Lançado ciclo de debates públicos em torno da Floresta Autóctone
São já mais de 1000 os cidadãos que subscreveram um Apelo, lançado no final de setembro de 2017, no qual se exprime a recusa firme da passividade perante o estado em que se encontra o nosso território e o seu coberto vegetal.
Inconformado com as medidas adotadas para fazer frente aos contínuos ciclos de incêndios, um grupo de quatro pessoas tomou a iniciativa de apelar aos seus concidadãos no sentido de assumirem em conjunto uma posição interventiva nesse domínio. Embora a ideia já viesse de trás, e tivesse tido uma primeira formulação em outubro de 2016, a tragédia de Pedrógão Grande em junho de 2017 fez ecoar com maior urgência um sentido de responsabilidade social, moral e ambiental no seio desta iniciativa, que tomou a forma de Apelo para uma Aliança pela Floresta Autóctone.
Os promotores dessa Aliança deram início no Porto, no passado sábado 17 de março, a um ciclo de debates públicos em que diferentes palestrantes, sucessivamente e em diferentes lugares do País, apresentarão a sua visão para o renascimento da Floresta Autóctone em Portugal e a debaterão em seguida com os cidadãos presentes. No primeiro debate foi interveniente inicial Jorge Paiva, professor e investigador da Universidade de Coimbra, botânico, ecólogo e ecologista de reputação nacional e internacional. O segundo deverá decorrer em Aveiro em maio, sábado, sendo interveniente inicial Helena Freitas, Professora e Investigadora da Universidade de Coimbra, que coordena a Unidade de Investigação e Desenvolvimento «Centre for Functional Ecology – Science for People and the Planet» [Centro de Ecologia Funcional] e a Cátedra Unesco em Biodiversidade e Conservação para o Desenvolvimento Sustentável, tendo sido presidente da Sociedade Portuguesa de Ecologia e da Liga para a Proteção da Natureza e, mais recentemente, coordenadora da Unidade de Missão para a Valorização do Interior. Outros intervenientes e outros locais serão anunciados a seu tempo.
O apelo, que tem em vista provocar uma mudança de mentalidade na forma como a Floresta é gerida em Portugal, continua a recolher assinaturas em https://florestautoctone.webnode.pt/
Dirige-se aos cidadãos e às entidades que partilhem a vontade de se comprometerem numa profunda mudança do atual paradigma florestal em Portugal.
Primado da Floresta Autóctone
No texto lê-se que os quatro subscritores iniciais do Apelo defendem valores que assentam no primado da Floresta Autóctone e apelam à necessidade de se reabilitarem estruturas humanas e materiais como os Guardas e Viveiros Florestais. Questionam ainda o atual modelo das extensas monoculturas de eucalipto e pinheiro-bravo em território nacional. É com base nestas premissas que os subscritores do Apelo incentivam a que se constituam, nomeadamente a nível concelhio, círculos de entreajuda e de intervenção para salvaguarda do património natural com vista a uma efetiva prevenção contra os incêndios.
Os subscritores esperam que esta iniciativa favoreça uma tomada de consciência capaz de conduzir a uma maior observância da legislação de proteção em vigor e que as instituições públicas assumam o compromisso de agir diligentemente de forma a impedir que a ocorrência de incêndios e o plantio de monoculturas continuem a predominar.
Os autores do apelo acreditam que o restauro da floresta depende de um futuro liberto do flagelo sistemático dos incêndios sendo para isso necessária a recuperação da floresta autóctone em Portugal.
Poderá encontrar e subscrever o Apelo para uma Aliança pela Floresta Autóctone em https://florestautoctone.webnode.pt/
Para mais informações: Email: florestautoctone@gmail.com | 918527653
Fonte: email da Campo Aberto, 17/3/2018 (adaptado)
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