domingo, 28 de fevereiro de 2021

Fidel Castro adverte do desastre ecológico do Brasil em 1992

Filme - "Viagem ao Princípio do Mundo" de Manoel de Oliveira, 1997


O filme gira em torno de um realizador (Marcello Mastroianni), “duplo” de Manoel de Oliveira, numa autobiografia da obra do cineasta português. É um reencontro com as raízes (em duplo sentido literal e metafórico), onde uma velha camponesa (Isabel de Castro) é incapaz de entender a língua francesa falada pelo seu neto criado em França. 
Grande parte do filme é rodado em Melgaço, sobretudo no Peso e em Castro Laboreiro...

sábado, 27 de fevereiro de 2021

Webinar- Dr. William Moomaw: Proforestation - A Simple Solution to an Urgent Problem

Ricardo Rocha: “Atormenta-me o rápido declínio de muitas espécies que consideramos ‘comuns’”

Fonte: Wilder


Ricardo Rocha é investigador de pós-doutoramento do CIBIO-InBIO – Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos, associado à Universidade do Porto e ao Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa.

WILDER: O que espera de 2021 para a Conservação da Natureza em Portugal e no mundo?

Ricardo Rocha: Espero que se faça mais e melhor. No meu ver, o ano anterior acabou por trazer ao de cima – de forma bem dolorosa – três coisas extremamente importantes: i) que a saúde humana e a saúde dos ecossistemas e das espécies selvagens estão interligadas; ii) enfatizou a importância da ciência, tanto fundamental como aplicada, na resolução de problemas locais e globais; e, iii) mostrou-nos a importância de assentarmos as nossas decisões em dados viáveis e de revermos as nossas ações com base em informação rigorosa e actualizada. Em 2021, espero que os decisores políticos tenham a capacidade de incorporar estes ensinamentos numa estratégia concertada de conservação da natureza, que esteja assente em dados científicos sólidos, de acordo com prioridades bem delineadas e em colaboração próxima com investigadores sérios. Estou ciente que dito desta forma, parece um pouco abstrato, mas na prática o que espero para 2021 é que as políticas de conservação de natureza se assentem na filosofia de conservação com base na evidência (do inglês “Evidence-based Conservation”), na qual – com base em ciência – fazemos mais do que funciona, e menos do que não funciona. Aconselho os leitores a explorarem este site https://www.conservationevidence.com/, caso queiram conhecer mais sobre esta forma de fazer conservação. 

W: No seu entender, quais devem ser as prioridades para este ano em prol da natureza em Portugal? E mais concretamente, para a presidência portuguesa da União Europeia?

Ricardo Rocha: A Organização das Nações Unidas designou 2021-2030 como a década do restauro de ecossistemas. Em Portugal temos excelentes exemplos de projectos de restauro de ecossistemas, em particular no que toca ao restauro de sistemas insulares. Veja-se, por exemplo, o trabalho pela SPEA e pelas autoridades açorianas na recuperação da floresta laurissilva da Ilha de São Miguel, lar do Priolo (Pyrrhula murina) ou, mais recentemente, o projecto LIFE Berlengas, finalistas do Prémio Europeu Natura 2000 no ano anterior, na categoria “Conservação”. Eu acho que as prioridades em Portugal devem seguir o mote da década do restauro de ecossistemas, nomeadamente “prevenir, abrandar e reverter a degradação dos ecossistemas” e, mesmo que se usem espécies bandeira – espécies apelativas e capazes de mobilizar um maior apoio para ações de conservação – a estratégia deverá passar por uma visão de ecossistema, que vise repor funções ecológicas importantes (ex. controle de pragas florestais/agrícolas por vertebrados insectívoros) e conservar processos naturais (ex. reciclagem de nutrientes).

No último ano tivemos o anúncio do Pacto Ecológico Europeu que mostra um compromisso grande da União Europeia (UE) com políticas de conservação da natureza. Com a liderança da UE Portugal tem uma oportunidade única para assumir um papel de líder na transição para um mundo mais verde, menos poluído e no qual a nossa espécie vive em maior harmonia com as demais. Espero que Portugal lidere pelo exemplo, começando por projectos e políticas nacionais em linha com o Pacto Ecológico, e ações a nível internacional que desincentivem a destruição de ecossistemas naturais e promovam actividades sustentáveis do ponto de vista ambiental e social. Relativamente ao último ponto, é fundamental que a UE use o seu poderio económico e diplomático, de forma a pressionar os seus parceiros a optarem por políticas que se alinhem com os princípios europeus de defesa ambiental e dos direitos humanos. Em 2019 fiz parte de um grupo de mais de 600 investigadores e ambientalistas que escreveu uma carta na revista Science, na qual apresentavamos um exemplo concreto do que a UE pode fazer neste sentido, na sua relação com o Brasil. Tendo em conta os números assombrosos relativos à desflorestação na Amazónia em 2019 e 2020 (nos últimos dois anos perdeu-se uma área de Amazónia 20 vezes superior à área da Ilha da Madeira), o que escrevemos nessa carta é hoje particularmente relevante. 

W: Quais as espécies ameaçadas que, na sua opinião, precisam de ajuda premente em 2021?

Ricardo Rocha: Infelizmente há toda uma imensidão de espécies em perigo crítico de desaparecer do planeta e que precisam de auxílio urgente – veja-se por exemplo a situação da vaquita Phocoena sinus, um pequeno golfinho endémico do Golfo da Califórnia cujo efectivo populacional poderá ser inferior a uma dezena de indivíduos. No entanto, algo que me atormenta e que recebe menos atenção é o rápido declínio – em termos de abundância e área de distribuição – de muitas espécies que consideramos “comuns”. Por exemplo, a população de rola-brava Streptopelia turtur teve um declínio de 80% nos últimos 15 anos em Portugal. Embora não esteja em perigo crítico de desaparecer, os sinais de alarme estão a tocar e a hora de actuar é agora. O problema é ainda maior para espécies e subespécies que apenas ocorrem num determinado território e para as quais não temos dados populacionais. Veja-se, por exemplo, a situação do Pardal da terra da Madeira Petronia petronia madeirensis, uma subespécie endémica do arquipélago. Qual o seu tamanho populacional? Qual a sua área de distribuição? Está em declínio? É extremamente importante que tenhamos respostas para estas perguntas, antes que estas espécies/subespécies desapareçam debaixo da cortina de fumo de serem comuns. A situação é ainda pior para muitas espécies de plantas e invertebrados.

W: Se coubesse a si decidir, qual seria a principal medida que tomaria este ano para tentar travar a extinção das espécies?

Ricardo Rocha: Promover uma dieta com menos carne. O consumo excessivo de carne é, directa e indirectamente, uma das maiores ameaças à biodiversidade. Isto materializa-se através da destruição de habitats naturais para pasto e produção de rações que são utilizadas para alimentar animais que acabamos por consumir, ou através de um agravamento do aquecimento global através da libertação de gases produzida pelas atividades pecuárias. 

W: Qual, ou quais, os projectos na área da Biodiversidade em que estará a trabalhar em 2021 que mais o entusiasmam?

Ricardo Rocha: Ao longo dos últimos anos tenho estado a trabalhar principalmente em ecossistemas tropicais. No entanto, agora estou a centrar os meus projectos um pouco mais perto de casa, na Macaronésia, com um ênfase particular na Madeira, de onde sou natural. Durante a maior parte de 2021 estarei a fazer trabalho de campo no arquipélago da Madeira, principalmente com morcegos, com vista a conhecer mais sobre a sua ecologia, potenciais contributos ao nível de serviços de ecossistema e necessidades de conservação. Em paralelo conto também trabalhar com outros grupos de vertebrados terrestres do arquipélago, nomeadamente com aves e répteis, sobre os quais sabemos muito pouco.   

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

The truth about nuclear power — neither clean nor green


An enormous amount of fossil fuel is used to mine and mill uranium, to enrich and fashion the nuclear fuel rods, to build the enormous concrete reactor, let alone decommission the radioactive mausoleum at the end of its active life of 40-60 years. Finally, but not least, to transport millions of tons of intensely radioactive waste to some as-yet-to-be-constructed storage site in the U.S. to be kept isolated from the ecosphere for one million years according to the U.S. Environmental Protection Agency.

We all know to our detriment that the combustion of oil, gas and coal creates CO2, the main global warming gas.

According to a definitive study by Jan Willem Storm van Leeuwen and Philip Smith titled ‘Nuclear Power: the Energy Balance’, the use of nuclear power causes, at the end of the road, approximately one third as much CO2 as gas-fired electricity production. The rich uranium ores required for this reduction are limited and the remaining poorer ores in reactors would produce more CO2 than burning fossil fuels directly. Nuclear reactors are best understood as complicated expensive and inefficient gas burners.

They write:

Setting aside the above energetic costs and accepting the nuclear industry’s claim that it is clean and green, and assuming a 2% growth in global demand, all present-day reactors – 440 – would have to be replaced by new ones. Half the electricity growth would be provided by nuclear power and half the world’s coal fire plants replaced by nuclear plants requiring the construction over 50 years of 2,000 to 3,000 1,000-megawatt reactors — one per week for 50 years.

The International Atomic Energy Agency estimates already there are 370,000 tons of high-level radioactive waste in the world awaiting disposal, containing over 100 radioactive elements such as:
  • iodine-129, half-life 16 million years and a thyroid carcinogen;
  • plutonium-239, half-life 24,400 years, a potent alpha mutagen that induces bone carcinogen, lung cancer, leukemia, foetal abnormalities and genetic diseases;
  • strontium-90, half-life 29 years, which causes bone cancer and leukemia; and
  • caesium-137, half-life 30 years, causing muscle sarcomas and cancers of many other organs because it is a potassium analogue and resides in many cells of the body.

Dr John Gofman MD, the discoverer of uranium-233, estimated that if 400 reactors operated for 25 years at 99 per cent perfect containment, caesium loss would be equivalent to 16 Chernobyls. A half-life is multiplied by ten or 20 to give the total dangerous radiological life.

There is no containment that lasts 100 years let alone one million. As these radioactive elements inevitably escape and leak into the environment, they will concentrate at each step of the food chain tens to hundreds of times, for instance through algae, then crustaceans, then small fish, then big fish, then us. They are tasteless, invisible and odourless. Once deposited in human or animal organs, they irradiate a small volume of cells over many years inducing mutation of regulatory genes which control the rate of cell division, thus inducing uncontrolled cell division which is cancer.

Leukemia takes five to ten years to appear post contamination, solid cancers 15 to 80 years. Genetic abnormalities will take generations to manifest.

Animals and plants are similarly affected.

In effect, by creating more and more nuclear waste, we humans will be inducing random compulsory genetic engineering for the rest of time.

That’s what clean, green nuclear power means.


Pressão mineira no Parque Natural de Montesinho


"Vou falar-lhes dum Reino Maravilhoso. Embora muitas pessoas digam que não,
sempre houve e haverá reinos maravilhosos neste mundo.
O que é preciso, para os ver, é que os olhos não percam a virgindade original
diante da realidade, e o coração, depois, não hesite…
Começa logo porque fica no cimo de Portugal,
como os ninhos ficam no cimo das árvores
para que a distância os torne mais impossíveis e apetecidos.”
(Miguel Torga)
Fonte: 7 Margens

O projeto Valtreixal da empresa canadiana Almonthy pretende abrir uma mina a céu aberto numa área de 247 hectares (cerca de 500 campos de futebol), em território espanhol, mas a 5 km da fronteira com o Parque Natural de Montesinho, para explorar volfrâmio e estanho. A exploração situa-se na Reserva da Biosfera Transfronteiriça Meseta Ibérica, que abrange territórios de Trás-os-Montes e de Castela Leão, numa área total de 1.132.606 hectares. Esta região de montanha abriga espécies selvagens, ameaçadas, e de rara beleza, tais como o lobo ibérico, a cegonha preta, o veado e o corso.

“Este tipo de explorações mineiras a céu aberto é uma enorme agressão à paisagem. A perturbação do meio vai muito para além da enorme ferida que se abrirá naquelas encostas forradas a urzes, giestas e carquejas. As explosões ouvir-se-ão a quilómetros e afastarão a fauna” diz António Sá, fotógrafo da natureza e empresário turístico, habitante do Parque Natural de Montesinho.

O projeto prevê fazer explodir 1,7 mil toneladas de dinamite durante 19 anos para extrair o minério, criando uma cratera estéril de quase 2 quilómetros de comprimento e centenas de metros de profundidade. A legislação atual obriga o promotor a fazer um plano de recuperação da paisagem, de plantação de árvores e a realizar o enchimento parcial da zona explorada com os resíduos inertes provenientes da extração. Contudo, o ruído proveniente das explosões continuadas, da utilização de maquinaria pesada na extração e do tráfego de várias dezenas de camiões por dia é inevitável. Mais de 23 milhões de metros cúbicos de resíduos mineiros serão gerados, alguns dos quais perigosos para a saúde e que serão aterrados in situ.

A paisagem descrita por António Sá perderá definitivamente o seu encanto e valor, pois no fim de vida da mina ficará uma escombreira visível de Bragança, apesar de a cidade se situar a quase 20 quilómetros de distância. “Para mim, é como se apagássemos aquela zona do mapa”, conclui António Sá.

O ZASNET, entidade gestora desta área, obteve a classificação de reserva da biosfera da UNESCO, selo que lhe tem valido o reconhecimento mundial e uma nova capacidade para atrair turistas da natureza, bem como novos moradores. “O reconhecimento emitido pela UNESCO serve para destacar e recompensar” os esforços locais “e para ajudar a atrair fundos. São territórios destinados a promover o desenvolvimento sustentável, a conservação da natureza, ao mesmo tempo que promovem o desenvolvimento social e apoiam a educação e a investigação científica” – refere a exposição do ZASNET em que este contesta a instalação da mina, exposição também assinada pelo presidente da Câmara de Bragança.

Conflito entre indústria e património natural

A estratégia de desenvolvimento da região assenta na qualidade de vida e no património natural. O combate à desertificação humana aposta fortemente na qualidade do ambiente, e em produtos endógenos, tais como o mel e as castanhas de Montesinho, o cabrito e os cogumelos. Desvalorizar este património terá consequências diretas para a economia local, nomeadamente ao nível do alojamento e da restauração e também na produção e consumo destes produtos.

“Tudo aqui anda à volta da qualidade do ambiente. Os lameiros são tão importantes para as ovelhas como para as espécies silvestres, como o corço. Estes prados seminaturais abrigam uma flora quase exclusiva. É um tipo de paisagem onde a ação do homem é crucial. As bolotas dos bosques de carvalho e de azinheira alimentam javalis e corços (presas naturais do lobo) e também os rebanhos” – sintetiza o fotógrafo António Sá, sem disfarçar a sua paixão por esta paisagem viva.

Porém, o conflito entre as possíveis utilizações do solo não tem vencedor à partida. A União Europeia mantém, por um lado, uma política de ordenamento territorial que cria zonas protegidas. Mas por outro lado, quando nessas zonas jazem minérios necessários para alimentar a indústria e promover a autonomia da União, a proteção é frágil.

A iniciativa “Matérias-Primas” (novembro de 2008) da Comissão Europeia refere: “O bom funcionamento da economia da UE depende fortemente do acesso a preços módicos às matérias-primas minerais…uma concorrência crescente, devida à utilização dos solos para outros fins, e um ambiente altamente regulado…são necessárias estratégias para proteger o acesso a estes depósitos para utilização futura.”

Tais estratégias passam, como se pode ler na mesma comunicação, por colocar os interesses da indústria acima de que quaisquer outros: “A indústria suscitou preocupações quanto aos objetivos por vezes contraditórios de proteção das zonas de Natura 2000 e de desenvolvimento das atividades extrativas na Europa. A Comissão sublinha que não está prevista qualquer exclusão absoluta de operações extrativas no quadro jurídico de Natura 2000”.

Perante esta ameaça o ZASNET não percebe como poderá compatibilizar a atividade do projeto Valtreixal com a estratégia de desenvolvimento que tem seguido, baseada na conservação da natureza, na qual tem investido e que começa a dar frutos. No documento em que contesta a instalação do projeto Valtreixal argumenta: “São amplamente conhecidas as consequências bem como os impactos negativos resultantes da exploração de uma Mina de Volfrâmio e Estanho (…) afeta gravemente a população residente (…), os ecossistemas (…) dado que põe em causa os princípios e fundamentos de uma Reserva da Biosfera, com todos os seus preceitos, aprovada e reconhecida pela UNESCO, em 2015.”

Vários grupos de cidadãos, como o Uivo – Por uma Reserva da Biosfera Meseta Ibérica Livre de Minas e o Stop Mina Sanabria, têm surgido nos últimos meses para organizar iniciativas de contestação à instalação da mina.

'PIB cresce, mas destrói biodiversidade': Joan Martinez-Alier propõe mudar forma como medimos nossa produção de riqueza

Fumaça saindo de chaminés
Existem muitos economistas no mundo, mas são raros os economistas ecológicos — e o espanhol Joan Martínez Alier é um deles.

Um dos fundadores da Sociedade Internacional de Economia Ecológica e seu ex-presidente, ele é um dos mais conceituados especialistas da área. Dedicou toda sua vida acadêmica ao estudo da relação entre os desafios ambientais e a economia, contribuindo ativamente para a promoção do conceito de justiça ambiental.


Professor emérito e pesquisador do Instituto de Ciência e Tecnologia Ambiental da Universidade Autônoma de Barcelona (ICTA-UAB) desde 2010, Martínez Alier teve seu trabalho aclamado recentemente ao conquistar o Prêmio Balzan.

A honraria, concedida desde 1961, é considerada por muitos como o primeiro passo para obter na sequência o reconhecimento da Academia Sueca. A prova disso é que vários vencedores do Prêmio Balzan posteriormente ganharam o Nobel.

Martínez Alier conquistou o Balzan pela "excepcional qualidade das suas contribuições para a criação da economia ecológica", entre outras razões.

Leia a seguir a entrevista realizada pela BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC, feita com ele.

Colaboração campanha sobre Aquecimento Global - Twinkl

Dia Internacional do Urso Polar 2021: saiba mais sobre estes animais e por que eles são tão afetados pelas mudanças climáticas

Para comemorar o Dia Internacional do Urso Polar, decidimos trazer alguns fatos e números sobre esses animais fascinantes e sobre como as mudanças climáticas estão afetando seu modo de vida. Também conversamos com pessoas envolvidas em ações pró-meio ambiente para falar da importância da sustentabilidade e saber como você pode dar o primeiro passo na diminuição do seu impacto ambiental.

O que é o Dia Internacional do Urso Polar e por que ele é importante?

O aquecimento do Ártico e o efeito devastador que isso tem sobre o gelo marinho são uma grande ameaça para os ursos polares. Com o objetivo de aumentar a conscientização sobre os problemas que os ursos estão enfrentando, o Dia Internacional do Urso Polar é comemorado em 27 de fevereiro de cada ano, uma data que coincide com a época do ano em que as mães ursas protegem seus ​​filhotes recém-nascidos em uma toca construída na neve. Algumas semanas após esta data, os filhotes (que normalmente são gêmeos, aumentando a chance de sobrevivência até a idade adulta) sairão de sua toca com a mãe.

Fatos sobre os ursos polares

Os ursos polares são encontrados em cinco países do Ártico: Canadá, Groenlândia, Noruega, Rússia e os EUA, no Alasca. No entanto, eles são classificados internacionalmente como vulneráveis ​​na escala de risco de extinção e seus números estão em declínio em pelo menos quatro das 19 subpopulações em que são divididos.

Como o maior carnívoro terrestre do mundo, esses enormes animais dependem da comida de alto teor calórico que obtêm da caça de focas barbadas e aneladas. Os ursos polares podem caminhar longas distâncias em busca de focas, mas como isso requer uma grande quantidade de energia, eles normalmente praticam a caça de emboscada. Sua técnica mais bem-sucedida envolve localizar o orifício de respiração de uma foca no gelo (eles conseguem cheirar suas presas a até um quilômetro de distância) e esperar que a foca venha à superfície. No entanto, não é uma caça rápida, pois as focas aneladas podem permanecer submersas por até 45 minutos e às vezes sopram bolhas pelo orifício de respiração para ver se há algum urso polar por perto - por isso, esse estilo de caça de emboscada pode envolver várias horas de espera e observação.

Esses animais são a única espécie de urso considerada um mamífero marinho. Apesar de passarem a maior parte do tempo fora da água, eles são totalmente adaptados para a natação e podem nadar por várias horas (ou até mesmo dias). Eles usam suas patas dianteiras como remos para tomar impulso, e mantêm as patas traseiras planas para que funcionem como um leme. Nadar longas distâncias consome muita energia, e pode ser difícil repô-la se o gelo não for adequado para a caça. Além disso, os ursos polares dependem do mar (e do gelo dele) não só para sua alimentação, mas também para viajar, acasalar, descansar e abrigar seus filhotes.

fatos e curiosidades sobre ursos polares

10 curiosidades sobre os ursos polares

  1. São a única espécie de urso considerada um mamífero marinho
  2. Sua pele é preta e seus pelos são transparentes - eles parecem brancos porque os fios refletem a luz visível
  3. Eles chegam a nadar a aproximadamente 10 quilômetros por hora - é uma velocidade parecida com a do nadador Michael Phelps, três vezes mais rápido do que um humano não-atleta
  4. Menos de 2% das suas caças são bem-sucedidas
  5. Existem cerca de 26.000 ursos polares na natureza, e eles são divididos em 19 subpopulações
  6. Dessas 19 subpopulações, 4 estão em declínio, 5 estão estáveis e 2 estão aumentando. Ainda não há dados suficientes sobre as 8 restantes
  7. Ursos polares machos têm o dobro do peso das fêmeas e podem pesar 600 quilos - ou o equivalente a 8 humanos adultos
  8. Somado a seu peso, o fato de chegarem a ter até 3 metros de comprimento os torna os maiores carnívoros terrestres do mundo
  9. Eles podem sentir o cheiro de focas a até um quilômetro de distância e sob uma camada de um metro de neve compactada
  10. A maior ameaça à sua sobrevivência é a mudança climática, seguida pela extração de óleo e gás e por conflitos diretos com seres humanos

 

 Com a palavra...

Todo mundo concorda que esses animais são muito fofos, certo? Então, que tal começar a a contribuir para um planeta mais sustentável? Conversamos com quem entende do assunto e pedimos dicas para fazermos a nossa parte. Veja o que eles disseram:

Suzana Camargo

Jornalista que aborda mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Editora do portal Conexão Planeta, assina com Mônica Nunes o blog Inspiração para a Ação

Suzana Camargo

 

O que podemos fazer para diminuir nosso impacto ambiental?

Precisamos diminuir nossa pegada de carbono e para isso, é necessário rever a maneira como agimos e consumimos. Como sociedade, precisamos estar mais atentos a pequenas ações do dia a dia, como a redução a ingestão de carnes, dar preferência ao uso de transporte público ou modais menos poluentes (a bicicleta, por exemplo), diminuir o consumo de água e energia e ainda, implementar a prática da reciclagem e mesmo da compostagem, como norma. Já no caso de empresas e grandes corporações, elas têm obrigação de cumprirem seu papel social e ambiental e mostrarem suas ações de maneira completamente transparente. Não dá mais para aceitar que companhias vendam seus produtos comprados em áreas de desmatamento ilegal. É uma prática vergonhosa e deve ser denunciada.

Como podemos reagir diante de opiniões negacionistas sobre as mudanças climáticas?

Com evidências científicas, informações de fontes confiáveis e a verdade. E sempre com uma linguagem que possa ser compreendida por todos os setores da sociedade. A ignorância precisa ser combatida com clareza e jamais, com ataques.

Tasso Azevedo

Coordenador do Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima (SEEG) e do Projeto de Mapeamento Anual da Cobertura e Uso do Solo no Brasil (MapBiomas), é engenheiro florestal e colunista de O Globo e de Revista Época Negócios. Assina o Blog do Tasso Azevedo.

Tasso Azevedo

 

Que atitudes podem ser tomadas coletivamente para evitar o aquecimento global?

Zerar as emissões líquidas de gases de efeito estufa no planeta até meados do século. Isso inclui minimizar e eventualmente eliminar o uso de combustíveis fósseis, acabar com o desmatamento, eletrificar a economia com fontes renováveis de energia e reflorestar o planeta.

O que podemos fazer enquanto indivíduos para diminuir nosso impacto ambiental?

Andar mais, usar produtos e serviço que conhece a origem, evitar toda forma de desperdício, cuidar de todas as formas de vida, manter contato com a natureza e deixar sempre os ambientes por anda passa melhores do que encontrou.

João Soares

Biólogo, mestre em Ecologia e pesquisador do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) da Universidade do Porto. Formador de opinião, mantém o blog BioTerra

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O que é sustentabilidade e por que ela é tão importante?

Para mim respeitar os 17 objetivos do Milénio, descritos pela ONU. No entanto, sustentabilidade será sempre tudo o que possamos fazer para garantir o mesmo património da Natureza que recebemos e legá-lo às gerações vindouras.

O que podemos fazer para diminuir nosso impacto ambiental?

Muita coisa. Especialmente o plástico. Substituir no nosso quotidiano tudo o que seja de plástico em materiais naturais e biodegradáveis. Outra preocupação é apoiar os produtores biológicos. Um mundo sem pesticidas nem OGM. Finalmente as nossas casas: aumentar a eficiência energética.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Gil e o premiado fotógrafo Sebastião Salgado unem-se para plantar 1 milhão de árvores

O cantor e compositor Gilberto Gil, em parceria com o fotógrafo Sebastião Salgado e Lélia Deluiz Wanick Salgado, estão reunidos com a incrível missão para plantação de 1 milhão de árvores por ano no país. Tudo isso por meio do Instituto Terra.


O cantor e compositor Gilberto Gil, em parceria com o fotógrafo Sebastião Salgado e Lélia Deluiz Wanick Salgado, estão reunidos com a incrível missão para plantação de 1 milhão de árvores por ano no país. Tudo isso por meio do Instituto Terra.

Com o objetivo de incentivar a luta pelo meia ambiente, Gil também lançou o videoclipe da música “Refloresta”, a sua nova composição criada exclusivamente para a campanha de reflorestação do instituto.

A ideia da entidade é expandir o reflorestamento no Brasil e produzir 1 milhão de mudas de espécies nativas da Mata Atlântica, contando com o auxílio do grupo segurador Zurich, na Fazenda Bulcão, que já possui 120 espécies.

A ação busca falar sobre a importância da recuperação de áreas de floresta degradadas pelo homem e foi oficialmente lançada na noite do último domingo, dia 21.

A sede do instituto de Sebastião Salgado, um dos fotógrafo mais renomeados do mundo, acompanha a situação ambiental do país há tempos, sendo um exemplo vivo de iniciativa de recuperação de áreas desmatadas em nosso território.

De acordo com o instituto, 100 mil mudas já estão sendo plantadas desde novembro do ano passado.

E entre novembro de 2021 e fevereiro de 2022, o plano é plantar 140 mil árvores de 69 espécies.

A Década da Restauração de Ecossistemas como chama a ONU, que ocorre entre 2021 e 2030 é fundamental para o nosso futuro em todo o planeta.

E como diz a música de Gil, “manter em pé o que resta não basta”, seguido pelo verso “o jeito é convencer quem devasta a respeitar a floresta”.

Veja o clipe da canção abaixo:


Manter em pé o que resta não basta
Que alguém vira derrubar o que resta
O jeito é convencer quem devasta
A respeitar a floresta

Manter em pé o que resta não basta
Que a motosserra voraz faz a festa
O jeito é compreender que já basta
E replantar a floresta

Milhões de espécies, plantas e animais
Zumbidos, berros, latidos, tudo mais
Uivos, murmúrios, lamentos ancestrais
Por que não deixamos nosso mundo em paz?

Além do morro, o deserto se alastra
Toda terra, da serra aos confins
O toco oco, casco de Canastra
Onde enterramos saguis

Manter em pé o que resta não basta
Já quase todo o verde se foi
Agora é hora de ser refloresta
Que o coração não destrói

Milhões de espécies, plantas e animais
Zumbidos, berros, latidos, tudo mais
Uivos, murmúrios, lamentos ancestrais
Por que não deixamos nosso mundo em paz?

Manter em pé o que resta não basta
Que alguém vira derrubar o que resta
O jeito é convencer quem devasta
A respeitar a floresta

Manter em pé o que resta não basta
Já quase todo o verde se foi
Agora é hora de ser refloresta
Que o coração não destrói

Que o coração não destrói
Respeitar a floresta
Respeitar a floresta
Replantar a floresta
Que o coração não destrói
E respeitar a floresta
Replantar a floresta
Que o coração não destrói
Que o coração não destrói


Biografia

Página Oficial

Miguel Altieri: Agroecology and the reconstruction of a post Covid-19 agriculture


A crise do COVID-19 criou um momento em que os apelos existentes para a agroecologia adquirem nova relevância. A agroecologia fornece um caminho para reconstruir uma agricultura pós-COVID-19, capaz de evitar interrupções generalizadas no abastecimento de alimentos no futuro, territorializando a produção e o consumo de alimentos. Existem cinco áreas principais em que a agroecologia pode apontar o caminho para uma nova agricultura pós-COVID-19: superação da esteira de agrotóxicos, enriquecimento da matriz da natureza, revitalização de pequenas propriedades, criação de sistemas alternativos de produção animal e aprimoramento da agricultura urbana.

Artigo Científico aqui

Nuclear Power in the European Union


Texto e tabelas aqui

 

Paper without the microplastics

A paper cup coated with the new MSU material on the left holds liquid without leaking, unlike its uncoated counterpart on the right. Credit: Muhammad Rabnawaz/Sustainable Materials Group

New MSU packaging technology protects paper products used in food service from oil and water without adding harmful pollutants to the environment

Michigan State University’s Muhammad Rabnawaz has created a new coating for paper packaging that’s both economical and ecofriendly.

MSU Assistant Professor Muhammad Rabnawaz

The coating, developed by Rabnawaz’s Sustainable Materials Group, protects paper packaging from oil and water — making it useful for things like paper plates and juice boxes — using environmentally friendly ingredients.

“If it enters the water, if it enters the ocean, it will decompose,” said Rabnawaz, an assistant professor in the School of Packaging, who shared the coating’s latest formulation online on Jan. 18 in the Journal of Applied Polymer Science.

This is an upgrade over many existing paper products that rely on resilient polymers called thermoplastics to keep the underlying paper dry and sturdy when holding food or beverages.

“Uncoated paper will leak,” Rabnawaz said, which is a shortcoming that has likely crossed the mind of anyone who has trusted a paper cup to hold their hot tea or coffee. “So the solution has been to laminate it with plastic.”

The plastic, however, is too good at its job. It keeps protecting the paper, even after it’s thrown out. This has two major drawbacks.

For one, the paper can’t be recycled with the plastic clinging to it. Secondly, these paper packaging products can easily end up in bodies of water, adding litter to lakes, oceans and streams.

“There’s waves. There’s tides. There’s UV light from the sun,” said Rabnawaz. “It’s the perfect recipe to turn the material from the paper into microplastics.”

Microplastics are tiny plastic fragments that pollute aquatic ecosystems and make their way into the water and seafood that people consume, carrying unknown health consequences.

Manufacturers have explored alternatives to plastic coatings, but they usually come with other problems. One of the more popular options involves coatings that belong to the PFAS family of “forever chemicals.” PFAS is the abbreviation for perfluoroalkyl and polyfluoroalkyl substances, which pose their own health concerns.

“The question we asked was can we get rid of the plastics that become microplastics without using PFAS,” Rabnawaz said.

To answer this, he enlisted the help of his Spartan team: graduate students Aditya Nair and Dhwani Kansal; research assistant Ruoqi Ping; and recent Ph.D. recipient Li Zhao.

The group formulated a coating based on biocompatible and biodegradable components. The coating contains an oil used in contact lenses, a water-soluble polymer called polyvinyl alcohol and a natural starch-like polymer derived from shellfish (which is different from the shellfish proteins that trigger allergic reactions).

Although this composition uses polymers, none are resilient as the thermoplastics currently used in paper products, Rabnawaz said.

“All plastics are polymers, but not all polymers are plastic,” he said. The new coating breaks down into water, carbon dioxide and other inert molecules instead of lingering in the environment as microplastics.

“Another good thing is, once the paper is repulped, you can remove the coating,” he added, which means that the paper can be recycled. “The paper becomes just like pristine paper and you can use it over and over again.”

Although the coating was motivated by environmental and public health concerns, Rabnawaz’s team also developed it with an eye toward economics.

For example, chitosan is naturally abundant, but the United States doesn’t prepare a lot of it for manufacturing. So the Spartans figured out how to incorporate polyvinyl alcohol, which is more readily available and less expensive. It’s what laundry pods use to encapsulate their detergent. This addition reduces the amount of chitosan required to make the coating, resulting in a more commercially viable product.

The team’s approach explains the diversity of funding supporting the work, which comes from the U.S. Environmental Protection Agency, an MSU ADVANCE Grant and the Michigan Economic Development Corporation’s Michigan Translational Research and Commercialization, or MTRAC, program.

Rabnawaz has already filed two patents related to the coating — adding to his multiple filings since joining MSU in 2016 — and started sharing samples with interested companies.

“We are definitely working on commercialization,” Rabnawaz said.