segunda-feira, 4 de abril de 2022

ICNF: população de águia de Bonelli cresce 140% nos últimos 15 anos


O ICNF (Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas) divulga esta quarta-feira, numa sessão, os resultados obtidos no Plano de Monitorização de Valores Naturais da Divisão de Áreas Classificadas da Direção Regional de Conservação da Natureza e Florestas do Alentejo (DRCNF-Alentejo).

Tendo em conta a importância do Alentejo para determinadas espécies de rapinas, nomeadamente com estatuto desfavorável, esta monitorização teve um foco particular no respeitante às populações de águia-imperial-ibérica (Aquila adalberti), de águia-real (Aquila chrysaetos) e de águia-de-bonelli (Aquila fasciata), refere uma nota, divulgada pela ICNF.

Na sessão, será também disponibilizado o relatório em formato digital, com os dados recolhidos em 2020 no âmbito de um trabalho realizado ao abrigo do Projeto Interreg BIOTRANS.


  • Águia-imperial-ibérica (Aquila adalberti): o crescimento populacional apresenta uma tendência positiva. Nos últimos 3 anos: aumento de 60% da população. Estatuto de Conservação em Portugal: Criticamente Em Perigo (CR)
  • Águia-real (Aquila chrysaetos): Comparando com os dados de 2002 a 2004, considera-se que o crescimento populacional desta espécie está estável. Estatuto de Conservação em Portugal: Em Perigo (EN)
  • Águia de Bonelli (Aquila fasciata): O crescimento populacional apresenta uma tendência positiva. Nos últimos 15 anos: aumento de 140% da população. Estatuto de Conservação em Portugal: Em Perigo (EN).
  • Águia-imperial-ibérica é libertada após tratamento em Centro de Recuperação

A Direção Regional de Conservação da Natureza e Florestas do Alentejo, em colaboração com o Centro de Recuperação de Animais Silvestres de Lisboa, libertou esta terça-feira, dia 22 de março, uma águia-imperial-ibérica (Aquila adalberti) macho com dois anos e meio, no Parque Natural do Vale do Guadiana.

Tal como lembra o ICNF, esta ave foi recolhida por militares da GNR/ SEPNA, no dia 24 de dezembro de 2021, nas imediações de Vila de Frades, concelho de Vidigueira, distrito de Beja. O quadro de sintomas que evidenciava não permitiu aferir com exatidão a causa do seu estado muito debilitado. A ave foi na altura encaminhada para o Centro de Recuperação de Animais Silvestres de Lisboa, localizado no Parque Florestal de Monsanto, que lhe proporcionou acompanhamento especializado e onde se processou a sua recuperação. Quando da sua libertação, a ave estava munida de equipamento que permitirá o seguimento e monitorização dos movimentos que realizará, refere a mesma nota.

BIOTRANS, um projeto transfronteiriço para a conservação da biodiversidade

O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, participa como sócio beneficiário no projeto BIOTRANS “Gestão Integrada da Biodiversidade na Área Transfronteiriça”, cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional FEDER através do Programa Interreg V-A Espanha-Portugal (POCTEP) 2014-2020, e cujo beneficiário principal é a “Dirección General de Sosteniblidad de la Junta de Extremadura”.

O objetivo do projeto é o da gestão conjunta e integrada da conservação da biodiversidade na região EUROACE (Centro-Alentejo-Extremadura) através da implementação de ações conjuntas e sinérgicas entre parceiros portugueses e espanhóis para proteger e conservar grupos biológicos e espécies identificadas na área. A singularidade e diversidade biológica que existe ao longo de toda a fronteira, com extensos ecossistemas e áreas naturais protegidas, é um dos fatores valorizados, uma vez que possui um património ambiental extraordinário, albergando inúmeras espécies de flora e fauna endémicas luso-estremenhas de enorme relevância europeia e mundial, e de habitats naturais onde existem problemas e desafios comuns.

O projeto BIOTRANS integra, para além do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, outros parceiros de Espanha e Portugal que, coordenados pela “Dirección General de Sosteniblidad de la Junta de Extremadura”, são de grande relevância, nomeadamente a “Diputación de Badajoz”, a Universidade de Évora, a “Fundación CBD para la Conservación de la Biodiversidad y su Hábitat”, e a Quercus – Associação Nacional para a Conservação da Natureza.

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