Portanto, os dados utilizados são dados que projectam um contínuo crescimento económico da indústria petrolífera, o que não bate com a realidade e, mais do que uma avaliação imparcial, fornece uma lista de desejos (das petrolíferas). Se adicionarmos que as petrolíferas como a Exxon-Mobil, a Texaco e a Shell sabiam desde os anos 70 do século passado da ameaça das alterações climáticas causadas pela queima de petróleo, gás e carvão, e que passaram os últimos 20 anos a pagar a negacionistas para evitar acção climática, ficamos mais tranquilos em relação à credibilidade.
(…) Em vez de usarem mensageiros, as petrolíferas devem responder pelos seus interesses económicos. A adjectivação e a invectiva pessoal têm pouco valor, mesmo acompanhadas de título e de cátedra, especialmente quando a única fundamentação dada para responder a uma carta de 66 cientistas preocupados com o futuro é usar os relatórios dos interesses de uma indústria de energia estúpida que, mesmo na queda, teima em levar-nos a todos para o caos climático.»
João Camargo in É a energia estúpida – Sábado 9mai2017
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