segunda-feira, 24 de outubro de 2022

Adriano Moreira - Os fascistas choram a partida de um deles


Morre um fascista, reciclado. Além do livro já referido nesta postagem, recomendo a leitura de outro livro indispensável, que dá conta do que foram os crimes cometidos pelo facínora idolatrado Adriano Moreira: "O Tempo das Giestas", do grande escritor José Casanova.

Este livro conta a história de um grande amor que começa em 1936. Um rapaz e uma rapariga de família fascista conhecem-se nessa altura e apaixonam-se. Ele, uma figura misteriosa que oculta a sua vida, acaba por desaparecer ao fim de alguns meses. 

Depois estamos em Lisboa, 1 de abril de 1988. Teresa procura novamente por Simão. Marcos, um jovem ativista político, ajuda-a, apoiando-se ambos nas limitadas pistas de que dispõem.

Apesar disso, conseguem reconstituir os passos de Simão, após o seu desaparecimento. Descobrem que fora preso e deportado para o Campo do Tarrafal, na ilha de Santiago, em Cabo Verde. 

É a história de um amor impossível, devido à repressão política e à restrição das liberdades, durante o regime de Salazar.

O texto de José Casanova caracteriza o século XX português, em dois períodos de grande importância da sua história, os anos trinta e oitenta, em que o país viveu o início da Ditadura, do autodesignado Estado Novo, e os primeiros anos da Democracia, após a Revolução de Abril, respetivamente. Evoca, ainda, as lutas antifascistas, a tortura e as prisões sumárias de opositores ao regime, nomeadamente no Campo do Tarrafal.

"Este livro pretende ser um pequeno contributo para combater esta campanha de branqueamento do fascismo que tenta demonstrar que o que existiu em Portugal não foi um regime fascista, mas um Estado Novo autoritário e paternalista", disse na altura o próprio autor à Lusa.(18 Abril 2007).

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