fico muito desconfortável em dizer aos jovens que estão entusiasmados em começar nos estudos científicos e fazer parte do futuro da tecnologia, dizendo a eles: “Oh, para ser um sucesso e conseguir esse emprego, você precisa entrar na ciência”. Ah, e, a propósito, se você está entrando na ciência e, digamos, biologia, especialmente, precisará de química. Você tem que estudar química. E enquanto você está nisso, diz a filosofia STEM, para realmente entender a química, você precisa se lembrar de que a química é baseada na física. Então, planeje aprender um pouco de física; pelo menos faça alguns cursos. E enquanto você está nisso, eu tenho que lembrá-lo que a maioria das ciências tem uma base matemática. Portanto, não tenha medo de matemática. Você tem que mergulhar e aprender um pouco de matemática. E quando você tiver todas essas coisas, então você estará pronto para se tornar um jovem cientista.
Eu acho que é esse o clima que estamos criando agora. E sou contra isso vigorosamente. Eu acho que eles conseguiram retroceder. Eu acho que as crianças devem fazer o melhor que podem e seus mentores podem ajudá-las a se tornarem cientistas imediatamente. E então, à medida que desenvolvem entusiasmo, isso inclui, por exemplo, sair e estudar um ecossistema em qualquer lugar e descobrir quais espécies existem e o que estão fazendo. Ou sair e procurar uma espécie rara de sapo que se sabe que existe na área. Esse é o tipo de coisa que deixa as crianças animadas. E uma vez que elas se mexem, como alguém que foi colocado na frente de um piano e adora martelar as teclas, em seis meses você precisa comprar um piano para esse garoto e depois lhe ensinar; esse aluno que começa assim, vai acreditar em você quando diz: “Bem”.
Parece-me que é igualmente aplicável aos cientistas cidadãos e aos naturalistas amadores, siga sua paixão e as descobertas virão, os insights virão.
Isso está correto. Há tantas pessoas que encontram a maior satisfação em suas vidas para sair e apreciar a natureza. E, ao fazê-lo, tornam-se biólogos amadores de campo, aprendendo com os pássaros, aprendendo com os sapos, aprendendo as diferentes espécies de plantas com flores e assim por diante. Esta é uma atividade que cresce rapidamente, de pessoas trazidas de volta à ciência e desfrutando de tudo. E mesmo contribuindo para a ciência, encontrando espécies, vendo o comportamento dos organismos – pássaros, por exemplo, gafanhotos ou formigas – que são muito interessantes. Então essas descobertas são apanhadas pelos cientistas ativos.
Você teve experiências de infância na floresta, pescando, observando pássaros e observando insetos. Hoje, os jovens têm menos acesso. Isso é realmente apenas um reflexo, talvez estejamos muito confusos aqui, digamos que aceitemos sua hipótese de biofilia de que temos esse traço instintivo de afinidade com a natureza selvagem. Como uma espécie cada vez mais urbana, e se houver um interruptor on-off epigenético? Você sabe, isso poderia ser uma característica que poderia atrofiar?
Não tenho certeza sobre isso. Na verdade, vemos na biofilia algo como um verdadeiro instinto humano que é adquirido e manifestado após um período de aprendizado. Na verdade, o que herdamos como instinto é a propensão a aprender uma coisa e não outra.
Por isso, chama-se aprendizado de programa, coevolução da cultura de genes; essa frase é a chave para entender a relação entre hereditariedade e aprendizado no comportamento humano. Por exemplo, quando temos uma variedade de opções a seguir, como espécie, para selecionar determinados ambientes, isso leva automaticamente – dependendo do grau de liberdade que temos sobre onde moramos e qual é nossa renda, etc. –a selecionar determinados ambientes para morar.
As experiências realizadas em todo o mundo descobriram que as pessoas escolhem viver num ambiente com as seguintes características: ficar no alto; ter atrás de você um muro, um penhasco ou uma floresta densa. Você pode olhar para a pradaria cheia de árvores. Em outras palavras, você está olhando para uma savana. E você tem seu local de residência próximo a um corpo de água, todas essas coisas juntas.
E é isso que os experimentos mostraram; é o que as pessoas em todo o mundo preferem, essa combinação. E isso, é claro, quando estávamos evoluindo como espécie, foi o que fez muito diferentes aos nossos distantes antepassados; mais segurança e vida confortável. Para viver um pouco na altura de onde podemos ver os animais que vamos caçar e os inimigos chegando. As pradarias onde vivem os grandes animais, que fornecem boa parte de nossa comida na medida em que somos carnívoros. Então, é claro, água. Água que fornece não apenas a vida, mas também o transporte e a alimentação, principalmente em tempos de seca e dificuldades na terra.
Em termos do que desenvolvemos evolutivamente, você apontou que as espécies que funcionam bem juntas – formigas, cupins e humanos – são as espécies que dominaram o Planeta. E, no entanto, nosso talento para a cooperação também parece cada vez mais – de acordo com muitas métricas – autodestrutivo. Pergunto-me, então, quais são os outros tipos de evidência de cooperação que você vê que o deixam mais esperançoso?
Essa é uma pergunta muito interessante. Deixe-me pensar. Que tipo de cooperação eu vejo? Talvez você possa dizer intrínseco ao comportamento instintivo humano? Eu diria que toda a cooperação, exceto a guerra, ou outras formas de atividade intergrupal violenta. Acredito que a evidência é bastante forte – e agora estamos prestes a entrar em outro assunto – de que a espécie humana, através dos australopitecíneos e primeiros progenitores humanos diretos, através de formas primitivas, como Homo erectus e Neandertais, foi marcada por uma evolução que incluía, como força motriz, a competição entre grupos. Competição de grupo contra grupo, com a cooperação aumentando constantemente como resultado da competição. Porque os grupos que são mais cooperativos entre os membros; acredito, têm sido uma força motriz da evolução.
A maneira como pode ser expresso isso: dentro de grupos, membros egoístas individuais vencem membros altruístas individuais. Mas grupos altruístas vencem grupos de membros egoístas. E essa é uma força motriz que eu acho que foi extremamente importante na formação do que somos. É a melhor característica da espécie humana.