Seguramente vi, no Porto, 750 jovens (foto minha, ontem) |
O que aconteceu ontem é politicamente central. Mais de milhão de pessoas só em Lisboa, 600 mil talvez, maior ou pelo menos do tamanho da Geração à Rasca, um milhão em todo o país contando Porto, outras cidades, e os milhares de associações e grupos que o festejaram. A manifestação tinha milhares de jovens, impressionante, com cartazes e exigências, claras, de direitos sociais. Uma festa de gente decente, alegre, famílias, amigos, abraços entre iguais. Não foi convocada pelas celebrações oficiais, pelo contrário, são milhares de grupos auto organizados, sindicatos, movimentos sociais, que foram pelo seu pé, sem financiamento Estatal, gente individual e gente organizada, na rua, pelo direito ao futuro. Foi um "voto com os pés", na rua, contra a degeneração expressa na votação de 10 de Março e a eleição de grupos neofascistas. Os media insistem numa agenda irrelevante e, perdoem, nas redes sociais vão atrás da "banana": Bogalho, discursos de Marcelo, tudo isso é fait divers. Ontem aconteceu algo a sério - uma massa de gente veio para a rua dizer direito ao trabalho, Palestina livre, fim ao genocídio em Gaza, direito a casa própria, democracia no trabalho, também lá estávamos, ser livre, em cada esquina um amigo, fascistas não passarão. Um voto de protesto com os pés, em movimento. Que bela festa pá, um dia assim por dia e já os nossos problemas como sociedade tinham "milagrosamente" sido resolvidos, como em 1974-1975 quando "caíram do céu", lei-se das lutas colectivas, direito ao trabalho com direitos, casas, SNS, educação.
Festa do 50º Aniversário do 25 de Abril, em Lisboa |
Da minha pequena contribuição, fiquei IMENSAMENTE feliz de ver antigos alunos meus (gerações 25-30-35) na rua, com os seus filhos de 3-7 anos empunhando com ânimo um cravo na mão. Dois vieram a Portugal só para se juntar à festa no Porto.
Festa do 50º Aniversário do 25 de Abril, no Porto |
E depois ontem assistimos ao Nuno Melo que agora é Ministro da Defesa a ter que prestar Homenagem ao estratega do 25 de Abril Otelo Saraiva de Carvalho, a quem tinha chamado terrorista! Força aí, malta jovem.
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