terça-feira, 16 de janeiro de 2024

Encontros Improváveis - Sylvia Earle e João Soares


Quando observo o oceano, esse vasto mundo, questiono-me com Sylvia Earle:

"Temos de mudar a nossa mentalidade. Quando olhamos para a vida selvagem, em terra, pensamos que a temos de proteger, mas quando olhamos para o mar vemos produtos. Começámos a mudar em relação às baleias ou às tartarugas, mas temos de fazer o mesmo para todos os seres vivos. Os camarões ou as lagostas são animais selvagens, como os leões ou os tigres. Os tubarões ou os atuns são os seus equivalentes, grandes predadores que fazem parte da química planetária, do ciclo do carbono e hidrogénio, parte da janela de oportunidade que mantém a terra habitável. Pode soar um pouco nerd, mas é tão básico. Sabemos que as árvores geram oxigénio e capturam o carbono, por isso sabemos que as devemos proteger, mas no mar o plâncton tem vindo a diminuir nos últimos anos, tal como os recifes de corais, as florestas de algas, as pradarias marinhas. E capturam mais dióxido de carbono e produzem mais oxigénio do que todas as florestas terrestres. Eu assisti a tudo isto, sou uma testemunha."

"Os peixes têm caras, personalidade, famílias e protegem as crias tão vigorosamente como a maior parte das criaturas que adoramos em terra. Não é aceitável explorar a vida selvagem, nem em terra nem no mar."

Os oceanos produzem mais de metade do oxigénio, são o maior reservatório de dióxido de carbono e o maior regulador do clima e da temperatura. Todos os 8 mil milhões de habitantes da Terra, quer vivam perto ou longe do mar, dependem diretamente dos oceanos para a sua sobrevivência, mas os oceanos não são água. São vida, e esta está (também) seriamente em perigo.

Sobre esta temática, Extinção e Ecocídio, está disponível na rtp1 e rtpplay uma série de documentários muitíssimo interessante, Ressuscitar o Éden - Ajuda Humana Para a Resiliência da Natureza que recomendo a todos, biólogos, professores, estudantes, políticos, gestores ambientais, economistas...
A nossa pegada ecológica é tremenda e, por vezes, não temos noção do quão longe demais já fomos e como podemos ainda reverter isso... 

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