Escrever traz riscos. Falar é menos arriscado. As palavras escritas ficam; os diálogos orais permanecem durante a noite na memória por um tempo, então desaparecem ou ficam distorcidos. Mas a oralidade é relevante. A sabedoria, os cantares permanecem. Mas realmente a oralidade é diferente do que pegar na caneta e escrever ou ser escrito. A palavra escrita, ao contrário da oral, não desaparece, ela permanece: pode ser lida e relida. Escusado será dizer que não desprezo os diálogos orais ao telefone ou através dos (quase) inúmeros gadgets actuais. Escusado será dizer também que amo a nossa oralidade e dos povos indígenas ou das tradições ágrafas que chegaram aos nosso dias. Escusado será dizer que adoro as pronúncias. As diferenças nos sons e até palavras, seja em Português, Francês, Inglês, Galego e Irlandês e até Castelhano- que são as que conheço melhor. Fascina-me o Gaélico, o Basco, o Italiano, o Romeno, o Húngaro e o Alemão (quero ver se ainda em vida tiro um curso nesta língua- apaixona-me os seus diferentes filósofos e os poetas).Fascina-me o Grego e o Latim. Fascina-me a grafia milenar Chinesa, Islâmica e Japonesa. Fico triste sabendo que, de acordo com a ONU, em cada três semanas desaparece uma língua: como seria ao ouvido? que cultura tinha? que magia dos sons perdida? que mitos e lendas teriam? que histórias se perderam.
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