As florestas são essenciais para a nossa sobrevivência e bem-estar. Elas conseguem limpar o nosso ar, a nossa água, o nosso solo e regulam o nosso clima. Apesar de nem sempre estarem associadas a paisagens urbanas, elas desempenham funções de valor inestimável, mesmo que invisível.
Estudos científicos mostram que as florestas urbanas e os espaços verdes ajudam a melhorar a saúde física e o bem-estar psíquico. Mais de três quartos das pessoas na Europa vivem em áreas urbanas, pelo que as árvores são agora mais importantes do que nunca.
1. As alterações climáticas aumentam os riscos para a saúde
Estima-se que as alterações climáticas levem a um aumento de 2ºC a 5ºC das temperaturas médias anuais da Europa até 2100. As ondas de calor apresentam riscos, em particular para os idosos e para as pessoas que sofrem de doenças respiratórias e cardiovasculares. Muitas vezes, a qualidade do ar piora durante as ondas de calor, agravando problemas de saúde.
Os idosos são particularmente vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas. Na Europa, a proporção da população com 65 anos ou mais aumentou de 10% em 1960 para 16% em 2010 – e espera-se que aumente para 30% em 2060. Ao mesmo tempo, o número de pessoas a viver em áreas urbanas também está a crescer.
Nesta sociedade cada vez mais envelhecida e urbanizada, as florestas e os espaços verdes podem revelar-se muito úteis.
2. As florestas reduzem as ondas de calor urbano
As árvores e os arbustos refrescam as áreas circundantes através de uma série de mecanismos. As suas folhas reflectem a luz e o calor e proporcionam sombra, enquanto a sua transpiração liberta água para o ar – o que faz baixar as temperaturas em volta. Estes processos naturais podem reduzir parcialmente os impactos negativos das ondas de calor em áreas urbanas.
Alguns estudos prevêem que as temperaturas em áreas urbanas, em locais com somente 10% de cobertura vegetal, possam aumentar 8,2ºC nos próximos 70 anos. Por outro lado, o aumento da cobertura verde nas cidades em 10% pode restringir esse aumento da temperatura em apenas 1ºC.
3. As florestas melhoram a qualidade do ar
As florestas e os espaços verdes ajudam a melhorar a qualidade do ar em áreas urbanas e rurais. Eles extraem uma vasta gama de poluentes do ar, tais como partículas e óxidos de carbono emitidos, por exemplo, pelos automóveis e pela indústria. As árvores também ajudam a combater as mudanças climáticas – num ano, uma árvore adulta absorve cerca de 22 Kg de dióxido de carbono da atmosfera, libertando, em troca, oxigénio.
A cada ano, estima-se que 1,3 milhões de árvores removam mais de 2.500 toneladas de poluentes do ar.
4. As florestas evitam inundações
As plantas facilitam a infiltração das águas das chuvas no solo. Plantar árvores e criar espaços verdes urbanos são, portanto, passos essenciais para o fortalecimento da infra-estrutura verde da Europa, pois contribuem fortemente para a gestão de inundações.
5. As florestas ajudam a saúde
Dar à população urbana a oportunidade e possibilidade de desfrutar de um maior acesso ao contacto com a natureza traz múltiplos benefícios à saúde física e mental. Um estudo que envolveu toda a população de Inglaterra mostrou que, junto daqueles que vivem mais perto de ambientes verdes, a taxa de mortalidade é 25% menor.
Outro estudo concluiu que cada aumento de 10% de um espaço verde está associado a uma redução de doenças, o que equivale a um aumento de cinco anos da esperança média de vida.
As florestas proporcionam ainda importantes benefícios, como o incentivo ao aumento da actividade física e redução da obesidade, a redução dos níveis de stress e melhorias na saúde mental, menores níveis de violência e criminalidade e o aumento das interacções sociais.
O caminho a seguir
Mais árvores e florestas urbanas?
À medida que a população europeia envelhece e se torna mais urbanizada, é provável que aumente a necessidade de recorrer aos benefícios das florestas. Em termos práticos, isto significa que muitas cidades precisam de aumentar os seus espaços verdes, torná-los mais seguros e acessíveis. Por outro lado, o cultivo de árvores em meios urbanos deve ser encarado como uma prioridade para o ordenamento do território local e regional.
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