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Uma azinheira de Mértola com uma sombra majestosa ficou em terceiro lugar no concurso Árvore Europeia do Ano, anunciou-se ao final da tarde deste terça-feira numa cerimónia no Parlamento Europeu (Bruxelas), depois de uma votação online que decorreu em Fevereiro. Em primeiro lugar ficou uma amendoeira da Hungria e o segundo lugar foi para um carvalho russo. Participaram na 9.ª edição deste concurso 15 árvores de diferentes países da Europa.
Ao todo, foram contabilizados 311.772 votos. Quanto ao pódio, por ordem crescente, a azinheira de Mértola – chamada “Azinheira Secular do Monte Barbeiro” – teve 32.630 votos, o carvalho russo teve 39.538 votos e a amendoeira húngara mais de 45.132 votos.
“Neste momento, é importantíssimo receber estes prémios: são reconhecimentos de uma floresta bem tratada pelos produtores florestais”, disse ao PÚBLICO Duarte Mira, representante da Confederação dos Agricultores de Portugal em Bruxelas, da qual a UNAC – União da Floresta Mediterrânea (organizadora do concurso nacional) é afiliada, e que esteve na cerimónia no Parlamento Europeu.
Duarte Mira destaca que, numa altura em que os incêndios têm sido recorrentes, esta é uma forma encorajar os produtores. Além disso, como a azinheira tem já 150 anos frisa: “É uma prova de que a nossa floresta tem resiliência e que as árvores autóctones passam de geração em geração e têm capacidade de ter um reconhecimento europeu.”
“Para nós já foi muito importante o reconhecimento em Portugal e o facto de sermos o representante português”, diz Jorge Rosa, presidente da Câmara Municipal de Mértola – entidade responsável pela candidatura desta árvore no concurso nacional –, salientando que esta azinheira representa todo o subsistema do montado. Segundo o autarca, um dos objectivos era mesmo chegar ao pódio deste concurso. “É um terceiro lugar muito relevante até porque se fala sempre nas três primeiras [árvores]”, frisa.
A Azinheira Secular do Monte Barbeiro fica a cerca de sete quilómetros da aldeia de Alcaria Ruiva (concelho de Mértola) e permanece na ponta de um montado. “[A Azinheira Secular do Monte Barbeiro] é especial pela idade que conseguiu atingir e porque se desenvolveu de uma forma extraordinária”, dizia ao PÚBLICO Jorge Rosa, quando esta azinheira (Quercus rotundifólia) foi eleita a Árvore Portuguesa do Ano.
Uma das suas características é uma sombra majestosa que em dias de calor no Baixo Alentejo pode fazer toda a diferença. Afinal, tem uma copa de 23,28 metros de diâmetro e ocupa uma área com cerca de 487 metros quadrados.
Esta azinheira gigante tem uma forte ligação à comunidade. “Desde logo, há uma ligação sentimental das pessoas à volta daquela zona. Há uma série de pequenos povoados que conhecem a árvore há muito tempo”, referia Jorge Rosa. Há ainda uma ligação das novas gerações a esta árvore que visitam – por exemplo – durante o período escolar. Segundo o autarca, as visitas a esta azinheira aumentaram desde que ganhou o título de Árvore Portuguesa do Ano.
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