Este texto está a concurso e o vencedor irá ao World Conservation Congress, o maior congresso de conservação de natureza do mundo. Cada leitor pode contribuir para que seja um português a ganhar votando neste endereço (este é o link directo para a votação e o mesmo texto, em inglês).
Cada um pode votar uma vez por dia.
As votações terminam em 15 de Junho.
Vamos ajudar o Diogo e seguir em frente com esta sua intervenção e projecto. Bem-hajas.
A crise económica trás dificuldades mas também cria oportunidades. Quer tenha de gerir uma empresa multinacional ou um orçamento familiar há duas formas de balançar as contas: ou aumenta as receitas ou diminui as despesas. É neste contexto que a crise económica que atravessamos pode ser o incentivo que precisamos para combater aquele que é por ventura o maior inimigo do desenvolvimento sustentável: o desperdício
A crise económica que presentemente atinge sobretudo a Europa e a América do Norte tem tido implicações desastrosas. Contudo o corrente quadro económico apresenta ao mesmo tempo, e talvez mais do que nunca, um grande estímulo à eficiência, essa grande amiga da sustentabilidade. E é este impulso para ser mais eficiente que nos pode levar a finalmente lidar com o gigantesco desperdício que impera no estilo de vida da maioria de nós.
Se acha que isto do desperdício não é uma coisa assim tão importante, então continue a ler. Tomemos como exemplo duas das mais básicas necessidades humanas: comida e água. No ano passado 1,3 bilhões de comida, o equivalente a 25 000 vezes o peso do Titanic e cerca de um terço da produção mundial, foi desperdiçado. Isto dá em média cerca de 200 kg por pessoa. Quanto à água, cerca de um terço da água potável que extraímos é desperdiçada devido a fugas nas canalizações, torneiras a pingar, etc. Um única torneira a pingar pode desperdiçar mais de 20 litros de água por dia. Nos Estados Unidos, as famílias desperdiçam cerca de 1 trilião de litros por ano, o suficiente para encher 40 000 piscinas olímpicas.
Este desperdício colossal, para além de pouco ético, tem um custo também ele colossal. Voltando aos Estados Unidos, o país para o qual há mais dados, 32 biliões de euros são gastos todos os anos em comida que nunca chegará a ser consumida. Isto é 40 vezes mais do que os lucros conseguidos pelo Facebook no mesmo período. A isto temos de juntar mais 600 milhões de euros por ano para que esta comida desperdiçada seja transportada e mantida em aterros sanitários ou incinerada. Em relação à água, os números são igualmente assustadores. Nos Estados Unidos as famílias gastam cerca de 10 biliões de euros por ano em água que nunca será usada. Isto é 26 vezes o lucro anual da companhia de material desportivo Nike.
Estes números podem inicialmente parecer avassaladores, mas não devem. A enorme quantidade de desperdício produzido pela sociedade em que vivemos é igualada por uma enorme oportunidade, e dado o contexto económico uma necessidade, para ser mais eficiente. Está nas nossas mãos fazer o nosso estilo de vida mais economicamente e ambientalmente sustentável. A diferença está em pequenos detalhes como ter a criatividade de organizar uma refeição com as sobras dos dias anteriores em vez de deitar tudo para lixo ou fechar a torneira enquanto escovamos os dentes poupando litros e litros de água. Podemos e devemos fazer desta crise uma oportunidade para a sustentabilidade ambiental.
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