quinta-feira, 8 de junho de 2023

Dia Mundial dos Oceanos - Descoberta de um extenso recife de corais de águas frias a 2.000 m de profundidade, na Madeira (2018)


Durante o mês de Julho de 2018, o Observatório Oceânico da Madeira levou a cabo mais uma expedição científica, desta vez para explorar as zonas profundas e desconhecidas adjacentes à Ilha da Madeira. A missão, complexa e exigente, requereu uma vasta equipa de cientistas, técnicos e operacionais e uso de equipamentos com tecnologias de vanguarda. Estudar a biodiversidade marinha e a oceanografia física das zonas costeiras adjacentes aos canhões submarinos foi o principal objetivo.
Nesta expedição fez-se uma das maiores descobertas científicas dos últimos tempos na ilha da Madeira quando, a 2.000 m de profundidade, com recurso ao ROV Luso, a equipa de investigadores observou pela primeira vez na região a presença de um extenso recife de corais de águas frias, rico em vida marinha, nas margens do canhão submarino da Ribeira Brava. Quando se fala em conservação marinha, estes habitats são prioritários devido ao papel que desempenham como reguladores ecológicos do bom estado ambiental do Oceano. Contrariando a tendência de notícias que relatam a destruição destas agregações massivas de carbonato de cálcio no Atlântico Norte devido à pesca de arrasto, encontramos na Madeira recifes pristinos, sem vestígios evidentes de impactos humanos.
A expedição teve o apoio da Fundação Rebikoff.
Infelizmente, o Governo Regional da Madeira, nomeadamente a Secretária do Ambiente e o Presidente do IFCN, não têm agido com o objectivo de conhecer, estudar, preservar e salvaguardar o Recife de Corais de águas frias descoberto em frente à costa da Ribeira Brava, onde lá persistem as jaulas de aquacultura de produção intensiva, das Empresas Ilha Peixe e Jerónimo Martins que estão a poluir o fitoplâncton, e a sua riquíssima biodiversidade e os ecossistemas naturais. Sem qualquer monitorização dos seus gravíssimos impactos ecológicos.

Sem comentários: