sábado, 8 de novembro de 2025

Meta ganha milhares de milhões de dólares com anúncios de burlas


A gigante tecnológica Meta, proprietária do Facebook, Instagram e WhatsApp, encontra-se sob fogo após a divulgação de um relatório explosivo. O documento alega que a empresa arrecada uma fatia significativa das suas receitas através da veiculação de anúncios fraudulentos.

A controversa fonte de receita da Meta
De acordo com um novo relatório da Reuters, a Meta estará a lucrar milhares de milhões de dólares anualmente com anúncios que promovem burlas e produtos ilegais nas suas plataformas. O documento expõe os números avassaladores por detrás deste problema e levanta novas questões sobre a aparente incapacidade da empresa em controlar a situação.

No ano passado, a própria Meta terá estimado que os anúncios fraudulentos poderiam representar até 10% da sua receita total, um valor que ascenderia a cerca de 16 mil milhões de dólares.

Nesta categoria incluem-se anúncios de "esquemas fraudulentos de comércio eletrónico e de investimento, casinos online ilegais e a venda de produtos médicos proibidos". A dimensão do problema é tal que investigadores da própria empresa calcularam que as suas aplicações "estiveram envolvidas num terço de todas as burlas bem-sucedidas nos EUA".

Políticas internas permissivas
O relatório detalha também como a Meta, em certas ocasiões, dificultou o trabalho das suas próprias equipas no combate a estes anúncios e como os seus processos internos permitem que infratores reincidentes continuem a comprar espaço publicitário.

O documento revela que um "pequeno anunciante" apanhado a "promover fraudes financeiras" só seria bloqueado após ser denunciado "pelo menos oito vezes". A política da Meta é ainda mais branda com os "maiores anunciantes", aos quais terá sido permitido "acumular mais de 500 infrações" sem serem removidos da plataforma.

Ainda que esta permissividade possa parecer chocante, o relatório da Reuters sublinha o dilema financeiro que a Meta enfrenta. Apenas quatro campanhas publicitárias, removidas pela empresa este ano, foram responsáveis por uma receita de 67 milhões de dólares.

Internamente, os executivos debatem-se com a forma de controlar os anúncios fraudulentos sem afetar negativamente os resultados financeiros da empresa. A certo ponto, os gestores terão sido instruídos a não "tomar medidas que pudessem custar à Meta mais de 0,15% da receita total da empresa".

Em reação ao relatório, a Meta comunicou à Reuters que a estimativa de 10% da receita proveniente de anúncios fraudulentos era "aproximada e excessivamente inclusiva", mas não partilhou um valor alternativo.

"Nos últimos 18 meses, reduzimos as denúncias de utilizadores sobre anúncios fraudulentos em 58% a nível global e, até agora em 2025, já removemos mais de 134 milhões de conteúdos publicitários fraudulentos." - afirmou o porta-voz Andy Stone.

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