Mais uma falácia e teorias de conspiração do novo livro de José Gomes Ferreira

O regresso do José Gomes Ferreira a teorias pseudocientíficas sobre os descobrimentos, mostra que o autor não aprendeu nada sobre a polémica à volta do primeiro livro. Mas o mais grave é que mostra uma dificuldade em perceber as mais elementares regras da pesquisa histórica.

Essas teorias do Barreto são do mesmo género, muita especulação e pouco fundamento. Quem quiser saber alguma coisa do Colombo pode ler uma excelente publicação do Luís Filipe Thomaz, onde essas teorias do Mascarenhas são todas desmontadas. 

E-livro: Cristóvão Colombo, o Genovês, meu Tio por afinidade

Aliás é interessante ver num artigo do Expresso de 2017, o que diz o Thomaz sobre o Mascarenhas: “A crença tem atraído muitos visitantes à vila, mas o mais consensual entre os académicos é que Colombo nasceu em Génova em 1451. “Os que defendem o contrário são historiadores amadores”, afirma Luís Filipe Thomaz ao Expresso. Para acabar “com as loucuras que por aí correm a respeito de Colombo”, o maior historiador português do Oriente resolveu publicar um extenso artigo de 60 páginas, intitulado “Cristóvão Colón: português, natural de Cuba, agente secreto de D. João II?”, nos “Anais de História de Além-mar”, revista científica do Centro de História d’Aquém e d’Além-Mar (CHAM) da Universidade Nova de Lisboa (UNL).”

E o problema está justamente aqui. É que os tais amadores como o José Gomes Ferreira, andam a publicar livros sem saber muito bem do que estão a falar e sem seguir as mais elementares regras da pesquisa histórica. E depois temos leitores menos avisados que compram o livro na livraria e pensam que aquilo é mesmo assim.

Li a História da Expansão e do Império Português do João Paulo Oliveira e Costa, doutorado em história e Prof. Catedrático na Fac. de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, do Pedro Aires Oliveira, doutorado em história e Prof. na mesma Universidade e do João Damião Rodrigues, doutorado em história e Prof. na Fac. Letras da Universidade de Lisboa,. E, sinceramente, sobre o Cristóvão Colombo ser português, natural de Cuba e agente secreto, não consta nada.

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