Em mais um 17 de junho, após a tragédia de Pedrógão, e em nome das suas vítimas, não podia a Íris, Associação Nacional de Ambiente, deixar de se pronunciar sobre a resposta política, entretanto desenvolvida, nomeadamente no que diz respeito à recuperação da área florestal ardida.
Quatro anos e três Secretários de Estado das Florestas depois, falhou redondamente a operacionalização de todos os planos, aprovados pelo Governo.
Três Secretários de Estado das Florestas, três inflexões na coerência de planeamento e operacionalização, de uma mesma Política Florestal, demonstram bem o divórcio entre o discurso imediatista e a ação, que se reclama projetada a longo prazo, na reconstrução da Floresta.
O plano de Revitalização do Pinhal Interior, revelou-se um autêntico fiasco em relação à floresta modelo, em Projeto Piloto, no que reporta ao seu ordenamento e reflorestação, com uma abaixa adesão aos apoios” do PDR 2020 (Programa de Desenvolvimento Rural), em que dos 16 milhões de euros disponibilizados, foram apenas mobilizados cerca de 900 mil euros, no total de 41 projetos aprovados.
Atrás de planos, planos vêm. A produção de planos é grande, mas a sua operacionalização nula.
Transformou-se a área ardida em “novo paiol”, enquanto se criam novos planos de transformação da paisagem.
Apesar de tudo, resta sempre a esperança, da transformação gradual da sensibilidade cívica aos problemas ambientais, que dite uma chance maior à efetiva Transformação da Paisagem.
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