Em relação a esta sondagem, comprova-se que o passo importante para incluir a Natureza nas nossas preocupações mais habituais (emprego, saúde, finanças, etc), passa também por inquietarmo-nos também quando há derrube de árvores, quando os riachos mudam de cores e cheiros ou quando há destruição dos jardins,.... Aí partilhamos com mais pessoas insatisfeitas com a delapidação acentuada do património natural, que é nosso e que devíamos assegurar para as gerações futuras. Nesta altura, pedimos auxílio, informamo-nos e (quase) certamente reagimos. Sem sensibilidade, inquietação e reacção, temos o Ambiente que merecemos...
Portugueses Pouco Preocupados com o Ambiente
Por ANA FERNANDES ( Público)
Segunda-feira, 18 de Outubro de 2004
Os portugueses não estão muito preocupados com alguns problemas ambientais na zona onde vivem como o ruído, a qualidade da água canalizada ou o excesso de construção. Mesmo em relação à poluição do ar, são mais os que se encontram descansados com o assunto, do que o contrário.
Só o lixo surge como um factor que merece alguma atenção, mas mesmo assim, só metade dos inquiridos é que o apontou como preocupante. Uma sondagem feita pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica para a RTP e o jornal PÚBLICO, indica que a maioria; dos portugueses está tranquilo quanto aos problemas ambientais da zona onde vive.
Segundo os autores do estudo, "não há uma correlação clara entre a idade e o facto de se estar muito preocupado com estes aspectos: apenas no que respeita ao excesso de construção e ao lixo há uma ligeira tendência para os mais jovens estarem muito preocupados". Apesar da aparente tranquilidade, a esmagadora maioria dos inquiridos considera que "a qualidade do ambiente deve ser uma prioridade nacional, tal como o crescimento económico e a criação de emprego", tendo rejeitado a premissa de que "o crescimento económico e a criação de emprego devem ser prioridades nacionais, mesmo que isso implique uma degradação do ambiente".
Na mesma linha de ideias, dois em cada três inquiridos dispõe-se a pagar mais pelos produtos e serviços que adquirem se isso for necessário para melhorar o ambiente. À medida que se desce na escala etária verifica-se que, quanto mais jovens, mais se sentem dispostos a despender mais dinheiro em bens se isso tiver benefícios ambientais.
A sondagem foi feita no dia 14 de Outubro de 2004, tendo tido como universo alvo a população com 18 ou mais anos residente em Portugal Continental em alojamentos com telefone fixo. Os números de telefone foram seleccionados aleatoriamente das listas telefónicas nacionais e em cada domicílio foi seleccionada a pessoa que tivesse tido o seu aniversário há menos tempo. Foram obtidos 661 inquéritos válidos, 53 por cento deles a indivíduos do sexo feminino e a taxa de resposta foi de 67 por cento. A margem de erro máxima da amostra é de 3,8 por cento, com um nível de confiança de 95 por cento.
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