Jane Goodall avisa que a destruição das florestas faz com que seja "mais provável" que os seres humanos contraiam este tipo de doenças.
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A primatóloga britânica Jane Goodall indicou, este domingo, a destruição que os seres humanos têm levado a cabo do reino animal foi uma das principais causas que levou a que o surto do novo coronavírus adquirisse uma dimensão global.
Em entrevista concedida à estação televisiva France24, a cientista de 86 anos sublinhou que, sem os seus habitats naturais, os animais irão ver-se cada vez mais forçados a aproximar-se das populações, o que, por sua vez, tornará mais provável este tipo de surtos.
"Foi o nosso desprezo pela natureza e o nosso desrespeito pelos animais com quem deveríamos partilhar o planeta que causou esta pandemia, que foi prevista há tanto tempo", começou por dizer aquela que é uma das mais conceituadas primatólogas do mundo.
"À medida que destruímos as florestas, as diferentes espécies de animais são forçadas a uma proximidade, e, consequentemente, as doenças são passadas de um animal para outro, e esse segundo animal é, então, mais provável que infete humanos, uma vez que é forçado a viver mais próximo deles".
Além disso, Jane Goodall alerta que outro dos fatores de risco está relacionado com "os animais que são caçados por comida, vendidos em mercados em África ou na Ásia, especialmente na China, e as quintas intensivas onde são cruelmente aglomerados biliões de animais de todo o mundo".
"É ótimo que a China tenha encerrado os mercados de animais selvagens vivos, numa proibição temporária que esperemos que seja tornada permanente e que outros países asiáticos sigam. Mas, em África, será muito difícil travar a venda de carne de animais selvagens, porque muitas pessoas dependem dela para viver", concluiu.
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