O mundo perdeu quase 14% dos recifes de corais entre 2009 e 2018, indica um relatório divulgado nesta terça-feira pela Global Coral Reefs Monitoring Network (GCRMN).
O documento "fornece o quadro científico mais preciso até à data dos danos que o aumento da temperatura está a causar aos recifes de coral em todo o mundo", frisou, em comunicado, a organização, que utilizou dados recolhidos em 12.000 locais em 73 países.
Os recifes de coral em todo o mundo estão sob tensão contínua devido ao aquecimento relacionado com as alterações climáticas e outras pressões locais, tais como a pesca excessiva, o desenvolvimento costeiro insustentável e o declínio da qualidade da água. Entre 2009 e 2018, o mundo perdeu quase 14% dos corais nos seus recifes de coral, representando quase 11.700 quilómetros quadrados de coral, uma quantidade superior a todos os corais vivos na Austrália. Embora os recifes cubram menos de 1% do fundo do oceano, são o lar de pelo menos um quarto de toda a vida marinha, além de serem um habitat crucial e fonte de proteínas e medicamentos", detalhou a GCRMN.
Segundo a organização, pelo menos mil milhões de pessoas em todo o mundo "dependem deles para a alimentação e proteção contra tempestades e erosão”.
O estudo de dez regiões de coral em todo o mundo mostrou que "os eventos de branqueamento dos corais devido ao aumento da temperatura da superfície do mar foram o principal fator de perda de coral".
As alterações climáticas são a maior ameaça para os recifes do mundo, e todos devemos fazer a nossa parte limitando o mais rapidamente possível as emissões globais de gases com efeito de estufa", disse Paul Hardisty, diretor geral do Instituto Australiano de Ciências Marinhas (AIMS), citado na declaração, a cerca de um mês antes da crucial conferência climática COP26.
"Muitos recifes de coral em todo o mundo permanecem resistentes e podem recuperar se as condições o permitirem", disse, apelando a "medidas imediatas".
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