Milhares de documentos internos mostram como o algoritmo amplifica o ódio, a violência e prioriza conteúdos de extrema-direita. Até mesmo a ligação da rede social à invasão do Capitólio está a ser analisada.
Os “Facebook Papers” são o mais recente escândalo que envolve a gigante tecnológica detida por Mark Zuckerberg. Mas, afinal, o que está em causa? O que revelam e que consequências podem ter?
O que são?
Este é o nome de um projeto de investigação, conduzido por um consórcio de 17 órgãos de comunicação social norte-americanos, que teve acesso a milhares de documentos internos do Facebook vazados pela denunciante Frances Haugen, especialista de dados e ex-funcionária da empresa.
O que revelam?
Os documentos confidenciais revelam a forma como grupos de Facebook promovem o ódio e a violência - o que inclui também a forma como a invasão do Capitólio, que ocorreu a 6 de janeiro, foi organizada na rede social.
Também a forma como o algoritmo potencia a desinformação e amplifica mensagens veiculadas por grupos de extrema-direita estão a ser analisadas, assim como impacto negativo do Instagram nos utilizadores mais jovens, uma vez que promove a idealização do corpo.
Frances Haugen adverte que “os conteúdos do Facebook prejudicam as crianças, fomentam a divisão e enfraquecem a democracia”.
Os “leaks” demonstram ainda como traficantes de seres humanos têm usado a rede social para a sua atividade criminosa. Da mesma forma, carteis de droga têm utilizado a plataforma para recrutar novos membros e postar conteúdos violentos. Fotos e vídeos com pessoas decapitadas ou baleadas também têm sido partilhadas em grupos privados.
De que forma afetam o império de Mark Zuckerberg?
Este é apenas mais um dos escândalos no qual o Facebook se vê envolvido, uma vez que por diversas vezes já foi acusado de comprometer a privacidade dos dados pessoais dos utilizadores.
A dor de cabeça para Mark Zuckerberg é: como poderá o Facebook moderar e estancar a onda de extremismo e ódio que inundam as redes sociais?
O impacto destes documentos está a ser de tal ordem que o Facebook está mesmo a pensar alterar o nome da empresa, o que deverá acontecer até esta quinta-feira.
A organização não confirmou a decisão, mas também não desmentiu os rumores e tudo leva a crer que o novo nome deverá ser revelado durante a conferência anual da marca.
Na prática, a empresa mudará de nome, mas a rede social deve manter o nome Facebook.
Sem comentários:
Enviar um comentário