Mukhtar Babayev |
Um homem com carreira no setor do petróleo vai voltar a presidir à conferência do clima da ONU, já que o Azerbaijão nomeou o seu ministro da Ecologia e dos Recursos Naturais como presidente da COP29 de novembro.
“Sua Excelência Mukhtar Babayev foi nomeado presidente designado da 29.ª sessão da conferência das partes” da Convenção-Quadro das Nações Unidas para as Alterações climáticas, segundo informação do ministério enviada hoje à agência France Presse sobre a nomeação do ex-funcionário da petrolífera Socar.
Os Emirados Árabes Unidos tinham escolhido para presidente o sultão Al Jaber, dirigente da empresa nacional Adnoc, para presidir a conferência da ONU do clima, que terminou em dezembro em Dubai com um apelo histórico inédito para uma “transição” afastada dos combustíveis fósseis.
A presidência da COP28 já felicitou Babayev, que representou o Azerbaijão nas negociações do Dubai, através de uma mensagem na rede social X: “Vamos trabalhar com as presidências da COP29 e COP30 (no Brasil), bem como com a ONU para o Clima, para concretizar o sucesso histórico e transformador da COP28 e manter a meta de 1,5°C ”.
O novo presidente da COP tem no seu currículo, entre 1994 a 2003, funções no departamento de relações económicas externas da Socar, a empresa nacional de petróleo e gás, antes de passar para a área de marketing e operações económicas.
Entre 2007 e 2010, foi vice-presidente responsável pela ecologia da empresa de petróleo e gás e é ministro da Ecologia e Recursos Naturais desde 2019.
Historicamente, os presidentes da COP foram ministros ou diplomatas, com exceção do ano passado com Sultan Al Jaber, que é presidente da Adnoc, um dos maiores produtores de gás e petróleo do Golfo, e representou o seu país em várias COP’s e afirmou-se como líder da empresa de energia renovável Masdar.
O governo azeri nomeou o vice-ministro dos Negócios Exteriores, Yalchin Rafiyev, como negociador-chefe da COP29.
O anfitrião anual da COP é escolhido por consenso pelos países da região designada. Em 2023, os países asiáticos designaram os Emirados Árabes Unidos, e este ano, após meses de bloqueios, foi definido o Azerbaijão pelos países da Europa de Leste, que incluem a Rússia.
Este ano será Baku a receber a COP e poderá fazer recordar a edição anterior, já que foi uma das capitais mundiais do petróleo no início do século XX, como apontou à AFP Francis Perrin, especialista em energia do Instituto de Relações Internacionais e Estratégicas, “com os interesses russos, da Shell e dos irmãos Nobel da época”.
O país desenvolveu grandes depósitos de petróleo e gás no Mar Cáspio desde a década de 1990, acrescentou.
Atualmente, o gás tornou-se mais importante do que o petróleo para este membro da OPEP+, exportado principalmente para a Europa.
“O país continua hoje muito dependente dos hidrocarbonetos, que representam pouco menos de 50% do seu PIB, pouco mais de 50% das suas receitas orçamentais e pouco mais de 90% das suas receitas de exportação”, analisou Perrin.
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