segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Michael Moore: Sicko


Tudo aqui, no sítio do Michael Moore

Sicko mostra que cerca de 50 milhões de norte-americanos não possuem plano de saúde. Enquanto isso, aqueles que o possuem, são normalmente vítimas de fraude das companhias ou falta de cobertura. O sistema de saúde dos Estados Unidos está classificado no trigésimo sétimo lugar, no ranking de 191 países da Organização Mundial da Saúde, por possuir alguns índices, como mortalidade infantil e expectativa de vida, igual a países menos desenvolvidos.[7] Neste documentário entrevistas foram feitas com vários cidadãos que pensavam possuir cobertura de seus planos, mas não puderam ter acesso ao tratamento. Antigos funcionários de companhias de planos de saúde descrevem as iniciativas para o corte de custos, dando bônus aos funcionários e médicos que encontrassem formas de aumentar o lucro das empresas, negando tratamentos e procedimentos em seus clientes.[3][8]

No Canadá, um cidadão descreve o caso de Tommy Douglas, considerado o maior canadense de 2004, por suas contribuições ao sistema único de saúde do país. Michael Moore também entrevista pacientes em salas de espera de pronto-socorros e ambulatórios de um hospital público do Canadá. Enquanto isso, os defensores do sistema de saúde dos Estados Unidos se opõem ao sistema universal de atendimento, fincados no contexto dos anos 50 e sua perseguição por comunistas, alegando que um sistema universal levaria à perda de direitos e ao socialismo. Em contrapartida, Michael Moore mostra outros serviços públicos do país como os correios, polícia, bombeiros, ensino e bibliotecas que não levaram o país ao comunismo.

As origens do Health Maintenance Organization Act, de 1973, remonta à uma conversa gravada entre o presidente Richard Nixon e John Ehrlichman, em 17 de setembro de 1971. John Ehrlichman argumenta que "quando menos cuidado de saúde você der a eles, mais dinheiro eles vão lhe gerar", elogiado por Nixon como "nada mal". Isso levou à expansão do atual serviço de saúde mantido por seguradoras e empresas de planos de saúde. O lobby da indústria farmacêutica também foi grande junto ao congresso para a manutenção desse sistema. Hillary Clinton é mostrada no documentário como uma defensora do plano de saúde de Bill Clinton, na época em que ele era presidente, mas seus esforços foram fortemente criticados pelos republicanos, no Capitólio e pela mídia da ala direitista, de que o plano era um primeiro passo para o socialismo.

No Reino Unido existe o Serviço Nacional de Saúde, um sistema financiado pelo governo, onde Michael Moore entrevista pacientes e questiona sobre as despesas dos hospitais com as pessoas, apenas para lhe dizerem que não há nenhuma cobrança feita aos pacientes. Em uma típica farmácia pública, os farmacêuticos dão remédios de graça para todas as pessoas da Irlanda do Norte, Escócia e Gales, menores de 16 anos, estudantes de período integral de 16 a 17 anos, desempregados, pessoas com deficiência e idosos com mais de 60 anos na Inglaterra, tudo com subsídio do governo. Além disso, os hospitais possuem um caixa que reembolsa pacientes de baixa renda pelo transporte até o hospital. As entrevistas incluem um usuário do sistema de saúde, uma norte-americana que reside em Londres e o político britânico Tony Benn.

Na França, Moore visita um hospital e entrevista o chefe de ginecologia e obstetrícia, além de um grupo de norte-americanos residentes em Paris. Ele passa um dia com o "SOS Médecins", um serviço médico 24 horas, que vai de casa em casa fazendo atendimentos médicos. Ele descobre que o governo francês provê muitos serviços sociais e direitos junto ao sistema universal de saúde, como cuidados diários a 1 dólar por hora, educação gratuita nas universidades e um mínimo de cinco semanas pagas de férias, além de suporte neonatal, cuidados com a casa e até férias pagas para as novas mães.

De volta aos Estados Unidos, Moore entrevista voluntários que trabalharam no marco zero dos ataques de 11 de setembro de 2001 e como eles tiveram fundos para tratamento de saúde negados pelo governo, desenvolvendo diversas doenças para as quais não tinham como tratar como problemas respiratórios, bruxismo e transtorno de estresse pós-traumático. Incapazes de arcar com os custos em seu país, Michael Moore leva os voluntários até Miami e de lá pegam barcos rumo à Base Naval da Baía de Guantánamo, na tentativa de conseguir atendimento para heróis norte-americanos. Com um megafone, Moore pede que eles recebam tratamento igual ao que os prisioneiros estão recebendo, mas sirenes o expulsam da baía. O grupo segue para a capital de Cuba, Havana, onde são prontamente internados no Hospital Hermanos Ameijeiras, sem nenhum custo, para exames e tratamento, dando apenas nomes e datas de nascimento. Antes de partir, eles ainda foram homenageados pelo corpo de bombeiros de Havana.

Finalmente, Moore se dirige ao público, enfatizando que as pessoas deveriam cuidar umas das outras, não importa as diferenças entre elas, demonstrando seu comprometimento pessoal com o tema. Assim, ele decide ajudar Jim Kenefick, um de seus principais opositores, que precisavam de 12 mil dólares para custear o tratamento médico da esposa. Ele faz uma doação anônima para Jim, para que ele não dependa do sistema de saúde do país. O documentário termina com Moore em frente ao Capitólio, com um cesto de roupas sujas, ironizando que o governo poderia lavar suas roupas enquanto ele aguardava por dias melhores para os doentes que não tinham condições de pagar por um plano de saúde.


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