A PAZ. Eis um grande tema e que vejo que está a crescer o debate aqui no Bioterra. Ainda bem. Pois sempre houve conflitos mas esquecemos muitos deles também se prendem com questões ambientais ou de posse de recursos naturais.
Não podemos ficar quietos e entregarmo-nos novamente a sentimentos de alienação e que tipos sem escrúpulos queiram governar as nossas vidas, se acharmos que o que estão a fazer a outros povos, nações e à Natureza não são exemplo de ética, paz e harmonia.
Como comprova este excelente resumo e retrato dessa relação entre conflitos armados e o controlo de recursos naturais, o meu amigo Nuno Quental, recolheu neste seu trabalho, uma série de números assustadores desse ciclo extremamente destrutivo. Nas suas palavras conclui que este ciclo se autoalimenta e é caracterizado pela venda desses recursos em troca de armas, que por sua vez são usadas no controlo de territórios ainda mais vastos e aterrorizar as populações locais.Deste processo resultam violações sistemáticas aos direitos humanos e uma destruição ambiental ruinosa.
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Para esclarecer melhor o que está em questão reproduzo aqui a introdução do artigo:
Para esclarecer melhor o que está em questão reproduzo aqui a introdução do artigo:
Entre 1900 e 1995, o mundo viu sucumbir 109,7 milhões de pessoas, grande parte das quais civis, enquanto no período decorrido entre 1990 e 2000 eclodiram 118 conflitos armados responsáveis pela morte de aproximadamente 6 milhões de vidas (Brown et al, 1999).
Para além de eliminar vidas, a guerra também destrói culturas agrícolas, florestas, sistemas hídricos e vários outros recursos naturais. Durante a Guerra do Golfo, por exemplo, foram derramados no Golfo Pérsico e no Mar Arábico entre 6 e 8 milhões de barris de crude que provocaram a morte de 15 000 a 30 000 aves marítimas e contaminaram florestas de mangais e bancos de coral. Décadas passadas sobre a Guerra do Vietname, ainda são visíveis os estragos provocados pela desfoliação de 325 000 hectares de floresta que a utilização de Agente Laranja acarretou (World Resources Institute, 2003).
A guerra também destrói ou enfraquece as instituições que estão na base dos processos de decisão, facilitando o aparecimento de grupos rebeldes e autoritários e da corrupção. A maior parte das guerras actuais desenvolve-se dentro das fronteiras nacionais e não entre as nações, mas os seus efeitos estendem-se, por norma, aos países vizinhos. Entre a variedade de motivações para a guerra encontra-se a competição por recursos naturais valiosos, quer existam em abundância ou sejam raros. Quando são abundantes, os recursos em causa são normalmente não-renováveis; quando a competição é por recursos escassos, estes por regra não são comercializáveis nem pilháveis (caso da água e de solos agrícolas).
O APELO À PAZ E AMPLIAÇÃO DA SUA MENSAGEM É VITAL NESTE SÉC.XXI!!
No entender de muitos autores especialistas e pessoas de bem a grande força que poderá efectiva e duradouramente combater o tráfico de armas e a associada pilhagem e comercialização de recursos naturais é uma sociedade empenhada, consciente, movida por valores éticos e exigente no seu respeito.
VARIA LITERATURA ( também referida no artigo)
BROWN, L.; FLAVIN, C.; FRENCH, H. (1999). State of the World 1999. Worldwatch
Institute, New York.
KALDOR, M. (1999). New and Old Wars: Organized Violence in a Global Era. Stanford
University Press, Stanford.
LE BILLON, P. (2001). The Political Ecology of War: Natural Resources and Armed
Conflicts. Political Geography, no. 20, pp. 561-584.
RENNER, M. (1997). Small Arms, Big Impact: the Next Challenge of Disarmament.
Worldwatch Paper 137. Worldwatch Institute, Washington.
RENNER, M. (2002). The Anatomy of Resource Wars. Worldwatch Paper 162.
Worldwatch Institute, Washington.
ROSS, M. (2001). Extractive Sectors and the Poor. Oxfam America, pp. 7-9.
SACHS, D. e WARNER, A. (1995). Natural Resource Abundance and Economic Growth.
Development Discussion Paper no. 517a. Harvard Institute for International Development,
Cambridge, Massachusetts.
WORLD RESOURCES INSTITUTE (2003). World Resources 2002-2004. World Resources
Institute, Washington.
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TODOS SOMOS POUCOS
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