Antibiotic and pesticide susceptibility and the Anthropocene operating space |
Segundo a Rede Europeia de Vigilância da Resistência Antimicrobiana, Portugal é o quarto país da Europa com maior taxa de resistência bacteriana. Segundo os dados de 2015 em Portugal registaram-se 24 mil infeções que resultaram 1.158 mortes.
Portugal também é o quarto país da Europa com maior taxa de venda de pesticidas.
Portugal, em Outubro deste ano (2022) teve a segunda maior quebra nos preços na produção industrial na UE. Os preços na produção industrial continuam a subir no Velho Continente, tendo avançado 5% na área do euro e 4,9% na União Europeia (UE) em agosto, face ao mês anterior. Portugal é um dos três países que contraria a tendência, registando a segunda maior quebra nos preços em agosto, de acordo com os dados divulgados pelo Eurostat esta terça-feira. Se a comparação for feita com agosto do ano passado, os preços dispararam mais de 40%.[fonte: Eco].
Como parece ser do conhecimento geral os pesticidas com maior venda em Portugal são os herbicidas com glifosato. Julgo que relativamente a este facto, e apesar de toda a obscuridade das entidades competentes, não nos restará qualquer tipo de dúvida.
Este tipo de herbicidas possui comprovadamente actividade antimicrobiana, ou seja, são substâncias que matam as bactérias (vulgo antibióticos). Este efeito antimicrobiano é exercido sobre todo o tipo de bactérias: as bactérias presentes nos solos, mas também, sobre a população microbiana presente no tubo digestivo dos vários seres vivos.
A maioria das resistências a antimicrobianos têm início no meio externo aos hospitais, e, são posteriormente introduzidas em ambiente hospitalar através de vários factores como, o ar, a água, as pessoas, etc. onde encontram os indivíduos ideais para se manifestarem, infelizmente, os doentes com imunossupressão.
Com base nesta nota introdutória surgiu pela primeira vez, em 2018, um artigo no “Journal Nature Sustainability” a alertar para a situação alarmante que se está a criar a nível planetário.
Segundo este artigo neste momento não existe uma estrutura capaz de monitorizar a assustadora ameaça planetária à saúde pública.
Esta investigação concluiu que as bactérias Gram-negativas, são um grupo de bactérias que inclui microrganismos patogénicos conhecidos, tais como: Salmonella, Klebsiella pneumoniae e E. coli, algumas das estirpes de várias espécies já apresentam resistência a tudo ou à maioria dos antimicrobianos testados.
Segundo o seu autor Peter Søgaard Jørgensen do Global Economic Dynamics e do Biosphere Programme da Royal Swedish Academy of Sciences, Stockholm Resilience Centre, da Universidade de Estocolmo:
“Parece que atravessamos o ponto de não-retorno para as bactérias Gram-negativas. Sem novas abordagens, no futuro ir para um hospital e não contrair uma infecção grave será cada vez mais uma questão de sorte. Para além disso, mais doentes terão o infortúnio de contrair infecções bacterianas não tratáveis ou difíceis de tratar. Este é um risco que deveria ser considerado de contingência para a sociedade humana".
Como seria de esperar uma das resistências bacterianas descobertas foi a resistência ao glifosato.
Mais adiante é referido o seguinte:
“Um benefício das culturas resistentes ao glifosato é que elas ajudam os agricultores a controlar ervas daninhas já resistentes a outros herbicidas”, diz Yves Carrière, autor do estudo da Universidade do Arizona. “Mas a evolução rápida e generalizada da resistência ao glifosato em muitas ervas daninhas às vezes deixou poucos herbicidas eficazes para o controle de ervas daninhas com resistência múltipla”.
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