"Enquanto uma parte significativa da população (em todo o espectro político) vota, defende, ignora, minimiza, sente um medo paralizante, duvida do perigo ou amplifica o discurso da extrema-direita.
Enquanto os partidos (sobretudo de direita) continuam a pactuar, a normalizar e a aplicar as ideias e propostas da extrema-direita, desrespeitando totalmente o legado de Abril e todas as pessoas que deram a vida para que hoje tivéssemos uma democracia.
Enquanto as esquerdas continuam divididas, presas a querelas internas e a jogos de poder, a considerar os partidos como um fim e não como um meio, incapazes de ver que já não se trata de ganhar eleições ou de lutar pela própria sobrevivência, mas de lutar pela própria existência da democracia.
A extrema-direita, em Portugal (mas também em França, e no mundo), avança. Avança sem freio, sem resistência, sem vergonha, incitando ao ódio e desafiando o Estado de direito. Diz, com todos os dentes, números e letras, ao que vem, o que faz e o que vai fazer. Ninguém pode dizer que não sabia.
A expressão dos "3 salazares" não foi utilizada de forma espontânea, mas de forma propositada e ensaiada. Os recentes cartazes absolutamente infames, racistas e ilegais contra as pessoas ciganas fazem parte da estratégia de testar os limites do "regime", de normalizar o inaceitável, de fazer prova de força através da impunidade.
Enquanto isso, nos coletivos das pessoas que já são atacadas, ciganas, negras, muçulmanas, mulheres, queer, imigrantes, não se debate se a extrema-direita é ou não fascista, nem como fazer para que não ganhem eleições, mas sim como nos vamos organizar e resistir enquanto “inimigos do interior”, a nível local, nacional e internacional. Não temos o privilégio nem da perplexidade, nem do desespero, nem da inação.
Não tenhamos dúvidas: quando a extrema-direita estiver no poder supremo, ninguém estará a salvo. Quanto mais o tempo passa, mais difícil será a luta, apesar de nunca ser impossível. A facharia não é uma inevitabilidade vitalícia. Mas quantas vidas vamos ter de perder por causa disso?" - Luísa Semedo
Estou de acordo. E o insucesso é global. Vejamos a entrevista assustadora de Steve Bannon E mais. A direita radical e terrorista já existe. Já não poderemos chamar extrema-direita. Vai ser um luta armada. E mais. O conceito de seita existe. Uma espécie de clã, de um primitivismo atroz, quase teológico. Que abala todos os nossos valores de humanismo, de ajuda mútua, valores democráticos e extinção da mesma. Realmente esta corja, com intentos irracionais e antidemocráticos, vai chegar o apelo à força, ao armamentismo. Esta mensagem está ganhar terreno desde inícios de Janeiro por fulanos como Elon Musk (o homem mais rico do mundo), que já chegou a dizer que empatia ameaça a civilização. Ele está errado. Ele é essa ameaça.
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