Estas mini-florestas podem tornar-se ecossistemas maduros em apenas 20 anos e atuam como um oásis de biodiversidade – contêm 20 vezes mais espécies e tornam-se 30 vezes mais densas do que as florestas plantadas por métodos convencionais. Este resultado é alcançado com a plantação de entre três a cinco sementes, por metro quadrado, utilizando variedades nativas adaptadas às condições locais, sendo que são plantadas várias espécies – 30 ou mais – de forma a recriar uma floresta natural. O resultado, de acordo com os defensores do método, são ecossistemas complexos perfeitamente adequados às condições locais que melhoram a biodiversidade, crescem rapidamente e absorvem mais CO2.
O método é baseado no trabalho do botânico japonês Akira Miyawaki. Ele descobriu que as áreas protegidas ao redor de templos, santuários e cemitérios no Japão continham uma enorme variedade de vegetação nativa que coexistia para produzir ecossistemas resilientes e diversos. Na Holanda, o grupo de conservação IVN Nature Education ajudou cidades e famílias a plantar 100 florestas deste tipo, desde 2015. É estimado que este número duplique até 2022 e estão a ser reunidos esforços para fazer o mesmo noutros países. Na Bélgica e em França já foram plantadas, pelo menos, 40 mini-florestas. Grupos na Índia e na Amazónia seguiram os mesmos passos.
As florestas urbanas trazem muitos benefícios para as comunidades, além do impacto na biodiversidade. Os espaços verdes ajudam a melhorar a saúde mental das pessoas, reduzem os efeitos nocivos da poluição do ar e ajudam a regular o fenómeno das ondas de calor nas cidades. É o potencial para ajudar a combater as mudanças climáticas que faz das florestas Miyawaki uma opção bastante útil para muitos ambientalistas. Estima-se que florestas novas ou restauradas possam remover até 10 gigatoneladas de CO2 até 2050.
No entanto, diversos grupos de conservação enfatizam que as florestas de Miyawaki não devem ser vistas como uma alternativa para proteger as florestas nativas existentes. Segundo eles, áreas arborizadas pequenas e desconectadas nunca poderão substituir as grandes extensões de florestas que são vitais para a vida de tantas espécies.
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