A 26 de Janeiro celebra-se o Dia Mundial da Educação Ambiental. Esta comemoração teve origem em 1975, ano em que se celebrou em Belgrado o Seminário Internacional de Educação Ambiental, sob a égide das Nações Unidas, em que participaram mais de 70 países, incluindo Portugal.
Neste seminário aprovaram-se os princípios da educação ambiental e a “Carta de Belgrado” que contém os objetivos fundamentais da educação ambiental.
A origem da educação ambiental se deu conjuntamente a movimentos globais decorrentes de reflexões sobre o modelo de desenvolvimento predominante. Desde a década de 60, constatações de que diversas atividades humanas que possibilitaram crescimento económico traziam impactos ao meio ambiente e ameaçavam as condições de saúde e sobrevivência humana, como retratado no livro “Primavera Silenciosa”, de Rachel Carson em 1962.
Além dos danos provocados no meio ambiente, decorrentes do que é produzido ou utilizado na produção de bens utilizados em nossa sociedade de consumo, outra coisa que começou a atrair a atenção mundial foi o questionamento se os recursos naturais são suficientes suprir nossas necessidades.
A Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano em Estocolmo apresentou como resultado uma declaração que estabeleceu as bases para a definição de desenvolvimento sustentável, destacando ainda a responsabilidade de todos os cidadãos e todas as instituições para preservar e melhorar o meio ambiente.
Como resposta à Conferência de Estocolmo, foi realizado em 1975 pela Unesco um Encontro Internacional de Educação Ambiental em Belgrado, e o dia 26 de janeiro foi adotado para celebrar o dia mundial da educação ambiental, embora não exista uma definição oficial da data.
A Carta de Belgrado é o primeiro marco para educação ambiental trazendo recomendações e orientações que ainda são atuais, destacando a relação entre os sistemas económicos, políticos e sociais com o meio ambiente, a exemplo deste trecho: “É absolutamente vital que os cidadãos de todo o mundo insistam a favor de medidas que darão suporte ao tipo de crescimento econômico que não traga repercussões prejudiciais às pessoas; que não diminuam de nenhuma maneira as condições de vida e de qualidade do meio ambiente. É necessário encontrar meios de assegurar que nenhuma nação cresça ou se desenvolva às custas de outra nação, e que nenhum indivíduo aumente o seu consumo às custas da diminuição do consumo dos outros.”
Em 1975 a UNESCO em parceria com o Programa de Meio Ambiente da ONU promoveu a Conferência Intergovernamental de Educação Ambiental em Tbilisi, resultando na Declaração de Tbilisi que definiu os objetivos e características da educação ambiental, indicando ainda as estratégias a serem adotadas no campo nacional e internacional os quais embasaram documentos técnicos e a legislação brasileira.
Segundo a Declaração de Tbilisi, é importante destacar que a educação ambiental:
- deve adotar um enfoque global, mas ao mesmo tempo dirigida à comunidade para despertar o interesse em cada indivíduo na participação da solução de problemas ambientais e de iniciativas para a construção de um futuro melhor;
- deve ser contínua e permanente, acompanhando as mudanças constantes de nosso mundo em rápida evolução;
- deve abranger pessoas de todas as idades e todos os níveis de ensino, no âmbito- formal e não formal.
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