A colecção Ciência Aberta, da Gradiva, publica mais um novo título: “O Património Genético Português”. Trata-se de uma obra onde as autoras combinam ciências tão variadas como a arqueologia, a antropologia, a história e a climatologia, para nos oferecer uma visão abrangente da memória que os portugueses deixam no mundo.
O primeiro capítulo, centra-se na história genealógica interpretável, ou seja, o ADN mitocondrial. O capítulo seguinte, avança com os acontecimentos da pré-história e com a visão da genética e da arqueologia sobre a origem do Homem moderno. O terceiro capítulo, foca as deslocações do Homem na Europa do Paleolítico e a partilha de genes, informação e cultura daí resultante. A quarta grande parte - uma das mais interessantes de toda a obra – explica como o Homem se desenvolveu com a Idade do Gelo, uma fase determinante para o destino humano, segundo a climatologia. Seguem-se as abordagens ao Neolítico, com o domínio do Homem sobre a natureza e a questão da homogeneidade genética feminina.
De interesse particular para os portugueses são o sétimo e oitavo capítulos. Abordam as questões da influência de África e do Mediterrâneo no nosso património genético. Verificando-se uma maior frequência de linhagem subsariana no sul do país, são apresentados os casos específicos de Mértola e Belmonte. Finalmente, temos a oportunidade de percorrer as várias paragens da expansão marítima portuguesa para perceber a sua influência na diversidade do nosso património genético.
Luísa Pereira e Filipa Ribeiro acompanham a evolução humana de forma interdisciplinar, explorando os recentes avanços do conhecimento com base nas origens e migrações humanas do passado. As duas jovens autoras, especializadas em genética populacional humana e jornalismo de ciência, respectivamente, conceberam um livro que realmente nos vais ensinar algo e despertar para muitos aspectos pelos quais, por vezes, nem damos conta. E conseguem tudo isso com bastante sentido de humor!
1 comentário:
Interessante isso, pelo menos na parte que me toca! Afnal, temos origens comuns...Abração
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