sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Accenture: Quase um terço das empresas europeias prometem neutralidade carbónica até 2050. Mas não fazem o suficiente

Durante a última década, as organizações que definiram uma meta de neutralidade carbónica, conseguiram reduzir as suas emissões, em média 10%. Mas, se o ritmo acelerar, não vão chegar ao objetivo a tempo, afirma a Accenture.


O compromisso das organizações com o objetivo de zero emissões líquidas de carbono acelerou nos últimos dois anos, havendo neste momento quase um terço (30%) das maiores empresas da Europa comprometidas com a meta de atingir até 2050, de acordo com um estudo da Accenture. No entanto, para já, as ações parecem não estar a acompanhar os objetivos.

O estudo, com o título “Reaching Net Zero by 2050”, contou com a participação de mais de 1000 empresas com cotação nas principais bolsas da Europa. A neutralidade carbónica define-se pelo momento em que uma organização reduz as suas emissões de dióxido de carbono (CO2), e outros gases de efeito estufa (GEE) a zero, ou alcança um equilíbrio entre a quantidade de emissões de GEE que produz e a quantidade removida da atmosfera.

Durante a última década, as organizações que definiram uma meta de neutralidade carbónica, conseguiram reduzir as suas emissões, em média 10%, enquanto as que optaram por não o fazer aumentaram as suas emissões, diz a Accenture.

No entanto, o estudo da Accenture constatou que se continuarem o ritmo de redução de emissões apresentado entre 2010 e 2019, apenas uma em cada 20 empresas europeias (5%) está no caminho certo para atingir as datas com que se comprometeram para a neutralidade carbónica nas suas próprias operações

As empresas que alcançaram reduções menos significativas das suas emissões desde 2010 - ou seja, redução de 0 a 5% ao ano – podem ainda chegar à neutralidade antes de meados do século, mas apenas se duplicarem o ritmo de redução de emissões até 2030 e o triplicarem até 2040.

Em média, o ano em que as empresas europeias incluídas no estudo apontam para alcançar o net-zero, é 2043. Esta média resulta de um compromisso mais acelerado das empresas de setores dos serviços, que apontam as metas para perto de 2035, em confronto com as indústrias intensivas em carbono – como petróleo, gás e produtos químicos – cujas metas rondam 2050.

“A comunidade empresarial europeia está mais envolvida do que nunca na jornada para net-zero, havendo um crescimento acentuado nos últimos dois anos do número de organizações que divulgaram publicamente. E como o nosso estudo indica, os objetivos funcionam.”, diz o CEO da Accenture na Europa, Jean-Marc Ollagnier. Por outro lado, “ainda é claro que as organizações não se estão a transformar com a rapidez suficiente”, afirma o responsável global pela área de Serviços de Sustentabilidade da Accenture, Peter Lacy.

Ollagnier explica que a neutralidade carbónica “deve ser gerido como qualquer prioridade estratégica de negócio”, isto é, com a definição de objetivos claros.

Numa análise geográfica, conclui-se que as empresas do Reino Unido foram as mais propensas a definir uma meta de neutralidade carbónica, totalizando 37%, em comparação com 27% na Alemanha e 18% em França.

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