domingo, 18 de dezembro de 2022

Homo Solidaricus — Derrubando o Mito do Ser Humano Egoísta


A solidariedade e o comportamento social não se aprendem, encontram-se no nosso material genético. Portanto, temos potencial para criar um mundo mais justo. Podemo-nos tornar Homo solidaricus , se organizarmos a sociedade de forma a que ela estimule nosso lado empático. 

Novos insights da biologia, ciência comportamental e economia mudaram as ideias sobre os seres humanos nos últimos 50 anos. Especialmente a noção de Homo Economicus , a ideia de que todos nós temos um interesse próprio estreito como nosso objetivo em tudo o que fazemos, mudou.

Neste livro, Wegard Harsvik e Ingvar Skjerve nos apresentam um oposto ao Homo Economicus : o Homo Solidaricus .

Introduz novos conhecimentos que mostram que a cooperação é fundamental para nós como espécie. Os autores nos permitem ver como isso também deve ter consequências para a maneira como discutimos política e criamos boas sociedades. Solidariedade e comunidade não é uma luta contra a natureza humana. Eles estão profundamente enraizados em nós.

A Noruega vem liderando os países de maior qualidade de vida do mundo há décadas. O que este livro procura esclarecer são as razões disso ― razões geralmente ignoradas pelo mesmo noticiário que se apressa em anunciar esse ranking como se não tivesse nem causas nem consequências.

A combinação de IDH alto, educação pública de qualidade, distribuição de salários equânime, participação ativa do Estado na economia, responsabilidade ambiental e outros anátemas do neoliberalismo selvagem que grassa noutros países produz resultados benéficos, afinal. Que isso ocorra numa democracia capitalista ocidental não é coincidência, mas premissa.

Harsvik e Skjerve, dois militantes trabalhistas, esmiúçam motivos (e contradições) desse modelo dando ênfase à solidariedade, virtude decisiva para esse cenário de bem-estar social, a partir de uma constatação singela: é melhor viver em lugares em que o outro pode ser visto como um igual. Seja confiando no vizinho ou nas instituições, a hipótese de ser desapontado é menor.

Sobre os autores
Wegard Harsvik (1967) é chefe de relações públicas e estratégia do Partido Trabalhista norueguês. Possui longa experiência política, inclusive como secretário do Ministério da Saúde e assessor no Ministério da Educação. É mestre em Economia Social, Sociologia e História pela Universidade de Oslo.

Ingvar Skjerve (1978) é enfermeiro e escritor com mestrado em Ética Profissional e Diaconia. Trabalha atualmente como assessor político.

2 comentários:

Carlos Faria disse...

Estou a ler em formato E-book e estou a gostar muito.
Claro que é ideológico e como tal não isento, mas diz coisas muito importante e faz vários alertas e denúncias pertinentes, além de que ressuscitar a esperança no ser humano é fundamental para se ter forças na luta por um futuro melhor.

João Soares disse...

É um livro com esperança. Sim, os números em relação à perda de biodiversidade e crise climática são muito negros. Atingimos em algumas regiões do globo um ponto de não retorno. Os seres vivos extintos, o que fazer? Aguardar por nossa biodiversidade e a nossa sobrevivência. E só conseguimos pensando que geneticamente somos propensos à solidariedade. Aliás em comunidades ecológicas clímax, as relações biológicas mais bem sucedidas são o mutualismo e a cooperação. Temos que dar tempo aos ecossistemas. A mudança de paradigma é relativamente simples e em cerca de 4 anos, temos uma resposta global da Natureza já muito satisfatória. Ver documentário de 2018 "m Convite ao Futuro) https://bioterra.blogspot.com/2022/12/documentario-living-in-futures-past-um.html. Abraço e Boas Festas.