Cerca de 45% dos stocks de peixe vão mudar as suas rotas de migração graças às alterações climáticas até ao ano 2100. Isto pode gerar um conflito internacional porque, segundo o estudo da Universidade da Colúmbia Britânica (UBC), 81% das zonas económicas exclusivas (ZEE) verão, pelo menos, uma mudança nos stocks – caso não hajam quaisquer mudanças.
A investigação analisou a variação de mais de 9 mil stocks de peixe, que integram 80% das capturas nas ZEEs. Em 2030, essa mudança migratória já será notada em 23% dos stocks.
“Esta não é apenas uma questão de stocks que estão a sair ou a chegar a novas ZEEs, mas de stocks que são partilhados entre países, a mudar completamente a sua dinâmica”, explica o principal autor do estudo, Juliano Palacios-Abrantes. “Veremos mudanças ainda mais dramáticas até 2030, dadas as taxas de emissões atuais. Muitos dos acordos de gestão de pesca feitos para regular stocks partilhados foram estabelecidos há décadas, com regras que se aplicam a uma situação mundial que não é a mesma de hoje”, alerta o especialista.
Como tal, os cientistas defendem que os países devem unir-se e trabalhar em conjunto para evitar potenciais conflitos, de forma a manter a indústria sustentável e lucrativa, beneficiando todas as partes. Mitigar os efeitos das alterações climáticas, estabelecer novos acordos de cotas de captura ou negociar a permissão de frotas pesqueiras a pescar em águas vizinhas, são algumas das recomendações dadas na publicação.
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