sábado, 27 de julho de 2024

Projecto dos abacates


Domingo passado, levámos o absurdo projecto dos abacates perto de Bruxelas, através do programa Europamagazin do canal televisivo alemão ARD.
Temos esperanças de que a União Europeia se aperceba do impedimento que certas decisões políticas, e lobbies agrícolas poderosos, estão a colocar aos imperiosos e louváveis objectivos comunitários de conservação da natureza.
Este projecto é um óbvio exemplo disso, colocando em causa a sobrevivência de um vasto e variado ecossistema na bacia do Sado, assim como das comunidades humanas locais, por via da depleção do aquífero, além da directa destruição e fragmentação de habitats .
As populações de Grândola e Alcácer do Sal estão unidas na oposição a este projecto. Aparentemente, só o Presidente da Câmara de Alcácer do Sal é que não.
As necessidades hídricas constantes no EIA reformulado do projecto em epígrafe são 3,997 hm3/ano, 2,858 hm3/ano extraídos do aquífero e 1,139 hm3/ano de água do canal.
Assumindo que continua a não ser possível usar água do canal para regar culturas não temporárias (como é o caso dos abacateiros), se compararmos com os últimos dados (2021) de consumos públicos (domésticos + municipais) do Pordata, chegamos à conclusão de que a extração de água de aquífero estimada no projeto reformulado, é equivalente à água distribuída pela rede pública para:
- 55% de toda a água consumida no Alentejo Litoral
- 3,42 vezes toda a água consumida no concelho de Alcácer do Sal (2º maior concelho em área de Portugal)
- 2,60 vezes toda a água consumida no concelho de Odemira (maior concelho em área de Portugal)
- 2,14 vezes toda a água consumida no concelho de Grândola
- 3 vezes toda a água consumida no concelho de Santiago do Cacém
- 3,05 vezes toda a água consumida no concelho de Sines
(Já estão licenciados para o concelho de Alcácer por autorizações dos últimos anos 13,06 hm3/ano.)

Original: aqui



"Fora da Lei". Inquérito confirma espera excessiva por consultas em hospitais


O estudo da DECO, realizado entre abril e maio deste ano, questionou mais de 700 portugueses (721) entre os 30 e os 79 anos. Cerca de metade receberam a indicação, por parte do médico de família, de que a consulta tinha prioridade normal. Significa isto que, por lei, a mesma deveria ocorrer num prazo máximo de 120 dias, o que não se verificou num quarto dos casos. Já nas consultas prioritárias (22 por cento), o Tempo Máximo de Resposta Garantido foi ultrapassado em quase metade das situações.
Os prazos referidos no inquérito aplicam-se à primeira consulta de especialidade no hospital, com exceção das que são motivadas por doença cardíaca ou oncológica, que devem acontecer no prazo de 15 a 30 dias, consoante a prioridade.

O presidente da Associação de Administradores Hospitalares (AAH) assume “preocupação” e admite que “faltam e vão faltar médicos”. Entrevistado na RTP3, Xavier Barreto considera “totalmente inaceitável” doentes que esperem por consulta nos hospitais “há 400 dias”. Para o dirigente da associação, a reorganização do SNS tem de ser feita, uma vez que “os hospitais têm aumentado a atividade “cinco por cento, seis por cento e até mais”, mas a procura também aumenta.

"Reclamem sem receios"
A DECO alerta ainda para outra conclusão do estudo: 91 por cento dos inquiridos encaminhados para uma consulta da especialidade nos hospitais nunca reclamaram de que o tempo de espera ultrapassou o que está definido por lei. 

Perante este dado, Xavier Barreto transmite uma mensagem aos doentes para que “reclamem sem receios de represálias. Não tenham medo”.

O desconhecimento que os consumidores têm dos seus direitos é sublinhado no estudo. Por exemplo, um em cada quatro inquiridos desconhecia a existência de Tempos Máximos de Resposta Garantidos, 24 por cento não sabia que podia reclamar e 28 por cento acreditam que não valia a pena reclamar por não resultar “qualquer consequência”. Apenas “uma minoria afirmou saber os prazos em concreto”. 
 
A DECO refere ainda que entre os 721 inquiridos “o número de consultas muito prioritárias declarado no estudo foi residual. Porém, mais de um quinto dos inquiridos assinalou "não sei qual o grau de prioridade". Susana Santos, especialista na área de Saúde da Deco PROteste, foi também entrevistada na manhã desta quinta-feira no programa Bom Dia Portugal.

sexta-feira, 26 de julho de 2024

Death In Rome feat. Deutscher W - Kebab Träume (DAF - Cover)


[Verse 1]
Kebab-Träume in der Mauerstadt
Türk-Kültür hinter Stacheldraht
Neu-Izmir ist in der DDR
Atatürk, der neue Herr

[Verse 2]
Miliyet für die Sowjet-Union
In jeder Imbißstube, ein Spion
Im ZK, Agent aus Türkei
Deutschland, Deutschland, alles ist vorbei!

[Verse 1]
Kebab-Träume in der Mauerstadt
Türk-Kültür hinter Stacheldraht
Neu-Izmir ist in der DDR
Atatürk, der neue Herr

[Verse 2]
Miliyet für die Sowjet-Union
In jeder Imbißstube, ein Spion
Im ZK, Agent aus Türkei
Deutschland, Deutschland, alles ist vorbei!

[Verse 1]
Kebab-Träume in der Mauerstadt
Türk-Kültür hinter Stacheldraht
Neu-Izmir ist in der DDR
Atatürk, der neue Herr

[Verse 2]
Miliyet für die Sowjet-Union
In jeder Imbißstube, ein Spion
Im ZK, Agent aus Türkei
Deutschland, Deutschland, alles ist vorbei!

Wir sind die Türken von morgen!

Tufão Gaemi afeta mais de 600.000 pessoas na China após causar cinco mortes em Taiwan

Taiwan na rota de um dos tufões mais violentos dos últimos anos

Cerca de 630.000 pessoas foram afetadas, no sudeste da China, pela chegada do tufão Gaemi, que desencadeou o primeiro alerta vermelho do ano no país, após ter causado cinco mortos e quase 700 feridos em Taiwan.

Segundo a agência de notícias oficial Xinhua, 290.000 habitantes tiveram de ser temporariamente deslocados devido à tempestade, que atingiu a província de Fujian, no sudeste do país, por volta das 19:50 locais (12:50, em Lisboa) de quinta-feira, com ventos máximos de 118,8 quilómetros por hora.

Entre a manhã de quarta-feira e a manhã desta sexta-feira, dezenas de localidades de Fujian registaram precipitações superiores a 250 milímetros (mm), atingindo, em alguns casos, 512,8 mm.

Prevê-se que o tufão se desloque para noroeste a cerca de 20 quilómetros por hora e perca força até chegar à província vizinha de Jiangxi, na tarde de sexta-feira. De acordo com o portal de acompanhamento de tempestades Zoom.earth, o Gaemi já tinha descido para o nível de tempestade tropical, com ventos de 75 quilómetros por hora, às 12:30 locais (05:30, em Lisboa).

Em vésperas da época dos tufões e das inundações, que se verifica normalmente nas últimas semanas de julho e nas primeiras semanas de agosto, as autoridades chinesas apelaram a uma intensificação dos esforços de prevenção e de salvamento.

Preveem-se inundações ao longo das principais bacias hidrográficas, como o rio Amarelo e o Yangtsé e deslizamentos de terras nas zonas montanhosas.

quinta-feira, 25 de julho de 2024

Death In Rome - Wide Open (The Chemical Brothers - Cover)


O butô ou ainda Ankoku Butô é uma dança que surgiu no Japão pós-guerra e ganhou o mundo na década de 1970. Criada por Tatsumi Hijikata na década de 1950 o butô é também inspirado nos movimentos de vanguarda, expressionismo, surrealismo, construtivismo, entre outros. Wikipédia

Original

The Chemical Brothers - The Making Of Wide Open

James Webb deteta ‘super Júpiter’ que demora mais de um século a dar a volta à sua estrela

O aglomerado de galáxias SMACS 0723 em primeiro plano

Um ‘super Júpiter’ foi avistado em torno de uma estrela vizinha pelo Telescópio Espacial James Webb, revelou na quarta-feira uma equipa de cientistas, acrescentando que o planeta tem também uma ‘superórbita’.

O planeta tem aproximadamente o mesmo diâmetro que Júpiter, mas com seis vezes a massa. A sua atmosfera é também rica em hidrogénio como a de Júpiter.

A grande diferença é que este planeta demora mais de um século, possivelmente até 250 anos, a dar uma volta em torno da sua estrela. É 15 vezes mais a distância para a sua estrela do que da Terra ao Sol.

Os cientistas já suspeitavam há muito tempo que um grande planeta orbitava esta estrela a 12 anos-luz de distância, mas não tão massivo ou longe da sua estrela. Um ano-luz tem cerca de 9,46 triliões de quilómetros.

Estas novas observações mostram que o planeta orbita a estrela Epsilon Indi A, parte de um sistema de três estrelas.

Uma equipa internacional liderada por Elisabeth Matthews, do Instituto Max Planck de Astronomia, na Alemanha, recolheu as imagens no ano passado e publicou as descobertas na quarta-feira, na revista Nature.

Os astrónomos observaram diretamente o gigante gasoso incrivelmente antigo e frio — um feito raro e complicado —através do uso de um dispositivo de sombreado especial no Webb.

Ao bloquear a luz das estrelas, o planeta destacou-se como um pequeno ponto de luz infravermelha.

O planeta e a estrela têm 3,5 mil milhões de anos, 1 mil milhões de anos mais novos do que o nosso sistema solar, mas ainda assim considerados antigos e mais brilhantes do que o esperado, de acordo com Matthews.

A estrela está tão próxima e brilhante do nosso sistema solar que é visível a olho nu no hemisfério sul.
“Este é um gigante gasoso sem superfície dura ou oceanos de água líquida”, explicou Matthews, em declarações à agência Associated Press (AP).

É improvável que este sistema solar tenha mais gigantes gasosos, realçou mas pequenos mundos rochosos podem estar à espreita.

Mundos semelhantes a Júpiter podem ajudar os cientistas a compreender “como estes planetas evoluem em escalas de tempo de giga anos”, acrescentou.

Os primeiros planetas fora do nosso sistema solar – apelidados de exoplanetas – foram confirmados no início da década de 1990.

A contagem da NASA é agora de 5.690 em meados de julho. A grande maioria foi detetada através do método de trânsito, em que uma queda fugaz da luz das estrelas, repetida a intervalos regulares, indica um planeta em órbita.

Os telescópios no espaço e também no solo estão à procura de ainda mais, especialmente planetas que possam ser semelhantes à Terra.

Lançado em 2021, o telescópio Webb da NASA e da Agência Espacial Europeia é o maior e mais poderoso observatório astronómico alguma vez colocado no espaço.

quarta-feira, 24 de julho de 2024

Música do BioTerra: Lowlife - Truth in Needleds


Just a little downward pressure
Was sure all it took
To take away the pleasures
That he overlooked

He'd had an arm full of it
It still tasted sweet
His blindness was a part of him

So turn the lights out
And let him rest now
Tie yourself up and work it out
Tie yourself down and work it out

He worked it all out for himself
And took himself out
He worked it all out for himself
And took himself out

He let it go as long as he could
He sought the stinking truth
Truth too big for his own good
Surprised enough to shoot

He'd had a face full of it
He dropped like stone
His blindness was a part of him

So turn the lights out
And let him rest now
Strap yourself down and work it out
Strap yourself down and work it out

He worked it all out for himself
And took himself out
He worked it all out for himself
And took himself out

So turn the lights out
And let him rest now
Strap yourself down

On June 4th, 2010, Craig Lorentson (leader vocalist and lyrics) passed away due to kidney and liver problems at the age of 44.

segunda-feira, 22 de julho de 2024

Elefantes machos dão o sinal de “vamos” com sons profundos


Os elefantes reúnem-se na frescura da noite para beber. Depois de algum tempo, um macho sénior levanta a cabeça e afasta-se do charco. Com as orelhas a abanar suavemente, solta um ruído profundo e ressonante.

Os outros respondem, um a um, e as suas vozes sobrepõem-se num coro sonoro e infrasónico que sussurra por toda a savana. Este quarteto de barbearia de elefantes transmite uma mensagem clara: É altura de seguir em frente.

Gradualmente, os elefantes mudam de posição, os seus corpos maciços balançam à medida que seguem o seu líder ruidoso para a próxima paragem nas suas deambulações noturnas.

Pela primeira vez, cientistas da Universidade de Stanford e de outras instituições documentaram elefantes machos a usarem sons de “vamos” para assinalar o início da partida de grupos do charco de Mushara, no Parque Nacional de Etosha, na Namíbia.

As vocalizações são iniciadas pelos machos mais integrados socialmente, e frequentemente os mais dominantes, em grupos sociais muito unidos.

As descobertas, apresentadas em pormenor na revista de acesso livre PeerJ, são surpreendentes porque se pensava que este comportamento era exclusivo das elefantes fêmeas em grupos familiares.

“Ficámos espantados ao descobrir que os elefantes machos, normalmente considerados como tendo laços sociais frouxos, se envolvem numa coordenação vocal tão sofisticada para desencadear ações”, disse a autora principal do estudo, Caitlin O’Connell-Rodwell, uma investigadora associada do Centro de Biologia da Conservação da Universidade de Stanford.

“Estas chamadas mostram-nos que há muito mais a acontecer na sua comunicação vocal do que se sabia anteriormente”, acrescentou.

Um projeto de 20 anos
O’Connell-Rodwell gravou pela primeira vez o estrondo do macho “ vamos lá” em 2004, enquanto realizava trabalho de campo à noite para compreender como as vocalizações dos elefantes se propagam pelo solo.

“Fiquei muito entusiasmada quando o consegui gravar”, recorda, sublinhando que “foi emocionante perceber que estes machos estavam a usar uma coordenação vocal complexa, tal como as fêmeas.”

De 2005 a 2017, a equipa recolheu dados no charco de Mushara, principalmente durante as estações secas. Utilizaram equipamento de gravação de alta tecnologia, incluindo microfones enterrados e câmaras de vídeo de visão noturna, para captar as vocalizações infrasónicas, inaudíveis aos ouvidos humanos, e os comportamentos dos elefantes machos.

Os investigadores analisaram as vocalizações em busca de propriedades e padrões acústicos e utilizaram a análise de redes sociais para compreender as relações e a hierarquia entre os machos, registando quais os elefantes que iniciavam os estrondos, como os outros respondiam e a sequência de acontecimentos que conduziam às partidas coordenadas.

Um ritual transmitido
Os ruídos de “vamos embora” observados nos elefantes machos têm semelhanças impressionantes com os anteriormente registados nas elefantes fêmeas. De facto, O’Connell-Rodwell e a sua equipa colocam a hipótese de os elefantes machos aprenderem o comportamento quando são jovens.

“Eles cresceram numa família onde todas as líderes femininas participavam neste ritual”, disse O’Connell-Rodwell. “Pensamos que à medida que amadurecem e formam os seus próprios grupos, adaptam-se e utilizam estes comportamentos aprendidos para se coordenarem com outros machos”, acrescentou.

No caso dos elefantes machos e fêmeas, o grito do iniciador é seguido pelo ruído do indivíduo seguinte, com cada elefante a esperar que o som anterior quase termine antes de acrescentar a sua própria voz. Isto cria um padrão harmonioso e rotativo semelhante a um quarteto de barbearia, disse O’Connell-Rodwell.

“É muito sincronizado e ritualizado. Quando um vai alto, o outro vai baixo, e eles têm esse espaço vocal onde estão coordenando”, explicou.

Este estudo segue-se a outro estudo inovador que utilizou a IA para revelar que os elefantes selvagens têm nomes únicos uns para os outros, o que indica a utilização de substantivos na sua comunicação.

“No nosso artigo, mostramos que os elefantes estão a usar verbos na forma deste grito de ‘vamos embora’. Se eles estão a usar combinações de substantivos e verbos em conjunto, isso é sintaxe. Isso é linguagem”, disse O’Connell-Rodwell.

Mentoria de elefantes
Para além destes conhecimentos linguísticos, o estudo também revela que alguns elefantes machos dominantes desempenham papéis cruciais nos seus grupos sociais, ajudando a manter a coesão e a estabilidade.

“Estes indivíduos assumem papéis de mentores”, afirmou O’Connell-Rodwell. “Preocupam-se com estes jovens que são muito carentes e querem sempre estar em contacto físico. Os machos mais velhos estão dispostos a tomá-los sob a sua asa, a guiá-los, a partilhar recursos com eles e a participar nos seus altos e baixos emocionais”, acrescentou.

Nos países onde a caça é permitida, deve ter-se o cuidado de evitar caçar os elefantes machos mais velhos, socialmente ligados, acrescentou, uma vez que a sua remoção poderia perturbar a coesão social e as estruturas de tutoria nas populações de elefantes.

A investigação também sugere que fortes laços e interacções sociais são essenciais para o bem-estar dos elefantes machos em cativeiro e semi-cativeiro, salientando a necessidade de ambientes que apoiem estas estruturas sociais.

“As nossas descobertas não só sublinham a complexidade e a riqueza da vida social dos elefantes machos”, disse O’Connell-Rodwell, ”como também aumentam a nossa compreensão da forma como utilizam as vocalizações em rituais e coordenação e, na verdade, aproximam-nos da ideia de linguagem dos elefantes”, conclui.

sexta-feira, 19 de julho de 2024

Asimbonanga!

A fachosfera deve rever a pequenês e mesquinha "alma" e hipocrisia e ódio que instilam sem necessidade. Vejam este maravilhoso flashmob e pesquisem não só a vida de Mandela como a biografia de Johnny Clegg. Intolerância ao racismo e xenofobia.
 
Asimbonanga
Asimbonang' uMandela thina
Laph'ekhona
Laph'ehleli khona

Asimbonanga
Asimbonang' uMandela thina
Laph'ekhona
Laph'ehleli khona

Hey wena
Hey wena nawe
Siyofika nini la' siyakhona

quinta-feira, 18 de julho de 2024

Qual o impacto dos nanoplásticos e PFAS na saúde humana?


Segundo o site EcoDebate alguns investigadores descobriram como os nanoplásticos e as substâncias por e polifluoroalquil (PFAS) – comumente conhecidas como produtos químicos para sempre – perturbam a estrutura e a função biomolecular. O trabalho mostra que os compostos podem alterar as proteínas encontradas no leite materno humano e nas fórmulas infantis – potencialmente causando problemas de desenvolvimento.

A mesma fonte refere ainda que nanoplásticos e produtos químicos para sempre são compostos artificiais presentes em todo o ambiente; uma série de estudos recentes ligaram-nos a inúmeros resultados negativos para a saúde. Embora os nanoplásticos tenham origem principalmente como resultado da degradação de materiais plásticos maiores, como garrafas de água e embalagens de alimentos, produtos químicos para sempre são encontrados em vários produtos, como utensílios de cozinha e roupas.

O artigo do EcoDebate explica que a equipa de pesquisa concentrou-se no impacto dos compostos em três proteínas críticas para o desenvolvimento e função humana: beta-lactoglobulina, alfa-lactalbumina e mioglobina. As suas descobertas, que fornecem uma visão de nível atómico sobre os efeitos prejudiciais dos nanoplásticos e do PFAS na saúde humana, são descritas em dois artigos recentes no Journal of the American Chemical Society e na ACS Applied Materials and Interfaces. Em resumo:

1. Proteína do Leite: Beta-Lactoglobulina (BLG)
BLG é uma proteína encontrada no leite de ovelhas e vacas e é comumente usada como ingrediente em fórmulas infantis. A proteína liga-se ao retinol (vitamina A) e ácidos gordos e é crucial para a visão e o desenvolvimento do cérebro em bebés.                            A equipa de pesquisa descobriu que a eficiência de ligação do BLG ao retinol e a ácidos gordos diminui após a exposição a nanoplásticos e PFAS. Esse decréscimo pode levar a problemas significativos de desenvolvimento em bebés neonatais. Além disso, pela primeira vez, a equipa observou que o PFAS se liga à proteína do leite, transformando-a em um transportador para esses compostos.
 
2. Leite materno humano: alfa-lactalbumina
A alfa-lactalbumina é encontrada no leite materno humano, participa na síntese de lactose e é ingerida por bebés para ajudar a suprir as necessidades nutricionais. Os pesquisadores da UTEP descobriram que os nanoplásticos e o PFAS corrompem a estrutura da proteína alfa-lactalbumina, comprometendo assim potencialmente a formação de lactose. A equipa disse que a interrupção pode levar a defeitos de
desenvolvimento em bebés neonatais, como imunidade comprometida e redução da absorção de minerais.
 
3. Armazenamento de oxigénio: Mioglobina
A mioglobina, encontrada no sangue e tecido muscular da maioria dos mamíferos, é crucial para armazenar oxigénio. A equipa de pesquisa da UTEP descobriu que os nanoplásticos e o PFAS comprometem a funcionalidade da proteína da mioglobina, interrompendo a sua capacidade de armazenar oxigénio. Essa interrupção pode levar a problemas de saúde, como falta de ar e anemia. Experiências adicionais da equipa demonstraram que a exposição a nanoplásticos prejudica a locomoção em vermes, com efeitos comparáveis ao paraquat – um herbicida que está na causa à doença de Parkinson.

Dia Internacional Nelson Mandela - Asimbonanga!


Documentário: Vida e obra de Johnny Clegg

quarta-feira, 17 de julho de 2024

UE deverá falhar metas de hidrogénio renovável e tem de repensar caminho a seguir


Bruxelas, 17 jul 2024 (Lusa) – A União Europeia (UE) não deverá cumprir os objetivos que fixou para a produção e importação de hidrogénio renovável e deve agora decidir sobre o caminho estratégico a seguir para a descarbonização, considera o Tribunal de Contas Europeu (TCE).

No relatório especial Política Industrial da UE para o Hidrogénio Renovável, hoje divulgado, o TCE destaca, pela positiva, que quatro anos depois da publicação, pela Comissão Europeia, da estratégia para o hidrogénio renovável – como parte do esforço para a neutralidade carbónica do bloco em 2050 -, “o quadro jurídico relativo ao hidrogénio renovável está praticamente concluído”.

No entanto, não foram discriminadas metas vinculativas para produção e importação de hidrogénio renovável para os Estados-membros até 2030 e as da UE não deverão ser cumpridas, nomeadamente a da produção de dez milhões de toneladas de hidrogénio renovável e da importação de outro tanto, objetivos que o TCE considera terem resultado de vontade política e não de uma “análise rigorosa”.
Em declarações aos jornalistas, o membro do TCE responsável pelo relatório, Stef Blok, referiu que os auditores recomendam a Bruxelas “a atualização da estratégia para o hidrogénio com base numa avaliação cuidadosa”.

Blok destacou três aspetos que a Comissão Europeia deve ter em conta, começando pelas implicações geopolíticas da produção da UE em comparação com as importações de países terceiros, ou seja, “que indústrias quer a UE manter e a que preço”.

Dar prioridade ao financiamento da UE, decidindo em que partes da cadeia de valor do hidrogénio se deve concentrar, e calibrar os incentivos de mercado para a produção e utilização de hidrogénio renovável e com baixo teor de carbono são outros dois pontos das recomendações do TCE.

A decisão sobre o caminho a seguir deve ainda ter em conta “a situação concorrencial das principais indústrias da UE”.

O financiamento total da UE para projetos relacionados com o hidrogénio está atualmente estimado em 18,8 mil milhões de euros, sendo atribuído através de vários programas, avaliaram os auditores, montante que Blok considera escasso.

O membro do TCE considerou ser necessário “fazer um ponto da situação da política industrial da UE para o hidrogénio renovável", devendo a UE continuar o caminho para a redução das emissões de gases com efeito de estufa, “mas sem prejudicar a competitividade das suas principais indústrias nem criar novas dependências estratégicas".

A auditoria do TCE abrangeu o período de 2020 a 2023 em quatro Estados-membros: Alemanha, Espanha, Países Baixos e Polónia.

terça-feira, 16 de julho de 2024

A economia não é verde


A economia não é verde. Nada em concreto. Exemplo: Prevê-se que uma poderosa e prolongada onda de calor continue na península dos Balcãs e na Europa de Leste, com temperaturas a atingir os 42-44 °C. Isto está mais de dez graus C acima da média para o período de meados de julho. Imagem: Climate Book (Copernicus)

A powerful and prolonged heatwave is forecast to continue across the Balkan peninsula and Eastern Europe, with temperatures reaching 42-44 °C. This is more than ten degrees C above the average for the mid-July period.