A Península Ibérica constitui uma microplaca que, tendo evoluído conjuntamente com a placa europeia, também desenvolveu movimentos diferentes. Devido à sua situação entre as placas - americana, europeia e africana - experimentou algumas pressões dessas mesmas placas de cada vez que se uniam para constituir uma Pangeia.
Sempre que a Pangeia se fracturava nas zonas de ligação mais débeis, a placa ibérica era afectada com a formação de importantes riftes. Em consequência destes movimentos, a microplaca ibérica está rodeada por cordilheiras formadas, pelo menos em grande parte, devido à colisão com outras placas, tanto durante a orogenia hercínica como alpina.
Os seus limites, embora não tenham sido sempre os mesmos, estão bem determinados.
A oeste é o rifte da dorsal médio-atlântica, zona de expansão que está a aumentar os fundos marinhos.
A leste é limitada pela planície abissal das ilhas Baleares, da Córsega e da Sardenha, que, apesar de inactiva, se interpreta como um antigo rifte. Anteriormente à existência do rifte entre a Córsega e a Sardenha, estavam incorporadas na placa ibérica em posição mais próxima das ilhas Baleares.
Os seus limites norte e sul são zonas complexas.
No norte, a fossa cantábrico-pirenaica comportou-se sucessivamente como rifte, subdução e falha transformante por onde se une à Europa nos Pirenéus.
No sul, a chamada linha de Gibraltar é uma das falhas transformantes que limitam uma zona de diferente movimento da abertura do oceano Atlântico. Na orogenia hercínica actuou como zona de subdução na colisão entre a placa ibérica e a placa africana.
História Paleozóica
Não se conhecendo detalhes da situação dos terrenos geológicos, fizeram-se algumas interpretações a partir da base de que a cordilheira hercínica foi uma consequência da colisão, durante o período Carbónico, de duas placas: a Ibérica, como parte da placa europeia e a Americana, concretamente contra a Terra Nova.
A forma da placa ibérica deveria ser diferente da actual.
De forma geral, pensa-se na existência, na parte central da cordilheira hercínica, de um núcleo estável antigo que deve ter constituído a Protomeseta, ladeada por duas bacias oceânicas, uma profunda e outra pouco profunda. A bacia oceânica meridional ocuparia o bordo passivo de um rifte que originaria a abertura do protoatlântico, durante a maior parte do Paleozóico inferior.
A partir do Devónico a situação modificou-se, estabelecendo-se uma zona de subdução entre a protomeseta ibérica e o Proto-Atlântico que absorveria a crosta oceânica existente a sul. Como consequência desta subdução originou-se a orogenia hercínica e nessa zona em relação estreita com fenómenos vulcânicos produziu-se a mineralização das pirites da faixa piritosa do Alentejo, que se prolonga por Espanha na região de Huelva.
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2 comentários:
Um bom resumo da história deste rectângulo à beira-mar plantado!
Obrigado, vidaterra.As evidências geológicas são por vezes desconhecidas e é importante que sejam mais divulgadas.
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