O Dia Mundial do Livro é comemorado, desde 1996 e por decisão da UNESCO, hoje, a 23 de Abril. Trata-se de uma data simbólica para a literatura, já que, segundo os vários calendários, neste dia faleceram importantes escritores como Cervantes e Shakespeare. A ideia da comemoração teve origem na Catalunha: a 23 de Abril, dia de São Jorge, uma rosa é oferecida a quem comprar um livro. Mais recentemente, a troca de uma rosa por um livro tornou-se uma tradição em vários países do mundo.
A minha sugestão seria que mais gente lê-se o livro de Al Gore- "A Nossa Escolha".
Contudo e continuando este Mês da Terra, e depois do BioTerra celebrar o Dia da Terra em tomos musicais 1, 2, 3 e ,4, escolhi para este Dia Internacional do Livro, um texto/pensamento diferente. Um texto de Eckhart Tolle. Espero que gostem.
"Dependemos da natureza não só para a nossa sobrevivência física.
Também necessitamos da natureza para que nos ensine o caminho para casa, o caminho para sairmos da prisão de nossas mentes. Perdemo-nos no fazer, no pensar, no recordar, no antecipar; estamos perdidos num complexo labirinto, num mundo de problemas. Esquecemos aquilo que as rochas, as plantas e os animais já sabem.
Nos esquecemos de Ser, de sermos nós mesmos, de estar em silêncio, de estar onde está a vida: Aqui e Agora.
Focalizar a atenção numa pedra, numa árvore ou num animal, não significa “pensar neles”, mas simplesmente percebê-los, dar-se conta deles. Então eles transmitem-te algo de sua essência. Sente quão profundamente descansam no Ser, completamente unificados com o que são e onde estão. Ao perceber isto, tu também entras num lugar de profundo repouso dentro de ti mesmo.
Quando caminhares ou descansares na natureza, honra este reino, permanecendo aí plenamente. Acalma-te. Olha. Escuta. Observa como cada planta e cada animal são completamente eles mesmos. De forma diferente dos humanos, não estão divididos em dois. Não vivem por meio de imagens mentais de si mesmos, e por isso não precisam preocupar-se em proteger e potencializar estas imagens. Todas as coisas naturais, além de estarem unificadas consigo mesmas, estão unificadas com a totalidade. Não se afastaram da totalidade exigindo uma existência separada: “eu”, o grande criador de conflitos. Tu não criastes teu corpo, nem és capaz de controlar todas as funções corporais. No teu corpo opera uma inteligência maior que a mente humana. É a mesma inteligência que sustenta tudo na natureza. Para aproximares-te ao máximo desta inteligência, torna-te consciente de teu próprio campo energético interno, sente a vida, a presença que anima o organismo.
Quando percebes a natureza apenas com a mente, por meio do pensamento, não podes sentir sua plenitude de vida, seu ser. Unicamente vês a forma e não estás consciente da vida que a anima, do mistério sagrado. O pensamento reduz a natureza a um bem de consumo, a um meio para conseguir benefícios, conhecimento, ou a algum outro propósito prático.
Observa, sente um animal, uma flor, uma árvore, e vê como descansam no Ser. Cada um deles é ele mesmo. Eles têm uma enorme dignidade, inocência, santidade. No momento em que olhas além dos rótulos mentais, sentes a dimensão inefável da natureza, que não pode ser compreendida pelo pensamento.
É uma harmonia, uma sacralidade que além de preencher a totalidade da natureza, também está dentro de ti. O ar que respiras é natural, como o próprio processo de respirar. Dirige a atenção à tua respiração e percebe que não és tu quem respira. A respiração é natural. Conecta-te com a natureza do modo mais íntimo e interno percebendo a tua própria respiração e aprendendo a manter tua atenção nela. Este é um exercício que cura e energiza consideravelmente.
Produz uma mudança de consciência que te permite ultrapassar o mundo conceitual do pensamento e atingir a consciência incondicionada. Precisas que a natureza te ensine e te ajude a reconectar-te com teu Ser.
Não estás separado da natureza. Todos somos parte da Vida Única que se manifesta em incontáveis formas em todo o universo, formas que estão, todas elas, completamente interconectadas.
Quando reconheces a santidade, a beleza, a incrível quietude e dignidade que existem em uma flor ou em uma árvore, acrescentas algo a esta flor ou a esta árvore. Pensar é uma etapa na evolução da vida. A natureza existe em uma quietude inocente que é anterior à aparição do pensamento. Quando os seres humanos se aquietam, vão além do pensamento. A quietude que está além do pensamento contém uma dimensão maior de conhecimento, de consciência. A natureza pode levar-te à quietude. Este é o presente dela para ti.
Quando percebes a natureza e te unes a ela no campo da quietude, este se enche com tua consciência. Este é o teu presente para a natureza. Através de ti, a natureza toma consciência de si mesma.
É como se a natureza tivesse ficado à tua espera durante milhões de anos para adquirir esta consciência."
Para saberes mais:
Sem comentários:
Enviar um comentário