Metade do planeta deve ser conservado como "Natureza pura", uma apólice de seguro contra os impactos humanos no planeta, defende o biogeógrafo Miguel Araújo, que estuda o mapa da vida na Terra.
"É viável e realista, com vontade política. Dezassete por cento do planeta está classificado como área protegida, em Portugal, 30% do território tem alguma figura de conservação", disse o investigador da Universidade de Évora à agência Lusa à margem do congresso da Federação Europeia de Ecologia, na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
O investigador afirma que esse esforço de "preservar uma área grande do planeta livre de atividades humanas" tem outra face: "temos que aumentar os níveis de sustentabilidade das nossas atividades, como a pesca ou a agricultura e ter cidades mais sustentáveis, mas temos falhado nesses objetivos e estamos numa situação de emergência", disse.
Caso os esforços de sustentabilidade continuem a falhar, haverá ao menos "parte do planeta para nos ajudar se precisarmos de recursos", referiu.
Esses refúgios de "natureza pura" serviriam como "zona tampão" onde se manteria algum equilíbrio ecológico, mas ao mesmo tempo criariam mais pressão para "produzir mais comida com menor área e menos impacto".
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