Durante a pandemia muitas pessoas se questionaram como tinha sido possível desenvolver vacinas contra a Covid-19 em tão pouco tempo. Na verdade, a investigação que mudou a compreensão de como o RNA mensageiro (ARN - ácido ribonucleico em português) interage com o nosso sistema imunitário já estava a ser desenolvida há cerca de 30 anos, pelos cientistas Katalin Karikó e Drew Weissman, agora laureados com o Prémio Nobel da Medicina de 2023.
As descobertas foram fundamentais para o desenvolvimento de vacinas de RNA mensageiro eficazes contra a COVID-19 durante a pandemia. Através das suas descobertas "os laureados contribuíram para o desenvolvimento de vacinas, a uma taxa de resposta sem precedentes, durante uma das maiores ameaças à saúde humana nos tempos modernos", revelou o Comité do Prémio Nobel no Instituto Karolinska, na Suécia.
Para a docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Helena Sá, "o trabalho pioneiro conjunto e extraordinário na descoberta da forma como a molécula do RNA mensageiro pode ser utilizada, in vivo, na área de prevenção e tratamento de doenças" permitiu que se iniciasse uma "era de grande interesse para a medicina".
A Assembleia do Nobel é composta por 50 professores do Instituto Karolinska e concede o Prémio Nobel de Fisiologia ou Medicina. Desde 1901, este prémio é atribuído aos cientistas que fizeram as descobertas mais importantes para o benefício da humanidade.
Katalin Karikó e Drew Weissman
Katalin Karikó nasceu em 1955 em Szolnok, Hungria. Recebeu o doutoramento pela Universidade de Szeged em 1982 e realizou posteriormente investigações de pós-doutoramento na Academia Húngara de Ciências, em Szeged, na Temple University, Filadélfia, e na Universidade de Ciências da Saúde, Bethesda. Em 1989, foi nomeada professora assistente na Universidade da Pensilvânia, onde permaneceu até 2013. Depois disso, tornou-se vice-presidente da BioNTech RNA Pharmaceuticals. Desde 2021, é professora na Universidade de Szeged e professora adjunta na Perelman School of Medicine da Universidade da Pensilvânia.
Drew Weissman nasceu em 1959 em Massachusetts, EUA. Recebeu o doutoramento pela Universidade de Boston em 1987, fez formação clínica no Beth Israel Deaconess Medical Center na Harvard Medical School e fez investigação de pós-doutoramento no National Institutes of Health. Em 1997, Weissman criou um grupo de investigação na Perelman School of Medicine da Universidade da Pensilvânia e é diretor do Penn Institute for RNA Innovations.
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