quinta-feira, 25 de abril de 2024

Tenham cuidado, ele é idoso! Ele é o Óscar "Tortura" Cardoso

Óscar Cardoso é um dos inspetores da PIDE que recebeu de Cavaco Silva uma pensão vitalícia por serviços relevantes prestados à Pátria.
A mesma pensão que Cavaco recusou atribuir ao Salgueiro Maia.

Se não viu torturar ninguém era perguntar-lhe porque é que Militão Ribeiro morreu na cadeia com 32 kg de peso e escreveu a carta de despedida com o próprio sangue. Tante gente boa a morrer e estes crápulas fascistas continuam por cá.

Este criminoso é o ex-inspector da pide, Óscar Cardoso que no dia 26 de Abril de 1974 mandou disparar contra populares, tendo morrido 4 pessoas. 


Uma das figuras centrais da liderança da PIDE era António Barbieri Cardoso; a sede da política política ficava na Rua António Maria Cardoso; o ex-inspector da DGS que deu este fim-de-semana uma sinistra entrevista ao Correio da Manhã em que desvaloriza a tortura chama-se Óscar Cardoso. Desagradável. É impossível não associar este apelido a alguém que nos persegue com o intuito de nos fazer mal. Em princípio, foi por isso que surgiu a expressão "Ala, que é Cardoso". Enfim. Não tenho alternativa senão dirigir-me aos Registos para solicitar a imediata alteração do meu apelido.

Óscar Cardoso vive na Ericeira, tal como José Sócrates. Afinal, a Ericeira não é apenas um destino de eleição para nómadas digitais. Não só seduz pessoas que se fartaram de salas de escritórios, como deslumbra pessoas que se fartaram de salas de interrogatórios. Vive, segundo o Correio da Manhã, numa casa decorada com retratos de Salazar. Apesar de tudo, são peças esteticamente mais arrojadas do que os quadros que se encontram pelos Airbnbs da vila, como aqueles em que se lê "Keep Calm and Carry On". Curiosamente, um slogan potencialmente ofensivo para Óscar Cardoso, uma vez que terá contribuído para que os britânicos resistissem à Alemanha nazi.

Bom, divago. A entrevista de Óscar Cardoso é fascinante porque, aos 88 anos, os seus olhos azuis só brilham quando fala dos netos. Dos netos? Não, não. Brilham quando fala dos métodos de tortura da polícia política. No entanto, enquanto relata torturas da PIDE, nega que tenha existido torturas na PIDE. "As pessoas não foram torturadas pela PIDE, as pessoas foram chateadas pela PIDE". Sim, sim, chateadas. Consta até que a maior parte dos agentes da PIDE teriam 8 anos e limitavam-se a sentar-se atrás dos presos políticos a dizer "Já chegámos? E agora? Já chegámos? E agora?". Pelo menos, fica claro que a PIDE tinha aconselhamento jurídico. É que há convenções que proíbem a tortura, mas não há nenhum tratado que ilegalize a chatice.

Quando lhe perguntam como conseguia obter confissões, Cardoso empolga-se ao relatar a aplicação de choques elétricos, que qualifica como "brincadeiras". Não sei como é que não dá para escolher a profissão de PIDE na Kidzania. "Não é tortura, faz uma comichão e tal", sossega-nos o ex-agente. Obviamente. Entendo agora o verdadeiro sentido da frase "a PIDE dava coças". Aliás, a ditadura só caiu porque as pessoas estavam fartas de comichão: no 25 de abril costuma circular imenso pólen e havia dificuldades em importar anti-histamínicos.

Após uma descrição dos métodos desumanos a que a PIDE recorria nas colónias, a jornalista pergunta "Isso em Angola. E em Portugal?", como se estivesse a fazer uma entrevista ao Matias Damásio sobre o sucesso dos últimos concertos. Longe de me intrometer no trabalho da repórter, mas verdadeiro serviço público seria questionar qual a marca das gomas de melatonina que este homem toma para conseguir dormir à noite.

1961: ano que marca o início do conflito nos territórios africanos.
Em Angola dá-se o arranque de toda uma situação só terminada após a queda do regime em 25 de Abril de 1974.

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