terça-feira, 13 de julho de 2004

O Insustentável Atraso do Nosso País



Os factos falam por si!! Autarcas que desconhecem a Agenda 21 local e o baixo grau de escolaridade da nossa população, como é possível fazer passar a mensagem de forma eficaz que é necessário uma mobilização colectiva em prol de um futuro sustentável?

AUTARQUIAS, AMBIENTE E QUALIDADE DE VIDA
A maioria dos autarcas não faz a mínima ideia do que seja a Agenda 21 Local.
Esta é a conclusão a que chegou um grupo de investigação do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa, que tentou traçar o perfil dos primeiros presidentes de Câmara do século XXI, no âmbito do programa Observa. Apenas 9,8 por cento deram uma resposta que se aproxima do que é esta ferramenta participada de desenvolvimento sustentável a longo prazo.

O resultado decorre de um inquérito lançado a um universo de 201 autarcas dos quais apenas responderam 82. No universo de respostas, verificou-se que o Plano Director Municipal (PDM) é o único dos instrumentos de ordenamento considerado pelos presidentes da Câmara.

Documentos como a Rede Natura 2000 são, de acordo com um terço dos que responderam ao inquérito, tendencialmente negativos. 62 por cento dos inquiridos tem opinião desfavorável sobre a Reserva Ecológica Nacional baixando para os 57 por cento o número dos que têm igual posição em relação à Reserva Agrícola Nacional.

Ainda de acordo com o grupo de investigadores, só 30 por cento dos autarcas entendem sem reservas a participação pública nos processos de tomada de decisão. No entanto, mais de 31 defendem que a complexidade das matérias impede ou dificulta a participação. 40 por cento dos presidentes da Câmara considera que as decisões estão reservadas aos eleitos.

No que toca ao financiamento de custos do desenvolvimento sustentável, cerca de metade dos inquiridos defendem que este toca ao Orçamento de Estado (48,8 por cento), ao orçamento autárquico (50 por cento) e Ministério do Ambiente (53,7 por cento).

FONTE: Ambiente Online,12 de Julho


POPULAÇÃO, EDUCAÇÃO E QUALIDADE DE VIDA
O economista Eugénio Rosa, do Instituto Bento de Jesus Caraça, produz regularmente estudos criteriosos sobre grandes problemas nacionais. A propósito da utilização dos fundos comunitários para a formação profissional por parte do governo cessante e trabalhando dados do EUROSTAT, Eugénio Rosa mostra que Portugal é, após o alargamento da UE a 25 países, o último em qualificações. Assim, e citando o estudo, 79,4 por cento da população activa portuguesa fica-se pela escolaridade básica ou menos, 11,3 por cento pelo ensino secundário e apenas 9,4 por cento pelo superior. A percentagem média de activos com formação superior nos 15 anteriores países da UE é de 21,8 por cento e nos 10 recentes de 14,5.

Esta constatação merece séria ponderação por parte de um discurso político que tem questionado a procura social do ensino superior em Portugal. Os 10 novos países aderentes superam os 15 mais desenvolvidos em formação, ao nível do ensino secundário. Com efeito, 66,2 por cento dos trabalhadores do leste têm estudos de nível secundário, enquanto nós nos ficamos por uns significativos 11,3 e a média dos 15 se cifra nos 42 por cento. Estes números são obviamente preocupantes quanto ao que nos espera na Europa a 25.

Mas o que nos põe verdadeiramente fora de jogo são os indicadores sobre o futuro. A frieza dos números patenteia o atraso. Mas estamos a recuperar? Não! Estamos a cavar o fosso. É o que Eugénio Rosa mostra com o seu estudo. Com efeito, as taxas de abandono escolar dos nossos jovens entre os 18 e os 24 anos ( 45,5 por cento) são mais do que duas vezes superiores à média dos 15 (18,8 por cento) e cinco vezes superiores à média dos novos 10 (8,7 por cento).

FONTE:Público,10 de Julho

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