domingo, 31 de dezembro de 2006

Nuno Michaels - A Consciência da Massa

Uma das verdades mais fundamentais - e no entanto mais difíceis de compreender - é a de que as pessoas vivem todas em diferentes níveis de consciência. Não se assimila esse Ensinamento nas suas mais profundas implicações apenas lendo ou pensando sobre ele; há que observar a maneira como as pessoas agem, pensam, falam, sentem, reagem, vivem. O que lhes ocupa o pensamento. Como usam o tempo. O que as preocupa. Os objectivos que têm na vida. Aquilo de que falam. E então torna-se evidente que todas vivem em diferentes níveis de consciência e, até, o nível de consciência em que vivem.
A grande maioria da Humanidade vive num nível biológico-social instintivo. Nesse nível, as pessoas são condicionadas pelos valores vigentes e pela mentalidade comum. As suas identidades são uma mera extensão das normas, crenças, costumes e tabus da sociedade em que nasceram. Vivem polarizadas na sobrevivência e, se possível, na acumulação de dinheiro, poder e estatuto. No mínimo, precisam de um emprego seguro e um parceiro para acasalar e reproduzir-se. Odeiam a solidão. Não têm ideias ou pensamentos originais; falam do que toda a gente fala, têm as opiniões que os meios de comunicação, os líderes de opinião e o status quo querem que tenham.
Lêem jornais desportivos e revistas sobre programas de televisão, falam sobre pessoas e acontecimentos triviais do dia-a-dia. Gostariam que o mundo mudasse mas não começam por si próprios. Não questionam o que lhes é dito; se os seus líderes lhes dizem que os afegãos são maus e os astrólogos mentirosos, então os afegãos são maus e os astrólogos mentirosos. Assim, bovinamente, sem sequer investigarem o assunto. Consomem bens e serviços de que não precisam de facto e cujo único valor é o próprio acto de serem adquiridos e o estatuto que lhes está associado - na ilusão de que serão mais no dia em que tiverem mais.
Vivem vidas inteiras repetindo os mesmos padrões mentais e emocionais, submersos na sua própria subjectividade e incapazes de se verem objectivamente. Não fazem ideia do que são "energias", "arquétipos" ou "padrões". Não fazem ideia de que a vida é um processo de crescimento e desenvolvimento pessoal e não uma luta pela sobrevivência. São os autómatos de que o sistema precisa para assegurar a sua reprodução e a manutenção das suas próprias estruturas. Constituem a "consciência da massa".
Libertarmo-nos da consciência da massa tem um preço muito alto. Porque os valores da sociedade são redutores, mas dão segurança - a mesma segurança que um rebanho dá a uma ovelha. Evoluir para outro nível de consciência implica questionar e pensar por si mesmo; implica ser incompreendido e ridicularizado por quem não vê mais longe. Implica conviver com as conversas ocas, mecânicas, de quem nos rodeia. Implica ser livre. E a sociedade não gosta de indivíduos livres, porque são uma falha no sistema e um mau exemplo para os autómatos - e esses é que fazem falta, para que tudo isto funcione..."

Nuno Michaels

sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

Frans Lanting - pequena biografia

Fotografiade Frans Lanting e as imagens da vida na Terra - 16.12.2006

Se você é daqueles que acredita que eventos ocorridos há milhões de anos só podem ser vistos pelo olho humano através do trabalho de ilustradores, é porque não conhece o mais recente trabalho do holandês Frans Lanting, 56 anos de idade e desde a década de 80 reconhecido como um dos mais importantes fotógrafos de natureza do mundo. No seu último projeto, Life, a Journey Through Time, Lanting conseguiu o milagre de capturar imagens para contar os quase 14 mil milhões de anos de história da vida no planeta Terra apontando suas lentes para objetos e paisagens naturais do presente. O Big Bang, por exemplo, ele encontrou nos nós de uma tora de madeira petrificada no deserto do Arizona, nos Estados Unidos. O evento em que o núcleo do planeta começou a cuspir lava e fogo que acabaram formando a crosta terrestre, Lanting buscou nos vulcões do Havaí. As chuvas que formaram os oceanos surgem numa imagem fantasmagórica das Cataratas do Iguaçu, no Brasil. A extinção do Cretáceo, ocorrida há 6, 5 milhões de anos, está registada numa fotografia de répteis ao pôr do sol nos Galápagos na qual a gaivota que aparece em segundo plano dá a impressão de ser um pterodáctilo. Esse esforço fotográfico monumental de Lanting rendeu um livro e um site espetacular onde ele, ao mesmo tempo em que dá aulas de fotografia, dá uma lição de como empregar a tecnologia da internet. 
Quem apontar o browser para Frans Lanting e clicar no primeiro link à esquerda, Start the Journey, vai se deparar com um slideshow de 86 imagens que pode ser visto ao som de uma composição para orquestra de Phillip Glass. Essa exposição virtual cruza-se com uma linha do tempo, para onde se vai com um clique na imagem. Lá, conta-se o que estava acontecendo com a Terra naquele exato momento e como e onde a fotografia foi feita. Frans Lanting, como o brasileiro Sebastião Salgado, estudou para ser economista e é um auto-didata. Começou a fotografar natureza numa viagem de férias a um Parque Nacional dos Estados Unidos, onde estava fazendo sua pós-graduação. As imagens eram imprestáveis e ele resolveu dedicar o tempo livre que lhe sobrava dos estudos de economia para ler livros de fotografia. Tão logo ganhou o diploma de doutor, avisou a família que ia largar tudo para viver do registro de imagens da natureza. Não demorou muito para ele fazer seu nome no meio. Logo virou fotógrafo-residente da National Geographic. Ele tem dez livros publicados, boa parte deles em parceria com sua mulher, a jornalista Christine Eckstrom, que também assina a produção e os textos que acompanham as imagens de Life, a Journey Through Time. Olhando suas fotografias, fica fácil de entender porque uma resenha na New Yorker sobre um livro seu, publicada no início dos anos 90, dizia que Lanting é um dos poucos fotógrafos que conseguiu elevar a fotografia de natureza à arte.

Thomas Fuller, conhecido como o "Calculador Mental"


29 de dezembro de 1790 marca a morte do famoso matemático Thomas Fuller, conhecido como o "Calculador Mental".

Morreu em 29 de dezembro de 1790, o falecido Thomas Fuller era um escravo africano conhecido por suas habilidades em matemática. Ele foi capturado na África por escravos brancos e enviado para os EUA em 1724, quando tinha apenas 14 anos.

Ele era tão bom em matemática que conseguia fazer cálculos inimagináveis. Um dia, quando lhe perguntaram quantos segundos havia em um ano e meio, ele respondeu em aproximadamente dois minutos, 47304000. Pró-abolicionistas e filantropos brancos usaram seu talento como prova de que os escravos negros eram iguais aos brancos em inteligência.

Thomas Fuller foi um grande matemático, mas infelizmente esquecido da história.




Saber mais:

quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

As 7 Novas Maravilhas do Mundo e outras e muitas mais


Texto adaptado daqui e com as respectivas hiperligações

As 7 Maravilhas do Mundo eram monumentos construídos pelo homem e foram selecionados por Philon of Bizantium no ano de 200 AC com seus amigos gregos. Talvez por esta razão todas eram próximas ao Mar Mediterrâneo.
Estes monumentos eram os seguintes:
1) O Farol de Alexandria

2) O Templo de Artemis

3) A Estátua de Zeus

4) O Colosso de Rhodes

5) Os Jardins Suspensos da Babilónia

6) O Mausoléu de Halicarnassus

7) As Pirâmides do Egito (Gize)

Todos foram construídos entre os anos de 2.500 AC e 200 AC.Das 7 Maravilhas do Mundo, originais, resta somente hoje, as Pirâmides de Gize no Egito.

Este fato foi determinante para que o suiço Bernard Weber aproveitasse a oportunidade para lançar uma proposta global de escolha das 7 Novas Maravilhas do Mundo (The New 7 Wonders of the World) em 2000.

O conceito para a escolha permaneceu o mesmo, ou seja, os monumentos têm que ter sido construídos pelo homem.A eleição para a escolha das 7 Novas Maravilhas do Mundo será feita através dos votos de toda a população e abrangem os monumentos erguidos desde o início da civilização até o ano de 2000 quando foi lançado o projeto.Após as duas primeiras seleções realizadas pelo voto de cerca de 19 milhões de pessoas pelo mundo todo, restaram somente 21 monumentos que são os seguintes:
01) Acrópolis – Athenas/Grécia

02) Alhambra – Granada/Espanha

03) Angkor – Cambodia

04) Chichen Itza – Yucatan/México

05) Cristo Redentor– Rio de Janeiro/Brasil

06) Coliseo – Roma/Italia

07) Estátuas da Easter Island – Chile

08) Torre Eiffel – Paris/França

09) Grandes Muralhas – China

10) Hagia Sophia – Istambul/Turquia

11) Templo Kyomizu – Kyoto/Japão

12) Kremlin – Moscou/Rússia

13) Machu Picchu – Perú

14) Castelo de Neuschwanstein – Fussen/Alemanha

15) Petra – Jordania

16) Piramides de Gize - Egito

17) Estátua da Liberdade – Nova York/USA

18) Stonehenge – Amesbury/Inglaterra

19) Ópera de Sydney – Austrália

20) Taj Mahal – Agra/India

21) Timbuktu – Mali

As 7 Novas Maravilhas do Mundo serão conhecidas num grande espectáculo em Lisboa, no próximo dia 07 de Julho de 2007, após a apuração dos votos pelo mundo todo. E todo mundo poderá votar.

Votei em Stonhenge
Em Portugal também nós temos muitos vestígios megalíticos, principalmente no Interior e Sul, onde estão mais bem preservados. Eu já visitei Carnac (France) e megalitismo em Espanha e Malta. Por quê? Talvez poruqe representam o poder metabólico verdadeiro do Homem (usando poucas ferramentas) e o respeito profundo à natureza (pedras locais) e ao Cosmos - geralmente são templos em devoção às estrelas ou Sol ou Lua. Megalitismo porque também é essa resposta ligada, contrapeso e dimensão espiritual, perpetuando-se essa mensagem em rocha.

Mas quantas maravilhas poderiam ser eleitas: umas 860 que são já Património Mundial da UNESCO....ou todos os centros históricos de todas as cidades do mundo ou todas as paisagens protegidas....

COP6 – Haia, Holanda (novembro de 2000) / COP6,5 – Bonn, Alemanha (julho de 2001)



Não obstante 182 governos, 323 Organizações Não Governamentais e 443 órgãos de imprensa estarem presentes, a Sexta sessão da Conferência das Partes foi palco de muitos conflitos e divergências, o que culminou com a sua suspensão. O Presidente da COP6, Jan Pronk divulgou uma nota de sua autoria tratando de questões essenciais que permaneceram sem solução nos documentos transmitidos à Conferência pelos seus órgãos subsidiários.

As questões tratadas se referiam principalmente ao Plano de Ação de Buenos Aires e às questões de financiamento aos países em desenvolvimento, além de alguns aspectos relativos ao Comércio de Emissões e o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo. Ficou então acertado que a COP6 seria retomada em 2001, para que fossem concluídas as questões que ficaram sem solução.

Com relação aos Mecanismos de Desenvolvimento Limpo, questões como a suplementariedade 15 , adaptação 16 , Construção de Capacidade 17 , transferência de tecnologia 18 e adicionalidade 19 , têm sido amplamente discutidas nas diversas reuniões que tratam do tema, cujo consenso se torna cada vez mais difícil em vista da preponderância de interesses individuais nacionais sobre os de ordem ambiental global. COP6,5 – Bonn, Alemanha (julho de 2001).

A COP6 foi então reconvocada para ser realizada em Bonn, sob uma série de incertezas quanto ao futuro do Protocolo, havendo inclusive expectativas de que esta seria a última COP realizada, em parte devido aos Estados Unidos terem renunciado ao Protocolo. Porém, a COP6,5 superou as expectativas e ficou conhecida por ter sido a Conferência que “salvou” o Protocolo de Quioto. O “sucesso” obtido na segunda edição da sexta Conferência das Partes se deu principalmente em virtude de um acordo em que concessões foram feitas para agradar aos interesses dos países em conflito, constante do Acordo de Bonn.

Um exemplo disso foram as concessões feitas no que diz respeito à utilização de sumidouros de carbono – sinks, como forma de gerar créditos a países do Grupo Umbrella 20 , para garantir a presença dos mesmos no Protocolo de Quioto. Durante a COP6,5 tomou-se como consenso a necessidade de se atacar diretamente os pontos essenciais do Plano de Ação de Buenos Aires.

Saiba mais sobre a COP6

COP3 – Quioto, Japão (dezembro de 1997)


Quando as “Partes” adotaram a Convenção Quadro das Nações Unidas em Mudanças Climáticas – CQNUMC, já se esperava que seriam adotadas ações mais enérgicas futuramente para combater o problema do aquecimento global. Com o estabelecimento de um processo de revisão, discussão e troca de informações permanente, a Convenção permite a adoção de compromissos adicionais em resposta a avanços científicos e disposições políticas.

Assim, em 1997, na cidade de Quioto no Japão, contando com representantes de 159 nações, foi então realizada a terceira Conferência das Partes – COP3, que culminou na adoção, por consenso, do Protocolo de Quioto, que ficou como um dos marcos mais importantes desde a criação da Convenção no combate à mudança climática.

quarta-feira, 27 de dezembro de 2006

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