terça-feira, 31 de agosto de 2004

O Estudo da Deco- automóveis e autocarros

O Carro e o Autocarro
Por LUÍS SALGADO DE MATOS
Segunda-feira, 30 de Agosto de 2004

O Público on line de terça feira passada dava uma notícia da Lusa: «Andar de
carro em Lisboa e no Porto ainda é mais barato e mais rápido do que usar os
transportes públicos, alerta um estudo da associação de defesa do consumidor
Deco.», uma organização respeitável. A seguir vinha um grande «se»: o carro
só era mais barato se fosse «usado diariamente por mais do que uma pessoa». Por
duas, portanto.

O dito estudo ainda não foi publicado; é baseado no percurso entre Alfragide
(Amadora) e as Olaias (Lisboa): o passe social custaria 31 euros mensais, e
um automóvel, «que pode levar pelo menos quatro pessoas, gastará pouco mais de
45 euros no mesmo período». Levando dois, cada um pagaria 22,25, menos que
o passe. Este valor é enganador: o carro, mesmo que leve quatro pessoas, é mais
caro do que o passe.

Com efeito, se o veículo custar 20000 ? - um preço banal de um carro novo -, a
respectiva prestação mensal rondará os 437 ?, para uma amortização em seis
anos. Cada um dos dois passageiros pagará portanto 218,5 ? mensais.

A estas despesas fixas acrescem as variáveis: seguro, riscos não cobertos pelo
seguro, despesas de manutenção e reparação do automóvel, combustível; mudam
muito de caso para caso. Numa média para o referido percurso cada um dos dois
passageiros pagará por mês 34 ?, ou 30 se o veículo for a gasóleo. Neste
exemplo, cada um dos dois pagará no total um mínimo 249 ? mensais: oito vezes
mais do que o passe social e onze vezes mais do que o orçamento da Deco.
Se fossem quatro passageiros, cada um pagaria vinte e uma vezes mais do que o
previsto pela Deco.

A Quercus, uma associação ambientalista, chamou a atenção para o irrealismo do
mini-autocarro de quatro lugares: cada carro levar mais do que um passageiro.
É que as estatísticas, embora pouco fiáveis, sugerem que o carro suburbano
transporta em média 1,2 passageiros.

A Deco cai num um erro de base: o automóvel privado é oferecido grátis ao seu
proprietário. Ou melhor: cai no erro comum de confundir o custo total com
o variável. É um erro perigoso.

Os ambientalistas não contestavam aquele erro de base. Ora o carro é caro. A
ilusão que ele é gratuito não se reporta apenas ao preço de compra. Alastra
às estradas e ruas, construídas, mantidas, fiscalizadas e policiadas pelo
Estado; são gratuitas para o automobilista e onerosas para o contribuinte.

A Deco faz mal em divulgar aquelas conclusões infundamentadas e irresponsáveis;
embora invoque o motivo paradoxal de querer favorecer o transporte colectivo,
as suas ficções facilitam que muitos consumidores peçam dinheiro emprestado
para comprarem carro julgando que vão poupar: é o caminho seguro para a ruína.

sábado, 28 de agosto de 2004

Fotografia da semana- por Pete McBride


Roots of a drying river: Tendril patterns of a dead Colorado River delta create an aerial abstraction in Mexico. Even in its demise, this desert estuary creates beauty.

Pagina oficial

sábado, 21 de agosto de 2004

Kesang Marstrand: Carry On Crickets


Carry on crickets
Sing your song
The sun has set
And the day is gone

Sing to the night
Sing to the moon
And Ill listen too
From here in my room

Carry on
Carry on

Carry on breeze
Whisper and sigh
The night has come
And the moon is high

Whisper to the hills
Whisper to the trees
Whisper to the fields
Carry on breeze


Carry on
Carry on

quinta-feira, 19 de agosto de 2004

Dia Mundial da Fotografia

Alfredo Cunha, Lisboa, 1975

O Dia Mundial da Fotografia comemora-se anualmente a 19 de agosto.

Origem da data
A celebração da data tem origem na invenção do daguerreótipo, um processo fotográfico desenvolvido por Louis Daguerre em 1837.
Mais tarde, em janeiro de 1839, a Academia Francesa de Ciências anunciou a invenção do daguerreótipo e a 19 de agosto do mesmo ano o governo francês considerou a invenção de Daguerre como um presente "grátis para o mundo".
Outro processo fotográfico - o calótipo, inventado também em 1839 por William Fox Talbot, fez com que o ano de 1839 fosse considerado o ano da invenção da fotografia.

Comemoração da data
No dia Mundial da Fotografia decorrem várias iniciativas para celebrar a data, como por exemplo, workshops, maratonas de fotografia, concursos e palestras. O Dia Mundial da Fotografia consiste na celebração da arte de fotografar. Desde o fotógrafo amador ao profissional, neste dia o objetivo é reviver o amor pela fotografia. Com a proliferação da fotografia digital e dos telemóveis com câmaras, praticamente qualquer pessoa pode aventurar-se na fotografia no mundo atual.
A fotografia serve para eternizar momentos, para guardar recordações, para contar histórias em imagens, sem palavras, para mostrar um modo pessoal de ver o mundo ou simplesmente para dar prazer ao fotógrafo.

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segunda-feira, 9 de agosto de 2004

A nossa aldeia global

A TERRA EM MINIATURA



Se pudessemos reduzir a população da Terra a uma pequena aldeia de exactamente 100 habitantes, mantendo as proporções existentes actualmente, seria algo assim:




Haveria:

57 asiáticos

21 europeus

4 pessoas do hemisfério oeste (tanto norte como sul)

e 8 africanos



52 seriam mulheres

48 homens

70 não seriam brancos

30 seriam brancos

70 não cristãos

30 cristãos

89 heterossexuais

11 homossexuais

confessos



6 pessoas possuiriam 59% da riqueza de toda a aldeia

e os 6 (sim, 6 de 6) seriam norte americanos.

Das 100 pessoas,

80 viveriam em condições subhumanas.




70 não saberiam ler

50 sofreriam de desnutrição

1 pessoa estaria a ponto de morrer

1 bébé estaria prestes a nascer

Só 1 (sim, só 1) teria educação

universitária



Nesta aldeia haveria 1 só pessoa que possuiria um computador.

Ao analizar o nosso mundo desta perspectiva tão reduzida, é quando

se faz mais premente a necessidade de aceitação, entendimento,

e educação.



Agora pense...

Se você se levantou esta manhã com mais saúde que doenças, então tem mais sorte que os milhões de pessoas que não sobreviverão esta semana.



Se nunca experimentou os perigos da guerra, a solidão de estar preso, a agonia de ser torturado, ou a aflição da fome,

então está melhor do que 500 milhões de pessoas.



Se pode ir à sua igreja sem medo de ser humilhado, preso,

torturado ou morto... Então é mais afortunado que 3.000 milhões

(3.000.000.000) de pessoas no mundo.




Se tem comida no frigorífico, roupa no armário, um tecto sobre a sua cabeça

e um lugar onde dormir, então é mais rico que 75% da população mundial.




Se guarda dinheiro no banco, na carteira e tem algumas moedas num cofrezinho...

já está entre os 8% mais ricos deste mundo.





Se os seus pais ainda estão vivos e juntos...

é uma pessoa MUITO rara.




Se por acaso leu esta mensagem, acaba de receber uma dupla benção:

alguém estava a pensar em si e, ainda por cima, tem melhor sorte que

mais de 2.000.000.000 de pessoas neste mundo que não sabem, sequer, ler.



O que vai... volta.

Envie esta mensagem a todos os que considera amigos. Leve consciência

do mundo a alguém.

A única coisa que pode acontecer, se decidir enviá-la,

é que, graças a si,

alguém se saiba mais abençoado.

Dia Internacional dos Povos Indígenas 


O Dia Internacional dos Povos Indígenas celebra-se a 9 de Agosto.

Este dia tem como objetivo de promover e proteger os direitos das populações indígenas espalhadas por todo o mundo. É também um agradecimento aos povos indígenas pelo contributo para a proteção ambiental e um convite à participação da população em ações educacionais e de divulgação da data e das culturas indígenas.

Muitas vezes marginalizados, os povos indígenas encontram neste dia uma oportunidade de serem ouvidos. Pobreza, violência e discriminação marcam a vida de povos indígenas de todo o mundo. Segundo relatórios da ONU, estes povos estão 600 vezes mais vulneráveis à tuberculose e a sua esperança de vida é 20 anos inferior à dos povos não indígenas.

Estima-se que existem cerca de 400 milhões de pessoas indígenas no mundo, distribuídas por 70 países.

Este Dia Internacional dos Povos Indígenas foi instituído pela ONU em 1994 e foi celebrado pela primeira vez em 1995.

Mais Leituras

sexta-feira, 6 de agosto de 2004

As Borboletas em Portugal




O livro, de formato A5, tem 464 páginas e mais de 700 fotografias de borboletas, habitats e plantas. Apresenta ainda mapas de distribuição das 132 espécies de borboletas de Portugal continental. A obra trata igualmente a fauna dos Açores e da Madeira, encontrando-se a informação condensada num guia monográfico de fácil leitura. Incluem-se ainda capítulos sobre a história, biologia, evolução, migrações, ecologia, conservação, genética e comunidades vegetais dos lepidópteros portugueses, por diversos especialistas nestes temas: Carlos Aguiar, Miguel Araújo, Enrique García-Barros, Patrícia Garcia-Pereira, J. M. Grosso-Silva, João Honrado, Marc Meyer, Otília Miralto, Michael Samways e Thomas Schmitt. As fotografias são da autoria, entre outros, de Fernando Romão, Ernestino Maravalhas, Victor Sarto, Thomas Schmitt, Tom N. Kristensen e Marc Meyer.

O autor e editor, Ernestino Maravalhas, trabalha há mais de 25 anos em sistemática de lepidópteros. Nos últimos anos tem participado regularmente nos principais congressos europeus desta área do conhecimento, dedicando especial atenção à conservação das borboletas e dos seus habitats. Actualmente é responsável por um projecto de investigação apoiado pelo Parque Natural do Alvão, sobre a inventariação das borboletas e a caracterização das populações de uma espécie ameaçada: Maculinea alcon. Desenvolve ainda um programa de Butterfly Gardening, promovido pela Câmara Municipal de Coimbra, projecto pioneiro em Portugal.

A publicação do livro foi promovida pela Vento Norte, Associação de Defesa do Ambiente e Ocupação dos Tempos Livres.

segunda-feira, 2 de agosto de 2004

José Afonso - Cantautor, é uma figura ímpar da Revolução

Monumento em homenagem a Zeca Afonso, em Grândola

José Afonso nasceu em Aveiro no dia 2 de Agosto de 1929. Depois de uma infância passada entre Portugal, Angola e Moçambique, instala-se em Coimbra, em 1940, para concluir os estudos. Começa a cantar serenatas e fados, e em 1953 são editados os seus primeiros dois discos, ambos gravados no Emissor Regional de Coimbra da Emissora Nacional.

Em 1956, num período em que já dava aulas, é editado o seu primeiro EP, Fados de Coimbra. Em 1960, com o seu quarto disco, é lançado o EP Balada do Outono, que José Afonso irá cantar no seu último concerto no Coliseu de Lisboa, em 29 de Janeiro de 1983.

Conta a biografia disponibilizada no site da Associação José Afonso que «em Maio de 1964, José Afonso actua na Sociedade Musical Fraternidade Operária Grandolense, onde se inspira para fazer a canção "Grândola, Vila Morena"». Esta música viria a ser usada, em 1974, como senha do Movimento das Forças Armadas (MFA), para a Revolução dos Cravos.

Depois de ser expulso do ensino oficial, em 1968, José Afonso dedica-se mais à música, lançando, entre outros, os discos Traz Outro Amigo Também (1970), Cantigas de Maio (1971) e Eu Vou Ser Como a Toupeira (1972). Em plena ditadura, as gravações destes álbuns foram feitas noutros países europeus.
Em 1973, a repressão continua a fazer-se sentir, com muitas sessões a serem proibidas pela PIDE/DGS. Em Abril, José Afonso é preso e passa 20 dias na prisão de Caxias, onde escreve «Era Um Redondo Vocábulo». Em Dezembro, na cidade de Paris, é lançado o álbum Venham Mais Cinco, no qual também participa José Mário Branco.

Nas vésperas da Revolução, a 29 de Março de 1974, actua no Coliseu de Lisboa, juntamente com Adriano Correia de Oliveira, José Jorge Letria, Manuel Freire, José Barata Moura, Fernando Tordo, entre outros, que terminam o concerto com «Grândola, Vila Morena». A PIDE/DGS proibira que fossem cantadas outras músicas, como «Menina dos Olhos Tristes» e «A Morte Saiu À Rua». O álbum Coro dos Tribunais, gravado em Londres, é editado também nesse ano, com a direcção musical de Fausto.

Após a Revolução, envolve-se activamente no processo revolucionário. A 11 de Março de 1975, dia em que foi derrotado um golpe militar contra-revolucionário, José Afonso cantou no RALIS para os soldados. Ainda na década de 1970, lança os álbuns Com As Minhas Tamanquinhas (que conta com a participação de Quim Barreiros), Enquanto Há Força (com vários artistas, como Rão Kyao, Adriano Correia de Oliveira e Sérgio Godinho) e Fura Fura (com Júlio Pereira e Trovante).

Volta a Coimbra em 1981 e lança o álbum Fados de Coimbra e Outras Canções. Em Dezembro de 1983, lança o álbum Como Se Fora Seu Filho, e volta a ser integrado no ensino oficial. Em 1985, lança o seu último álbum, Galinhas do Mato.

A 23 de Fevereiro de 1987, na sequência de doença prolongada, morria um dos músicos mais acarinhados pelo povo português. No funeral de Zeca estiveram presentes mais de 30 mil pessoas.

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