Quando a invasão russa começou foi para a linha da frente, ajudar soldados e civis feridos.
De visita a Bruxelas, descreveu à Euronews os horrores da guerra.
"Vi russos a apagar meio milhão de uma cidade, passo a passo, com ataques aéreos. Era impensável e era um bombardeio contínuo de infraestruturas, bairros residenciais, casas. Vi uma grande quantidade de feridos, civis, entre eles crianças. Muitos deles tiveram de ser amputados. Foi muito difícil, extremamente pesado. E eu vi pessoas a morrer, foi muito difícil", lamentou Yulia.
Com a ajuda de jornalistas, conseguiu deixar em segurança vídeos que filmou antes de ser capturada pelas forças pró-russas.
"Foi realmente desumano. O cativeiro tinha tortura e celas especiais equipadas com instrumentos para carrascos torturarem pessoas. É muito importante e eu gostaria de alertar sobre o problema que o mundo pode enfrentar se não pararmos com isto juntos. Nós e vocês. Os russos não têm piedade. É tudo impiedoso. E eles querem impor a vontade da Rússia a toda a Europa. Era o que me diziam enquanto eu estava no cativeiro", acrescentou.
Em Bruxelas, enalteceu a fé das mulheres ucranianas que resistem nos territórios ocupados: "muitas mulheres estão sob pressão. Os invasores ameaçam-nas, inclusive sequestrando os seus filhos, e ameaçam-nas de os enviar para a Rússia para novos pais adotivos, apesar de os pais verdadeiros estarem vivos. Por vezes, as mulheres são forçadas a colaborar com o poder ocupante."
Yulia pediu à União Europeia para continuar a ajudar a Ucrânia. Um apoio, disse, que pode ser vital para atravessar o inverno difícil pela frente.
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