26 de Outubro 1908 - 10 de Novembro 1992
A criação do Parque Nacional da Peneda-Gerês não foi um acto isolado. Constituiu, antes, o coroar dos esforços tenazes, muitas vezes mal compreendidos, de um grupo de cidadãos preocupados de há longa data com a problemática da Conservação da Natureza. Logo em 1939, o Eng.º Francisco Flores sistematizou, pela primeira vez em Portugal, as directrizes de uma política de Conservação da Natureza. Cerca de 10 anos depois, um pequeno conjunto de cidadãos e técnicos, em que avultam os nomes de Baeta Neves, Carlos Tavares, Carlos Teixeira, Pinto da Silva, Germano Sacarrão, Mário Myre e Miguel Neves, criaram a Liga para a Protecção da Natureza, inspirados pelos gritos de alarme do Poeta Sebastião da Gama a propósito das ameaças à integridade da serra da Arrábida. Esta organização encabeçou durante vários decénios, quase sozinha, a defesa dos princípios da Protecção da Natureza e do Ambiente e pugnou pela institucionalização de uma política de Conservação da Natureza.
A este núcleo inicial foram-se juntando outros cidadãos e cientistas que na sua actividade cívica e didáctica, desde cedo se esforçaram, não só pela divulgação do ideário da Conservação da Natureza como, particularmente, pelo desenvolvimento científico e tecnológico necessário à sua concretização.
Especial destaque assumiram as escolas de Silvicultura e de Arquitectura Paisagista do Instituto Superior de Agronomia onde se salientam, entre outros, os nomes dos Profs. Azevedo Gomes e Caldeira Cabral, para só citar aqueles que infelizmente já nos deixaram. É igualmente de realçar o papel do Eng.º Silvicultor José Lagrifa Mendes no caso particular da criação do Parque Nacional da Peneda-Gerês. Tendo assumido pessoalmente a tarefa dessa criação conseguiu, passados trinta anos sobre as primeiras propostas nesse sentido, concretizar esse objectivo primeiro de todos os que pugnaram pela preservação do nosso património natural. [Fonte: Arquivos da Presidência de Jorge Sampaio ]
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