Em 2016, pesquisadores fizeram uma descoberta inovadora enquanto exploravam uma mina canadiana: a água mais antiga do mundo.
Localizada a aproximadamente a 3 quilómetros abaixo da superfície, estima-se que essa água tenha cerca de 2 biliões de anos. Esta descoberta adiou o recorde anterior da água mais antiga conhecida, encontrada na mesma mina, Kidd Mine, em Ontário, pela mesma equipa em 2013 a uma profundidade de cerca de 2,5 quilómetros.
A mina canadiana onde esta água foi descoberta é a mina de metal basal mais profunda do mundo, pois os mineradores estão constantemente cavando mais fundo em busca de cobre, zinco e prata.
Quando os garimpeiros atingiram uma nova profundidade, os pesquisadores aproveitaram para explorar mais e analisar a água que encontraram. Eles estudaram os gases presos dentro da água, como hélio e xenónio, que podem ajudar a determinar a idade da água ao ficarem presos em rachaduras nas rochas.
Ao contrário do que se poderia esperar, a água descoberta nesta mina não era uma pequena quantidade presa na rocha, mas corria a uma taxa de 2 litros por minuto. Isso foi uma surpresa para os pesquisadores, que não previam um volume tão grande.
Além da sua idade impressionante, a água também contem vida. Em 2019 descobriram bactérias redutoras de enxofre [artigo científico aqui]
Esta descoberta tem implicações significativas para a nossa compreensão da vida na Terra biliões de anos atrás, bem como a busca de vida noutros planetas. Embora não existam mais rios na superfície de Marte, existem bolsões de água e gelo abaixo da superfície que podem fornecer as condições necessárias para o desenvolvimento de microorganismos.
Estes bolsões de água, embora não tão profundos quanto a água encontrada na mina canadiana, ainda podem conter informações valiosas sobre a possibilidade de vida extraterrestre.
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