Quase três quartos (71%) dos novos navios porta-contentores já cumprem os limites de emissões pós-2025 do Índice de Design de Eficiência Energética (EEDI) da Organização Marítima Internacional (IMO). A conclusão é da Transport & Environment (T&E), que defende, por isso, limites mais apertados. Os actuais são demasiado brandos.
O estudo da T&E foi feito com base em dados da própria IMO. E mostra que entre os novos navios porta-contentores, 10% já são quase duas vezes mais eficientes do que o requisito previsto para daqui a dez anos.
Os navios porta-contentores são responsáveis por cerca de 25% das emissões globais de CO2 do transporte marítimo.
O sector marítimo é uma das fontes de CO2 que crescem mais rapidamente e “pode ser responsável por mais de 17% das emissões globais até 2050 se nenhuma acção for tomada”, segundo a T&E.
O estudo analisou os tipos de embarcações que representam dois terços das emissões de CO2 dos navios e descobriu que, além dos porta-contentores, 69% dos navios de carga geral, 26% dos petroleiros e 13% dos navios de transporte de gás ultrapassam, dez anos antes do previsto, os requisitos da EEDI para 2025.
Em geral, 10% dos navios de carga geral, petroleiros e de transporte de gás com melhor desempenho são, respectivamente 57%, 35% e 42% mais eficientes do que o requerido pelo EEDI no período 2013-2015. A CSC – Clean Shipping Coalition acredita que o desempenho dos melhores navios da frota seria um bom ponto de partida para uma revisão dos requisitos existentes ou o estabelecimento de novos requisitos EEDI.
Faig Abbasov, responsável pela área de transportes na T&E, não tem dúvidas de que os requisitos do EEDI a partir de 2025 são insuficientes. “Esta nova análise, que utiliza dados oficiais da IMO, confirma resultados já apresentados à IMO por grupos ambientalistas: o padrão de eficiência energética não é adequado para promover melhores designs ou inovações tecnológicas. Os armadores, representados pela ICS e a BIMCO, opuseram-se a padrões mais apertados como parte dos esforços para esgotar toda a ambição das discussões da IMO sobre como o transporte pode reduzir as emissões. O fortalecimento do EEDI é o mais fácil. Se a IMO não pode tomar medidas atempadas sobre esta questão devido à oposição da indústria, como se pode esperar que dê uma resposta adequada aos Acordos de Paris?”, questiona, citado em comunicado.
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