Algumas das árvores, estão entre os seres vivos mais velhos do mundo.
Em miúdo, ao folhear um livro na biblioteca escolar, os meus olhos brilharam ao saber da existência do "Matusalém”, um Pinus longaeva de aspeto moribundo, todo retorcido, norte-americano, com cerca de 5.000 anos. O dito, nascido nas Montanhas Brancas, Califórnia, teria sido testemunha da história humana dos últimos milénios. Assistiu à ascensão e à queda de diversos impérios. Testemunhou a construção das pirâmides egípcias e, quando Cristo por cá andou, já teria uma bonita idade de 3.000 anos.
O gelo e a resina que o recobrem têm sido uma mais-valia na sua conservação. Estava assim aberto um verdadeiro portal no tempo.
Depois disso, soube que outro Pinus longaeva ligeiramente mais velho foi descoberto e a história não mais parou...
Em várias espécies, têm sido encontradas colónias clonais, que brotam vegetativamente do mesmo sistema radicular, com idades bem superiores:
- Tjikko é um espruce (Picea abies), sueco, com cerca de 9.500 anos;
- Arbusto de creosoto (Larrea tridentata), norte-americano, com 12.000 anos;
- Carvalho de Palmer (Quercus palmeri), norte-americano com 13.000 anos;
- Azevinho da Tasmânia (Lomatia tasmanica), australiano, com pelo menos 43.000 anos, único exemplar vivo da sua espécie.
- Pando, uma colónia de choupos (Populus tremuloides) norte-americanos, com 80.000 anos. É aliás o maior ser vivo terrestre e o mais pesado (6615 toneladas), ocupando uma área de 43 hectares.
Um olhar à lista revela ser verdadeiramente sagrado o solo norte-americano...
E nós por cá em Portugal temos a Oliveira do Mouchão, Abrantes. Belo e invejável exemplar, com 3.350 anos de idade. Face aos esmagadores 80.000 anos do Pando, parece uma idade irrisória a da nossa oliveira, mas tal não é verdade. A Oliveira do Mouchão encontra-se entre as dez mais velhas árvores não clones do mundo. O seu azeite poderá ter sido servido à mesa de Fenícios, de Celtiberos ou de Romanos. À sua sombra, cristãos e muçulmanos poderão ter esgrimido argumentos. E quem sabe se não assistiu à passagem dos invasores franceses, às ordens de Junot, rumo a Lisboa!...
A Oliveira do Mouchão é mais velha que a General Sherman, a mais famosa sequóia gigante norte-americana, nascida há 3200 anos. Tudo ninharias, portanto.
Estou em pulgas para saber o que os próximos anos nos reservarão, isto é, se houver próximos...
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