Byung-Chul Han aborda neste livro daquilo que considera ser uma crise temporal.
Segundo o filósofo germano-coreano, não estamos perante uma aceleração do tempo, mas sim de uma atomização e dispersão temporal. É isso que faz com que qualquer instante pareça igual a outro e não exista nem um ritmo, nem um rumo, que confira significado às nossas vidas.
Numa constatação que tem que ver com as conceções de Zygmunt Bauman sobre a atual «sociedade líquida», Byung-Chul Han diz que tudo é vivido como efémero, sensação essa em que nós próprios estamos incluídos. É assim que a morte surge como um instante mais, prematuro e quase sempre sem sentido.
Tal como nas suas obras anteriores, de A Sociedade do Cansaço até A Agonia de Eros, aborda as causas dessa evolução e reflete sobre a possibilidade de a inverter. Para o filósofo, o final do tempo como duração narrativa não teria de implicar um vazio temporal. Existe, pelo contrário, agora a possibilidade de uma vida que prescinda da teologia e da teleologia e que apesar disso tenha um aroma próprio. Para isso seria necessário recuperar conceitos de Hannah Arendt, pois a crise temporal só poderá ser ultrapassada quando a vita activa acolher de novo a vita contemplativa.
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