sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Joanna Macy- As quatro formas de olhar para o mundo

Joanna Macy fala de “quatro formas de olhar para o mundo”, transversais a todas as culturas e tradições, que condicionam o nosso modo de vida, em termos exteriores e interiores: 

1) o mundo como campo de batalha, entre o bem e o mal, a luz e as trevas, ou os capazes e os incapazes, onde nos inscrevemos de forma militante no primeiro dos lados a combater, intelectual, moral e/ou fisicamente, os que estão no outro, os “inimigos”, até à sua conversão ou destruição e vitória final dos “bons”, nós e os “nossos”; 

2) o mundo como armadilha, um lugar mau, seja o próprio corpo, a sociedade ou a natureza, que há que dominar para dele nos libertarmos o mais rápido possível, procurando algo que o transcenda e onde finalmente estejamos bem e em paz; 

3) o mundo como amante, um(a) companheiro(a) vital com o qual dançamos enamorados, numa sedução e encanto mútuos; 

4) o mundo como nós próprios, o que pode surgir do aprofundamento da experiência anterior, sentindo-nos entrelaçados com todos os seres e coisas, numa perfeita harmonia entre a unidade e a multiplicidade.


De qual destas formas de ver e experimentar o mundo nos sentimos realmente mais próximos neste preciso momento? É interessante verificar isso e qual a consequência que está a ter na nossa vida. É interessante ver como isso condiciona também as nossas sociedades e a nossa civilização... Haverá outras formas a acrescentar a estas?

(Joanna Macy, World as Lover, World as Self, 2007)

Obrigado, Paulo Borges

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