sábado, 27 de novembro de 2004

Campo Aberto galardoa Metro do Porto com "Certificado de Mérito Arboricida"

É o nosso percurso...tentando e melhorando, verificando estratégias, aprendendo com as acções passadas...Esta, digo-vos foi UMA BRILHANTE IDEIA!
Sinto-me orgulhoso de pertencer à Campo Aberto.Um abraço muito grande aos meus amigos do blogueDias Com Árvores, também associados da campo Aberto. Deve ser com estas iniciativas também que poderemos apostar em ter mais Ar Livre nas nossas cidades.
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«Numa época em que o trânsito automóvel citadino atinge níveis insuportáveis, a construção de uma rede de metropolitano no Porto pode, no futuro, contribuir fortemente para atenuar o excesso de veículos em circulação. Por isso a valia ambiental do projecto é, à partida, indiscutível - apesar de outras alternativas para uma mobilidade mais sustentável terem sido possíveis. O mérito da ideia não nos faz, contudo, esquecer as imperfeições da sua concretização: um atestado de virtude intrínseca não serve de indulgência vitalícia para pecados graves que traduzem uma preocupante inconsciência ambiental.

O curriculum invejável da Empresa Metro do Porto nesta matéria levou a Campo Aberto a atribuir-lhe um certificado ignominioso. Outras entidades poderiam ser galardoadas, mas cremos que os feitos da Metro foram tantos, de tal ordem e num espaço de tempo tão curto que a distinção lhe era, praticamente, obrigatória. Apetrechada com financiamento em abundância, a empresa tem sistematicamente canalizado essa capacidade não em padrões de comportamento ambiental mais exigentes, mas sim, amiúde, na destruição do ambiente propriamente dita.

Evidentemente que um projecto como o metro, apesar de representar uma melhoria significativa no sistema de transportes, terá sempre impactes ambientais negativos. Pode também constituir uma oportunidade para se valorizar o espaço público e corrigirem erros do passado. Mas infelizmente não é esta a regra. Em muitos casos, mesmo quando havia alternativas, o Metro tem contribuído para aprofundar chagas já bem evidentes nas nossas cidades, arrasando com árvores e jardins que poderiam ser poupados e melhorados. Ao invés de se canalizarem os recursos existentes para valorizar aquilo que existe e tem qualidade, promovem-se operações urbanísticas destituídas de qualquer interesse que, indubitavelmente, empobrecem a nossa já sacrificada paisagem urbana. E o metro nada ganha com esta imagem marcadamente negativa que a ele se associa.»


Os leitores interessados podem solicitar-nos o texto completo pelo endereço electrónico diascomarvores@sapo.pt

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